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segunda-feira, 15 de julho de 2013

É de fazer parar o trânsito

O telemóvel toca. Atendo.
- Estou?
- Bom dia Mirone, é a mãe, está tudo bem contigo?
- Olá mãe. Está tudo bem. E contigo? É hoje que tens a consulta?
- É, vou sair entretanto e precisava que me fizesses um favor. Preciso que me vás ao Banco entregar um comprovativo de morada, que eles agora pedem isso quase todos os anos. Eu estou um bocadinho atrasada e não sei se consigo passar lá antes das três. Estava a pensar passar aí e dar-te um toque para desceres e entregava-te os documentos para depois tu levares. Fazias-me isso, pode ser?
- Pode, claro. Dá-me um toque quando estiveres a chegar que eu vou descendo e espero-te lá em baixo. Isto agora com as obras é difícil para parar.
Dez minutos depois, chega a minha mãe. Encosta o carro, abre a janela e:
- Estão aqui as fotocópias, entrega-mas no banco, pode ser? Olha, e se puderes passa-me na farmácia e avia-me esta receita. E passa-me no correio e levanta-me este registo, deixa-me só assinar. Espera, deixa-me só encontrar a caneta.
Entretanto, gritam das obras.
- Oh minha senhora, ande lá com o carro, não vê que está a fazer parar o trânsito!
Com a maior das descontracções, a minha mãe responde:
- Parar o trânsito? Era bom, era! Quando era mais nova chegaram a dizer-me que parecia a Sofia Loren! Agora, pffff. Pronto, faz-me isso Mirone. Um beijinho. Depois ligo-te a contar o que o médico disse.

Confirmo. A minha mãe era, e ainda é,  linda!



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