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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Karisma

Passei parte da manhã de hoje numa repartição de finanças. Por acaso nem estava muito  calor, havia cadeiras suficientes na sala de espera, não havia muito barulho, menos mal, se tenho que esperar, que o faça confortavelmente.
Tinha passado meia hora e  já só faltavam dois números para chegar a minha vez. Nada mau, para quem esperava estar ali a manhã toda...
Aparentemente, as notícias que têm vindo a lume nos últimos dias que nos dão conta de agressões a funcionários e desacatos nas repartições de finanças, são casos pontuais, verdadeiras excepções. Felizmente! Pensava eu... 
Nesse preciso momento entra uma família de ciganos. Pai, mãe, e uma mão cheia de filhos. Gritavam que a carrinha não é deles, que é de um primo, que não pagam multa nenhuma, que sempre pagaram tudo, - em que ficamos, a carrinha é do primo, não pagam mas sempre pagaram? -  que é só ladrões, que é racismo, que são ciganos mas não são bichos! Gritavam, quase espumavam, os miúdos choravam, rebolavam no chão, sujos, descalços, pais e filhos não sei quem cheirava pior... Chegue-se para lá e chame o seu chefe que eu já não o estou a ver bem! Pelos seus mortos, que senão resolve-se isto de outra maneira e é já!
Oh amigo, acalme-se que parece que está possuído? O que o senhor precisa não é de falar com o chefe das finanças. O senhor precisa é do karisma da libertação!
Encostos, possessões, visões e cheiro estranho, tudo se resolve!




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