Falam-se línguas (translate)

segunda-feira, 31 de março de 2014

A cavalo dado...

Esta manhã tive uma avaria no carro a chegar ao escritório.
Telefonei para a oficina e expliquei que o carro estava sem força e que tinha a piscar uma luzinha em forma de resistência/rabinho de porco, perguntei se era grave ou se dava para andar. Responderam-me que era melhor levar o carro à oficina, que iam tentar arranjar um furo nos agendamentos.
Fiz como me mandaram e, em modo segurança, que basicamente consiste num modo em que o carro se desloca a estonteantes 40 km/h para não forçar ou piorar a avariar, fui até à oficina.
Disseram-me que sim senhora, deixasse o carro que ainda esta manhã me ligariam a dizer o que era e que passasse no escritório para levantar a viatura - espanhola, ah pois é! - de cortesia (a custo zero!, melhor ainda). Já no escritório, a menina informa-me que ainda tinha de ir ver que carro é que estava disponível.
Fiquei em pulgas. Haveria algum modelo Formentera? Que destino de águas quentes me reservaria a oficina? 
- Tem aqui a chave. É o Toledo cinzento que está lá fora.
Toledo? Não me lembro de ter lido nada sobre o Toledo na bloga, será aceitável?
Sobre os plásticos do interior só posso dizer que estou encantada. De que outra maneira, e sem pagar um tostão, me poderia passear durante dois dias num carro "pronto, é carro de velho, mas tu não dizes que não ligas a carros?" (Mr. Mirone dixit) com esta belezura de interiores e jantes?




E se te deixasses de manias e esquisitisses, ai que é carro de velho, ai que as jantes são foleiras que dói, e dissesses que carro conduzes tu no dia-a-dia ó Mirone?

Digo, pois digo, não é vergonha nenhuma o meu discreto veículo familiar de preço razoável, baixos consumos e que nunca me deixou mal até esta manhã... é um Seat Altea XL.

domingo, 30 de março de 2014

A queda de um mito

Uma pessoa pensa que escolheu passar o fim dos seus dias com o homem mais informado e intelectualmente estimulante à face da terra,  e depois é isto.

Nem eu nem Mr. Mirone morremos de amor por idas ao supermercado ao fim-de-semana. Por termos um mesmo por baixo de casa, optamos por ir durante a semana, em horários mais tranquilos. Além disso, temos uma atitude completamente diferente no que diz respeito a esse tipo de compras. Ele gosta de ver tudo com calma, de ler rótulos, de comparar preços, longe das confusões. Eu gosto de comprar o que tenho de comprar e sair dali quanto antes. Ontem porém, deu-se um acontecimento duplamente raro, fomos ao supermercado ao fim de semana e juntos. Era suposto ser uma ida relâmpago, para comprar água, gel de banho e um gelado para a sobremesa, que os pais estavam à nossa espera para o almoço. Na passagem pelo corredor de produtos de higiene vejo-o mais demorado.
Impaciente, reclamo:
- Vá, anda, o gel de banho é mais à frente. Para quem não queria vir estás muito interessado.
Vira-se para mim com olhos de veado encandeado pelos faróis de um carro em noite escura.


- Tampões digitais?! Isso é para quê? Para irem monitorizando os litros que perdem?

Que desgosto, meu Deus, que desgosto.








quinta-feira, 27 de março de 2014

quarta-feira, 26 de março de 2014

Fazer o quê?

Acabei de falar com um senhor que em vez de fazer bluff, diz fazer blâ, "ele pensava que era blâ, mas estou a falar muito a sério! Eu não faço blâ. Se digo faço, ele que pense que é blâ que elas logo lhe mordem".
Verdade, não estou a fazer blâ.

Um homem faz muita falta numa casa

Então Mirone, avariou-se o carro, precisa de ir ao mecânico? Há uma bricolage para fazer? Não, não é isso, que com esses afazeres posso eu bem. É do calorzinho na cama, do miminho, do aconchego que tens saudades? Sim tenho, mas também não é por isso. Estás farta de jantar só com a Mironinho? Não, nunca me farto, a miúda tem quatro anos, está numa fase deliciosa para ter conversas de mãe e filha. Então porque é?

Porque uma mulher, encontrando-se sozinha ao serão, depois de falar com o homem da casa, aproveitando o facto de ter o computador ligado, em vez de se agarrar a um bom livro põe-se a espreitar a bloga, de um blog salta para outro e depois para outro e sem saber muito bem como dá consigo nos fashion-blogs, depois nos beauty, destes salta para os féxion e os biuty (que são os blogs das que querem ser fashion e beauty, mas em vez de lhes faltar um bocadinho assim falta-lhes um "bocadão assado") e quando menos espera está de olhos arregalados, hipnotizada, a assistir a tutoriais de maquilhagem no youtube com meninas não tão meninas assim, cheias de tiques e maneirismos, que em casas-de-banho mal iluminadas e/ou quartos desarrumados, copiam os vídeos brasileiros para nos mostrarem como se fazem cílios volumosos, usam sombras marron e passam correctivo sempre para fazer "makes" curinga, meninas que dizem "sombrancelhas", fazem delineados juntinho às "sombrancelhas" superiores (?!!!) - verdade, ela confunde sobrancelhas com pestanas mais do que uma vez, meninas que nem o nome dos "pordutos" que usam sabem pronunciar, que usam "bráunzer" para dar aquela corzinha, aquele de que já falaram na "riviú", que de certeza aprenderam a pôr blush com o Pikachu, que contornam os lábios com lápis castanho chocolate, por fora do lábio para dar "aquele volume extra" antes de passar um "glossezinho nude", meninas com uma "make" que uma drag-queen acharia exagerada mas que garantem ser "super-simples e óptima para o dia-a-dia, para o trabalho ou para as aulas"... e fica a pensar que se quem faz tutoriais de "makes" de arrasar começar a dar worshops, será o fim do mundo em cuecas.



Uma mulher pestaneja, percebe que não é a primeira vez que por ali passa, interroga-se se será isso um tal de guilty pleasure, estremece, engole em seco, respira fundo e dá graças a Deus porque o homem da casa chega amanhã.

Na televisão estão a dizer que o David Hasselhoff vai estar em Portugal no fim de Abril, num espectáculo evocativo do melhor dos anos 80 e 90. De repente as "makes" de arrasar começam a fazer sentido.

terça-feira, 25 de março de 2014

"Ambas as duas"

Se eu fosse tão boa a pintar como a tirar fotografias com o telemóvel, estava rica!

Ai não, esperem, eu sou igualmente boa em "ambas as duas" actividades.

Falácia, sou boa.
Ideia a reter, não estou rica.







Inspiração

Preciso de cortar o cabelo. Andei a ver aqui e estou indecisa entre o 6, o 13, o 14 e o 17.

Às vezes dou comigo a pensar no pouco valor que dou ao facto de viver em democracia.

Breves considerações

... ou não tão breves, ou nem sequer considerações são, apenas achei que era um bom título, sobre a capacidade que tenho de me surpreender com coisas que estou careca de saber, mas careca mesmo, uma bola de bowling autêntica. Na verdade, o que eu quero mesmo é escrever sobre unhas e vernizes.
Pois que ontem, depois de escrever sobre as unhas de gel da colega queixinhas lamurienta, a pessoa repara que tinha uma unha a lascar. Pois que se fixa naquela unha, e parece que começa a senti-la a todo o tempo, que se prende em todo o lado. Pois que, por usar as unhas curtas, teme que ela rasgue até ao sabugo e fique cheia de dores, e vai de procurar uma lima na carteira. Vai que não encontra nenhuma e tem a brilhante ideia de ir à loja chinesa do outro lado da rua comprar uma lima para tratar do assunto. Sucede que, num rasgo de inteligência inigualável, decide adquirir também um "vernizinho num tom pastel, clarinho, discreto, só para dar um brilhozinho, um ar mais cuidado, que, parecendo que não, as mãos são um cartão de visita e uma pessoa habitua-se a andar com as unhas pintadas e parece que estranha, logo à noite já as arranjo como deve ser, é só agora para desenrascar".
Poucos minutos depois, já de unha limada,  a pessoa abre o frasquinho Marilyn, cor Baby. "Pfiuuuuuuú, credo, que cheiro forte, parece o sulfato da vinha! É melhor nem ver que químicos é que isto tem, mal seja que me caiam as unhas", espalha uma camada, "olha, até nem é nada ordinário, o raça do pincel. Isto com duas camadas fica supimpa, logo à noite já não preciso de as arranjar".
Ai se arrependimento matasse... bom, também não foi coisa para tanto, mas estive quase uma hora a pegar em papéis com mil cuidados, a escrever no computador de unhas espetadas, como se tivesse as unhacas de gel da outra, porque aquela bodega não havia meio de secar. O cheiro, enfim, era tão intenso que me convenci de que era só sugestão, de certeza que que não se notava nada, pelo sim pelo não, lavei as mãos. À hora do jantar o cheiro continuava. "Nahhhh, deve ser esquesitice minha. Oh Mironinho, cheira aqui as mãos da mãe para ver se notas alguma coisa". Não era sugestão, a miúda disse que tinham um cheiro esquisito. Aquilo já eram os químicos a falar, que mãe consciente expõe uma criança àquilo?
Já passa das cinco da manhã. Acordei agora. As unhas ainda não me cairam, sei-o porque ainda lhes sinto o cheiro.
Depois de escrever este post vou tirar este veneno antes que comece a ver elefantes azuis. Por falar nisso, amanhã preciso de pôr o carro a lavar. De certeza que vai chover.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Tolerância zero

Gastasses menos dinheiro nesses trapos  que parece que compras por atacado, à meia dúzia, um de cada cor só porque estão em promoção e são "super-tendência", nas unhas de gel que mais parecem as pás de uma retroscavadora e nessa judiaria que fazes às pontas do cabelo e também tinhas dinheiro para viajar em vez de te estares a queixar que só tu é que não vais a lado nenhum.
Calha-me cada uma, logo hoje, que estou sem paciência para lamúrias.


sábado, 22 de março de 2014

Com que idade é que se pode entrar numa "jota"?

- Mãe, um dia posso ir com a (nome da amiguinha que não vou dizer, mas também não me apetece inventar nenhum) a uma reunião?
- Uma reunião?
- Sim.
- Que reunião?
- Uma reunião sobre coisas.
- ... (gargalhada contida. É a vantagem de irmos no carro, ela não vê a minha cara).
- Eu vou e depois conto o que é que era e como é que correu. Vai ser muito importante e de noite.


Querem lá ver quer fazer carreira na política?

sexta-feira, 21 de março de 2014

Dia Mundial da Poesia


Serei uma mãe devassa?

Mironinho chegou ontem da escola com um auto-colante no bolso do bibe. Era um cromo da caderneta da Violetta, um jovem de barba que, depois de consultar as sobrinhas mais velhas, vim a saber tratar-se de Pablo.
- Mãe, a irmã da Maria Miquelina deu-me este cromo, mas eu não quero, é para ti.
- Para mim? 
- Sim, é de um homem e eu só gosto de meninos, por isso fica para ti que gostas de homens...


Homens?! No plural?! É isto que a minha filha pensa da mãe?!

(Mironinho, a mãe aprecia o género masculino, mas gostar, gostar, é só do pai, não andes por aí a dizer que a mãe gosta de homens)

Numa palavra

Senhores que fazem embalagens com os dizeres "Abertura fácil" mas que na verdade nunca o é,  gostava de vos deixar uma palavrinha:
Mentirosos!!!!

Já vi filmes onde é mais fácil arrombar o cofre de um banco. Hoje estive a um passo de ir buscar o estetoscópio da Mironinho para descobrir a combinação de abertura de uma embalagem de queijo fatiado.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Este post não é sobre detergentes

... mas tem a ver com roupa suja e ou loiça partida.
Estivesse eu no lugar da D. Creuza e em vez de um café teria aberto uma lavandaria. A quantidade de roupa suja que vejo lavar por ali é qualquer coisa.
"Não quero saber disso para nada, se foi uma vez ou foram vinte, se já estava ou não estava, o gajo que te comeu no banco de trás do meu carro só tem é de pagar a limpeza dos estofos e bico calado antes que eu ponha a boca no trombone e parta a loiça toda!"
E não me venham perguntar que cafés é que eu frequento, que desta vez era um casal com um ar muitíssimo civilizado, ambos com ar de executivos... até a conversa descambar.




quarta-feira, 19 de março de 2014

A psicologia há-de explicar

Não consegui pensar noutra coisa toda a manhã. Nunca vi os dois homens mais importantes na minha vida com a barba por desfazer. E isto há-de dizer muito mais sobre mim do que sobre eles.


Esta manhã

O outro homem que nunca vi com a barba por desfazer chorou do outro lado do telefone quando deu os bons dias à filha.

Esta noite

... Jantarei com o homem que nunca vi com a barba por desfazer.

terça-feira, 18 de março de 2014

Lamentavelmente

(mais para uns do que para outros), hoje não há post.
Peço-vos a maior das compreensões. E já que estou numa de pedir, peço-vos também um minuto de silêncio em honra da pequena Érica Fiona*, que com apenas 5 anos de idade já carrega uma cruz tão pesada - o seu nome. Ou sou só eu que me lembro da namorada do Shreck?
Aaaaahhhh, sorte madrasta, que ainda por cima a garota é gorducha!
Obrigada pai e mãe por me terem posto um nome perfeitamente comum.

* O nome existe mesmo, estive hoje com a mãe da criança em causa, que me explicou, orgulhosa, que a filha é a única Érica Fiona na escola, que há Éricas Filipas, Éricas só Éricas, mas Fiona é só a sua.





segunda-feira, 17 de março de 2014

Hey, Mr. Mirone

E de repente o meu coração é um imenso pacote de leite: Pleno Vitaminado.
O dia começou assim














Mr Mirone, como faz sempre, sempre mesmo, que viaja em trabalho por mais de três ou quatro dias, deixou-me um miminho musical surpresa no carro. Nos próximos dez dias no meu carro vai tocar The Platinum Collection do enorme Bob Dylan.



domingo, 16 de março de 2014

Inconseguimento, nível social frustracional e soft power sagrado

Há umas semanas a bloga tornava viral o vídeo da entrevista da Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e questionava-se sobre o significado de expressões como inconseguimento, nível social frustracional e soft power sagrado.

Esta manhã ouvi dizer tanto mal da canção que vai representar Portugal no Festival da Eurovisão que tive de ir espreitar para saber de que falavam e se era assim tão má. Era ainda pior!
Aquilo sim, é inconseguimento, aquilo sim, gera um nível social frustracional, só mesmo um soft power sagrado pode estar por detrás da decisão que aceita que aquilo seja uma canção e, mais, que represente Portugal no Festival da Eurovisão.

Fazem-se petições on-line por tudo e mais alguma coisa, enviam-se abaixo-assinados à Assembleia da República, que se faça alguma coisa para impedir que aquilo represente Portugal onde quer que seja.






sexta-feira, 14 de março de 2014

Quem tem amigas destas...

... Há-de rebentar de gorda mesmo que não queira.

Tiriri tiriri tiriri !
- Estou...
- Mirone, sou eu. Está tudo bem contigo?
- Olá, olá! Está tudo óptimo e contigo?
- Também, também. Olha estou a ligar-te para te contar uma novidade bombástica.
- Então, quem é o feliz contemplado desta vez?
- Não é isso, mas depois lembra-me para te contar uma coisa sobre uma pessoa que provavelmente, ainda não sei muito bem. Se tiveres tempo vai ao meu FB e procura nos meus amigos Anacleto Bertolino Catano. Mas não tem nada a ver, é outra novidade, melhor!
- Então?
- Inscrevi-me num ginásio!
- ...
- Estás a ouvir? Inscrevi-me num ginásio!
- ...
- Estou? Mirone? Mirone? Estás a ouvir?
- Estou, mas é suposto dizer alguma coisa ou posso rir só para dentro?
- Eu sei que já me inscrevi em mil ginásios e depois nunca vou, mas desta vez é mesmo a sério.
- Posso continuar a rir só para dentro?
- Juro que desta vez vou, nem é pelo ginásio é porque aquilo também tem um spa muito bom, o que eu quero é banho turco e massagens sempre que me apetecer.
- Logo vi... Mas boa para ti! Agora conta-me lá do Anacleto...
- Falta a melhor parte. Tcharan!!!!! Posso convidar uma pessoa para me acompanhar uma vez por mês! Quando é que tens um dia livre para irmos brincar às dondocas?






Epifania

Percebi finalmente  o que está por detrás da escolha das datas das semanas da moda. Mo início da Primavera apresentam-se as colecções de Outono/Inverno e no início do Outono apresentam-se as para a Primavera/Verão. 
Claro, faz sentido, apresentam-se as colecções da estação seguinte, uma questão de agenda para a indústria e comércio, dah... Mirone!
Dah... digo-vos eu!!! Eu não estou a falar do conteúdo das colecções, se é roupa de Inverno ou de Verão. Então acham que é só por isso? Estou a falar das datas escolhidas para a semana da moda, independentemente das estações a que se referem. Ou será que só eu é que acho que escolhem datas perto do Carnaval e do Halloween para algumas pessoas poderem mascarar-se outra vez?

quinta-feira, 13 de março de 2014

Mas porque é que eu quero saber estas coisas?

Agora, ou seja, nas últimas duas horas, tive duas visitas no blog originadas pela seguinte pesquisa:
"www.fotos de empregadinhas peladas"


Fui bem enganada

Então não é que o Professor Doutor "tenho-três-pós-doutoramentos-em-descasque-de-amendoim-da-Universidade-de-Kinshasa-e-sou -docente-convidado-da-Faculdade-de-Coisas-de-Alguidares-do-Uíge", que se apresenta como "Gestor de topo, ex-CEO de várias empresas, actualmente a "desenvolver e internacionalizar um projecto inovador sobre o qual não posso adiantar muito, por questões de espionagem industruial" (não sei se ria, se chore), afinal nem o antigo 9.º ano tem, as empresas de que foi CEO, foram uma uma pequena construtora e imobiliária, entretanto declaradas insolventes, actualmente a trabalhar numa churrasqueira nos arrabaldes da Figueira da Foz e o negócio altamente secreto consiste em abrir uma churrasqueira em Angola?

Então o "Professor Doutor" não se lembrou que eu poderia conferir as suas referências, ainda por cima depois de me dizer  "A Mirone não me conhece, mas eu conheci bem o seu paizinho na minha infância, ele ainda se deve lembrar de mim"? 

Como é que disse?

"Impessível"?!  
Ouvi bem, das 4 vezes que disse que é impossível haver ensino universitário de qualidade em Portugal? O Professor Doutor "tenho-três-pós-doutoramentos-em-descasque-de-amendoim-da-Universidade-de-Kinshasa-e-sou -docente-convidado-da-Faculdade-de-Coisas-de-Alguidares-do-Uige", disse IMPESSÍVEL? Com "E"?  "E" de estúpido? Impessível?!
É impossível, com "O", de Otário.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Nem só de xanatas feias vive a moda

Também vive de garrafas de Sumol aquecidas,  moldadas e "quitadas" com parafusos que sobraram da montagem daquele armário da Ikea.

Mais tendências aqui.

Revisão da matéria dada

Sim, finalmente o sol voltou e é evidente que a Primavera está quase a chegar.
Sim, podemos pôr os sobretudos de parte e usar roupas mais leves.
Não, não me parece que o calor justifique andar com calções mais curtos que a roupa interior.
Não, se precisas de verificar a depilação na zona das virilhas antes de os vestires é porque os calções em causa não são roupa adequada para levar para as aulas (Para o trabalho? pois.... depende do teu trabalho).
Talvez, talvez, essas pernas ganhassem com uma corzinha e umas sessões de ginásio...

Vamos repetir?  Todos juntos:

"Sim, finalmente o sol voltou e é evidente...."



Caramba, às vezes sinto que estou sempre a escrever o mesmo post... (onde é que eu já ouvi isto?)

Problemas do primeiro mundo não são problemas

Sofro muito. E de muitas coisas.
Nunca vos contei isto porque também nunca achei que fosse um contributo relevante para felicidade dos leitores em geral ou da humanidade em particular e ainda mais particular os dois leitores do sexo masculino que me seguem - ia arriscar três, mas não me parece o momento ou o lugar certo para excessos de confiança. Porém, e porque o critério da relevância para a felicidade dos leitores e da humanidade nunca foi determinante na escolha do conteúdo do blog - nem esse, nem outro - vou contar-vos agora um dos incontáveis motivos do meu sofrimento. Sofro muito, já vos disse?

Tenho um couro cabeludo sensível, circunstância que me causa um desconforto tremendo de cada vez que lavo o cabelo com um champô específico, muito comum e à venda em qualquer supermercado (mas que por acaso é o preferido do Mr Mirone). Primeiro vem a comichão, depois as borbulhinhas e, enquanto o diabo esfrega um olho, já eu tenho as unhas na guedelha e só descanso quando faço sangue. Acontece que o meu champô acabou e eu achei por bem usar o que Mr Mirone usa. Lavei uma vez, nada, lavei duas vezes, nada. Bom, ou os senhores mudaram a fórmula a isto ou estou curada. De maneira que andei a semana inteira a lavar o cabelo com o tal champô. Fatidicamente, ao contrário de tudo o que tinha cogitado, nem os senhores mudaram a fórmula do champô, nem eu fiquei curada, antes fiquei, como de costume, com uma comichão louca que invariavelmente tentei resolver à lei da unha e me deixou a cabeça cheia de feridas pequeninas.

Ontem, nos balneários da piscina, enquanto apertava os sapatos à Mironinho, oiço-a gritar muito espantada:
- Mamã, tens a cabeça cheias de coisinhas brancas, tantas!
Nesse momento senti mil olhos (mil não digo, mas uns vinte, que eram os olhos das mães e pais presentes) a fulminarem-me, como quem diz "Alerta, alerta, temos uma piolhosa no meio dos nossos filhos". E Mironinho continua:
- Não são coisinhas mamã, são cabelos! Depressa, vai ver ao espelho, o teu cabelo está a nascer prateado!
Menos mal, os pais ficam descansados "afinal não temos uma piolhosa com a cabeça cheia de lêndeas, temos só uma adepta do animal print - padrão zebra - no cabelo".
Pus-me a fazer contas de cabeça e percebi que efectivamente estava na altura de retocar a cor das raízes.

...

Estive até há pouco com tinta no cabelo, tinta essa que ardia como tudo nas feridas, a pensar que o Diogo não tinha posto creme hidratante suficiente, que iria ficar com a pele da testa toda manchada e quando me queixei que estava a arder ele respondeu a rir. "Tem de sofrer! Se quer ficar bonita, tem de sofrer!"

Então porque é que não fico?
Sofro muito, já vos disse?


terça-feira, 11 de março de 2014

Por vezes

... quando faço zapping paro naquele programa da SIC, do don't you wish your girlfriend was hot like me, em que as meninas fazem reportagens nas festas.

Por favor

Deixem-se mas é de mariquices, ai que o amor é lindo, que aquilo de filmar estranhos a beijarem-se só funcionou porque eram todos bonitos. Queria ver se vos pedissem para beijar o carocho fedorento e desdentado que arruma carros ao fundo da rua se também corria da mesma maneira e se diziam que o amor era lindo.

Inconfessável

Ou então não.
Ou porque não publico fotografias do meu pequeno almoço no blog.

1. Porque não vejo necessidade. Há outras coisas igualmente disparatadas para publicar (publiquei umas palavras que escrevi sobre fotografias de comida aqui, o último texto, não precisam de ler tudo - em rigor, não precisam de ler nada).

2. Porque fiz um meme a propósito do tema e quero partilhá-lo convosco.

3. Porque apesar de ser uma pessoa que até gosta das manhãs, de não ter grande dificuldade em levantar-me cedo, gosto de manhãs tranquilas, a roçar o zen (sem a parte das sementes e batidos), que me permitam fazer tudo com muiiiiiiita calma e em silêncio (não se sintam na obrigação de falar comigo até eu beber o meu café porque eu, não vos respondendo com maus modos ou a gritar, também não vejo grande necessidade de falar).

Isto para vos dizer que, apreciando o silêncio, tenho dias em que até o barulho dos cereais a serem mastigados me incomoda - se o leite estiver quente eles ficam moles e "silenciosos". E porque gosto que o sabor dos cereais (Estrelitas, Nesquik cereais ou Chocapic) passe para o leite, que num fim bebo directamente da taça. Que elegância, que sofisticação, bem sei!

Pronto, era só isto. Como os meus cereais com leite quente. Agora crucifiquem-me! (já bebi café, podemos falar à vontade sobre o assunto)



segunda-feira, 10 de março de 2014

Pensamento recorrente

... Que me assalta quando preciso de encontar um papelucho qualquer no fundo da minha carteira, papelucho esse que contém uma informação importante "que logo que tenha um tempo passo para a agenda", mas que nunca cheguei a passar, e apenas encontro elásticos do cabelo da Mironinho, talões de supermercado, estacionamento, folhetos do professor Mambo, folhetos da lavandaria Zairinha, senhas do talho, da charcutaria, dos correios, de tudo o que é serviço menos o papelucho, e que diz bastante sobre a capacidade de armazenamento das minhas carteiras e explica porque posso precisar de ser operada a nova hérnia discal:

As carteiras das senhoras deviam ser como os frigoríficos e ter uma luz que se acende de cada vez que as abrimos.  

Coisas que a ciência não resolve

Ultimamente pelo menos quatro dos colegas da Mironinho tiveram um irmãozinho ou irmãzinha. Ela também quer uma mana. Ontem à noite, depois de rezar o anjinho da guarda:
- Boa noite Jesus. Dá um beijinho ao teu Pai e à tua Mãe e faz com que o papá ponha uma sementinha na barriga da mãe para eu ter uma mana ... (pausa) ou um mano.
- Oh Mironinho, não é bem assim. A barriga da mãe não é muito boa para ter bebés.
- Então pões a tua sementinha na barriga do papá e ele tem o bebé.


(não era mal pensado)

Engana-me que eu gosto

Esta manhã foi assim na mesa ao lado da minha:
Macho #1: Eh carago, ainda bem que te encontro. Preciso que me recomendes um bom advogado, um gajo com eles no sítio, que não tenha medo de fazer sangue.
Macho #2: "Atão", meteste-te por caminhos estreitos? Há azar?
Macho #1: Não pá. Foi a minha mulher que me mos (simula uns corninhos  com os dedos) anda a pôr há três anos.
Macho #2: Três anos, eish!!!! Vais pedir o divórcio?
Macho #1: Não! Eu quero perdoá-la, mas não quero que pensem que me estou a "abaixar" a ela. Se um gajo lhe mandar uma carta de advogado a matar é a gaja que se "abaixa" a mim.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Amanhã

Ainda vejo a desigualdade de géneros, a exploração sob todas as formas, vejo violência, mutilação genital feminina, ausência de todas as liberdades, de expressão, de disposição sobre a sua pessoa e estado, acesso nulo ou condicionado à educação, limites à propriedade e iniciativa.
Eu que estou integrada numa sociedade que proíbe a discriminação em função do género, eu que tenho liberdade, que posso decidir se quero casar e com quem, se quero ter filhos, quantos e quando, que pude estudar, que posso viajar, administrar bens e exercer uma profissão, vejo tudo isso e muito mais onde outras que, como eu, vivem numa sociedade que proíbe a discriminação em função do género, que têm liberdade, que podem decidir se querem casar e com quem, se querem ter filhos, quantos e quando, que puderam estudar e exercer  uma profissão, administrar bens e viajar, apenas vêem   jantaradas, bebidas e strip-tease e amuam se o marido ou namorado não lhes levar o pequeno-almoço à cama ou não lhes oferecer um presente.
Amanhã assinalar-se-á o Dia Internacional da Mulher.

Código da Estrada para quem não conduz - noção de prioridade

("E mais não digo", venha cá que este post é para si.)

Contra tudo o  que o meu anónimo preferido possa escrever (mas tenho quase a certeza de que não pensa assim), eu gosto da senhora que me limpa a casa e trata da roupa, a quem neste blog chamo Roberto por ser muitíssimo parecida com o Roberto Leal. Trabalha há mais de 20 anos em casa dos meus sogros e por isso Mr. Mirone fez questão de que fosse ela a vir trabalhar em nossa casa. Está connosco há quase nove anos. É, como se costuma dizer, quase família. E como em todas as famílias, há atritos e conflitos de personalidade. Ainda assim gosto muito dela e, na generalidade, estou satisfeita com o seu trabalho. Não estou tão satisfeita com os três aspiradores que entretanto queimou nestes anos, os dois ferros de engomar que entregaram a alma ao criador nas suas mãos, de louça que se vai partindo, um ou outro objecto de decoração que aparece misteriosamente colado quando eu nem sequer sabia que ele se tinha partido. Isto de deixar entrar em casa um estranho tem muito que se lhe diga e, sinceramente, tenho medo do dia em que se vá embora. Dificilmente encontrarei alguém a quem confie a minha casa como lha confio. Normalmente só nos cruzamos de manhã e eu aproveito para distribuir serviço. 
- Abra as janelas e tire as roupas da cama e a seguir vá para para roupa durante a manhã, depois do almoço faça as limpezas e arrumações, mas se vir que está atrapalhada com muita coisa para fazer dê prioridade à cozinha e casas de banho. Até logo!
- Fique descansada. Até logo.
E eu ia descansada, confiante de que o recado estava bem entregue.
E, efectivamente, o serviço estava bem entregue. Nunca as prateleiras da minha despensa estiveram tão bem arrumadas, com os rótulos todos alinhados, um serviço de régua e esquadro. Dava gosto abrir as gavetas da roupa interior, tudo muito alinhadinho, por cores, feitios e tamanhos.
- Oh doutora, não tive foi tempo para lavar o chão da cozinha. 
Ou
- Não tive tempo de lavar a casa de banho do corredor.
- Está bem, mas para a próxima dê prioridade à cozinha e às casa de banho, não se esqueça.
As semanas sucediam-se e as gavetas e prateleiras da despensa continuavam o sonho do pior, ou melhor, dependendo da perspectiva,  dos obsessivo-compulsivos e eu acabava a sexta feira a lavar o chão da cozinha ou da casa de banho, porque a Roberto não tinha tido tempo para tudo. Até ao dia em que:
- Oh Roberto, mas eu já lhe disse para dar prioridade à cozinha e casas de banho, que arrumar as gavetas das meias é uma coisa que posso ir fazendo durante a semana e também não é uma coisa que esteja a precisar assim tanto.
- Oh doutora, mas dar prioridade não é deixar passar? Pensava que era para fazer outras coisas e deixar passar a cozinha e as casas de banho, não foi que a doutora disse, para dar prioridade?

E assim levei uma valente lição de humildade passando a colocar-me no lugar dos outros sempre que a eles me dirijo, tal como sempre me disseram os meus pais.
Há como não gostar de quem nos recorda estas lições? O que não invalida que continue a achar inadmissível que se queixe do conteúdo repetido dos cabazes alimentares.


quinta-feira, 6 de março de 2014

Então diz que isto vai ser moda?

Ou, parafraseando a NM, porque é que eu nunca poderia ter um fashion blog.

É sabido que o negócio das farmácias já viu melhores dias. A abertura de para-farmácias também não lhes veio facilitar a vida. 
Que não desesperem os proprietários de farmácias ou de lojas de material ortopédico. Há uma luz ao fundo do túnel e vem sob a forma de chinelo ortopédico feio como os trovões, uma espécie de Scholl  cruzado com Birkenstock.
Diz que a culpa é da Céline, mas as marcas mais acessíveis não perderam tempo e também disponibilizam estas traineiras nas suas coleções para a próxima estação.

Olhem só, que elegância! Não vejo a hora de poder ter uma "lindeza" destas nos pés.

Tirei a fotografia daqui, mas não vou permitir que venham aqui atacar a senhora. Lembrem-se que ela é só a mensageira, por muito que vos desagrade a mensagem... 
Concentrem-se nos chinelos, eles sim, são qualquer coisa.

Ainda o Pluriel

Parece que afinal a presença do Pluriel na garagem da minha vizinha tem uma explicação. É o o carro de uma amiga de um outro vizinho que o veio visitar. Ele emprestou-lhe o comando do portão da garagem para deixasse o carro arrumado durante a noite. Disse a senhora, depois de ter sido contactada esta manhã pela GNR das Caldas da Rainha, que quando carregou no comando foi aquele o portão que se abriu pelo que não teve dúvidas de que aquela era a garagem certa. Depois tirou o carro e ficou tudo esclarecido.

A minha vida é muito desinteressante... Uma pessoa aqui a querer vibrar com histórias de polícias e ladrões e depois não passa tudo de um equívoco.


Carros que podiam aparecer na minha garagem

Nem era tanto para mim, que não ligo nada e tenho perfeita noção do ridícula que ficaria num carro destes, mas Mr. Mirone sempre me disse que gosta muito do Gullwing (a versão clássica). Não sendo esquisito, acho que também não diria que não a esta mais recente.

Também o oiço falar muito num Aston Martin...

Não sei se são estes os modelos de que ele gosta, mas quanto mais olho para eles mais me convenço que poderiam ser os carros de um jogador de futebol.

Que desgosto lhe devo estar a dar com estes meus pensamentos...


Sabem aquela história...

... do coelhinho que foi à horta buscar cenouras para fazer o jantar e quando chegou tinha a cabra cabrez fechada em sua casa?
Agora imaginem que em vez de um coelhinho era a minha vizinha, que em vez de ir à horta buscar cenouras tinha ido trabalhar e no regresso, em vez da cabra cabrez, encontra um Citroen C3 Pluriel na sua garagem...
Um dos pisos da garagem do prédio é amplo, e destina-se ao estacionamento, pago, dos clientes das galerias comerciais situadas no rês-do-chão do prédio e os moradores têm boxes/garagens individuais que abrem e fecham com comando. Há um porteiro que apenas deixa entrar os moradores ou, tratando-se de um cliente das galerias comerciais, lhe dá um talão para pagar à saída. Esse porteiro regista as matrículas dos clientes do parque.
O porteiro não tem qualquer registo de entrada daquela matrícula, o que levaria a crer que o carro fosse de um morador. Mas não é. Chamada a polícia constatou-se que o carro pertence a uma senhora das Caldas da Rainha. O carro não foi dado, até ontem à noite, como roubado ou desaparecido e esta manhã continuava na box da minha vizinha.
A minha vizinha está intrigadíssima. Será um dos carros que as finanças vão oferecer aos diligentes contribuintes que peçam factura? Então, não era susposto as finanças sortearem carros de luxo? E não era só a partir de Junho? Um Pluriel não é um carro de luxo e ainda estamos em Março. Só se for uma versão Beta do sorteio, uma versão experimental. Se é, é bom que resolvam esse bug, que um Pluriel  está longe de ser um carro de luxo, como foi anunciado.

Senhor meu Deus, Todo Poderoso, se me estás a ouvir, se tiver de aparecer um carro "sem dono" na minha garagem quando eu regressar, por favor faz com que não seja um Pluriel, se não for abusar da tua boa vontade, pode ser assim um topo de gama cheio de extras, baixo consumo e com zero kilómetros. Ámen.


quarta-feira, 5 de março de 2014

"Dá-se-me" um nó no cérebro

A senhora que me limpa a casa e trata das roupas ligou-me na segunda feira de manhã, muito preocupada porque precisava de me pedir um favor e não sabia como. 
- Sabe doutora, arranjei uma patroa nova que quer dois dias, a terça e a sexta, e como na quarta já tenho os sogros da doutora, era para saber se a doutora não se importava de trocar para as quintas, é só um dia de diferença...
- Sinceramente, até importo, tenho a minha vida organizada para que venha às sextas, veja lá com a nova patroa se não quer ela as quintas, afinal é só um dia de diferença, não é?
Fiquei cheia de remorsos, "se calhar vai perder os dias por eu ter sido inflexível, e faz-lhe falta o dinheiro do trabalho, devia ligar-lhe...". Mas não liguei. 
Hoje ao almoço encontrei-a na rua carregada de sacos de mercearias.
- Boa tarde "Roberto". Quer boleia para algum lado? Vai tão carregada...
- Se me puder levar a casa só para deixar estes sacos, agradecia, que tenho de estar em casa do sr. engenheiro (o meu sogro) às duas.
- Então entre que eu espero por si enquanto vai deixar os sacos e ainda a levo lá, que me fica de caminho.
Entrou no carro, ela e os sacos.
- Ai doutora, foi um anjo que me apareceu no caminho, que vou aqui aflita com o peso. É que agora a Junta (de freguesia) dá os cabazes no mesmo dia que as Conferências (de S. Vicente de Paulo), uma pessoa anda aqui que parece uma mula de carga, fico praticamente sem hora de almoço para ir aos dois lados.
- Pois, vi-a tão carregada. E os cabazes parecem-me bons.
- São bonzinhos, mas não são nenhuma categoria. É sempre a mesma coisa, massa, arroz, grão, feijão, óleo e enlatados, um sumito, uns cereais, ou assim, igual nos dois lados, ainda por cima. No Natal deram um bacalhauzito, mas é muito raro darem coisas melhorzinhas. Se eu quiser um bom azeite tenho de o comprar. Só posso beber leite de soja, tenho de o comprar. Desgraçado de quem precisar deles para comer, doutora... desgraçado, é o que lhe digo.
 - Olhe  "Roberto", lembrei-me agora e não me dá jeito deixá-la nos meus sogros, deixo-a em sua casa, está bem?


Há coisas que não consigo perceber.


Coisas que me acontecem

Não tenho paciência, feitio, tendência, o que quer que lhe queiram chamar, para embarcar em histerias, febres, loucuras, rebanhos, o que quer que lhe queiram chamar, atrás de negócios recém inaugurados. 
Por exemplo, sou incapaz de, conscientemente, ir a um restaurante logo que inaugura. Das poucas vezes que o fiz, levei barretões monumentais, comida de má qualidade (ou de qualidade inferior à anunciada e cobrada), tempos de espera injustificáveis, muita confusão... Pode dar-se o caso de ir a passar e precisar de almoçar ou jantar e entrar e vir depois a saber que o restaurante abriu há poucos dias. Na generalidade sou da opinião que perante um negócio novo convém esperar, deixar a poeira, ou os confetti da inauguração, assentar para avaliar a qualidade da "coisa".
Recordo-me perfeitamente de só ter ido ao Colombo uns três ou quatro meses depois de ter sido inaugurado - e não altura não se falava noutra coisa, ai que é um mundo, ai que na Europa não há igual, tens de ir, como é que ainda não foste?
Mas uma coisa é deixar assentar a poeira, outra é deixar que o negócio ganhe teias de aranha, que é mais o que eu faço.
Há seis meses abriu uma casa de sandes de leitão aqui por baixo. Achei por bem não ir logo, tinha muito tempo para experimentar. Deixei passar um mês, dois, três. Acabei de descobri que a casa de sandes de leitão fechou no fim de Fevereiro.

Acontece-me tantas vezes.

terça-feira, 4 de março de 2014

Eh, meu amigo Charlie Brown!

Eh, meu amigo Charlie Brown, Charlie Brown!

Dizem que a cachaça é água, 
Cachaça não é água não, 
Cachaça vem do alambique 
E a água vem do garrafão/ribeirão (escolham vocês, que o meu repertório carnavalesco não é nenhuma especialidade...)

Atravessando o deserto do Saara, 
o Sol estava quente e queimou a minha cara...


Bom Carnaval!!!!!! (yeiii, apitos, confetti e serpentinas), para quem gosta.

Está quase, aguentem só mais um bocadinho (paciência),  para quem dispensa.

Como é que é?

"Atão" mas ninguém trabalha hoje?!
Não sendo feriado eu lá ia gastar um dos meus preciosos dias de férias para gastar no dia de Carnaval? Só se fossem três ou quatro, para sair na sexta e só regressar quando a fantochada toda acabasse.
Tantos homens em alvoroço porque podem finalmente vestir roupas femininas sem retrições parece-me suspeito, não sendo psicóloga vejo ali muito recalcamento, não sei...
E é mesmo preciso mascaramo-nos para irmos para os copos ou dançar com os amigos? Não podemos fazê-lo o ano todo com as nossas roupas "normais"?

segunda-feira, 3 de março de 2014

Mirone, papa-léguas.

Diz-nos Mirone, depois de Londres, que destino fantástico te espera?

A Trofa.

Ou, como eu lhe chamo, "Querias ficar a ver a cerimónia dos Oscars até tarde, e as fatiotas das vedetas, querias? Não?! Calha bem, é da maneira que te vais levantar cedinho, ainda de noite, e conduzir debaixo de chuva umas centenas de kilómetros se lá quiseres estar perto das onze da manhã".

A esta hora já devo estar a meio caminho dessa cidade maravilhosa onde outrora se ergueram as mamoas de S. Pantaleão. Se houver algum trofense que queira explicar ao vasto auditório mironiano o que são as mamoas de S. Pantaleão e sua importância, pois faça o favor de se chegar à frente. Se não houver também não há nenhum problema. Tenho a certeza de que cultos e informados como são, os leitores do Mirone sabem de  que se tratam as mamoas de S. Pantaleão, se terem de ir pesquisar na internet.

Há vidas de sonho, não há? Pena é que a minha não seja uma delas.


domingo, 2 de março de 2014

Jubileu Mironiano

"Olhe Mirone, depois risca o zero e põe um três antes do oito, está bem? É só uma lembrançazinha, uma coisinha sem importância, mas o que conta é a intenção..."

Obrigada! Lembrou-se, é uma querida! Vou reservar-lhe a primeira fatia do bolo.

sábado, 1 de março de 2014

É sempre a mesma coisa...



Então? Não vai chorar, pois não? A tia tinha prometido. Vá, não fique triste, não a quero ver amuada. Prometo que volto logo que possa. Eu depois ligo quando chegar para a tia ficar descansada. Agasalhe-se que está muito vento de deram descida de temperatura para a noite. Tenho mesmo de ir, tia.

Aqui que ninguém nos ouve, também detesto despedidas.