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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Não me lembro

... quando foi a última vez que vi um "photoshopismo" tão mau.
Aqui

Great expectations

Se for verdade que os astros se alinham a favor de alguém, de repente parecem alinhados a meu favor. Por isso, estrelinhas mai'lindas, planetas mai'redondinhos, coisas boas da Mirone, aguentem só mais um bocadinho sim, mantenham o alinhamento até amanhã à tarde, pode ser?
Agradecida!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Agora lembrei-me de Bon Jovi

Não gosto particularmente de Bon Jovi. Aliás, sinto até uma certa aversão às suas música, mas estou desde o início da manhã com esse hino enchedor de estádios de futebol que é "You give love a bad name" a tocar na minha cabeça.
Esta manhã encontrei no café uma antiga colega de escola com quem não falava há uns anos. Tinha a melhor das ideias a seu respeito e fiquei verdadeiramnente feliz quando nos vimos. Lembro-me que era boa aluna e bem formada, muito bem formada, mesmo, sempre bem disposta e pronta para ajudar.
Encetámos a conversa típica de quem não se vê há uns anos valentes, casaste, tens filhos, onde trabalhas. Fiquei a saber que é professora do ensino básico, casou com o namorado de sempre, daqueles que vêm quase desde a escola primária, e tem uma filha com dois anos e meio.
- Mas tenho estado em casa, de baixa. Depressão, sabes. Então não é que no ano passado me colocaram na escola do bairro A... (um bairro social)?! Era o que mais faltava, aturar índios e ciganada. Credo, até tinha nojo de pegar na minha filha quando chegava a casa, tinha de tomar banho antes. Meti baixa e foi o melhor que fiz.
- E este ano, foste colocada?
- Fui, em Setúbal, vê lá tu! Mas não conto pôr lá os pés. Já viste, ir agora assim para Setúbal. Em boa hora, o meu marido andava farto de me pedir mais um filho, que queria tentar o menino, foi agora.  Vim agora de fazer as análises do primeiro trimestre. Vais ver se não meto baixa. Já tenho 37 anos, é uma gravidez de risco. Há aí muito professor que não ficou colocado a precisar de trabalhar. Olha agora ir para Setúbal.
-Eish... Olha as horas, tenho de ir. Boa sorte então com esta gravidez... Gostei de te ver...

E é isto, tenho aqui o louro das madeixas a gritar "you give teachers, a bad name". Logo eu que tenho tantas professoras na família e sei o quanto trabalham...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pára tudo!

O Cristiano Ronaldo tem uma parceria nutricional com a Herbalife!*



Era só isto.

*Vi hoje, mas a parceria já tem uns meses.

Dejá vu

Acabou de me acontecer, leitores, mais uma vez. Mirone, a participar em vexames em público desde... sempre?
Corria o ano de 2011, se não estou em erro, e o Palácio das Galveias acolhia uma exposição sobre instrumentos de tortura medievais (tenho cá para mim que foi aqui que o nosso ex-primeiro se inspirou para escrever a sua teses de mestrado).
Era sábado de manhã e o casal Mirone entendeu que seria uma belíssima forma de abrir o apetite para o almoço. Sala atrás de sala lá estavam elas, das mais imaginativas  máquinas de empalamento, aos simples alicates de arrancar unhas, dos quebadores de joelhos aos singelos garrotes, a arrancar esgares e arrepios aos visitantes. A certa altura, um casal que seguia à nossa frente protagoniza o episódio do dia.
Sem que ninguém esperasse, pelo menos sem que o esperássemos, o senhor cai redondo no chão. Ela desesperada, ajoelha-se e começa a gritar enquanto o sacode violentamente:
- Fernando, Fernando! Fernando, acorda! Socorro, ajudem! O meu marido está a sentir-se mal!
E o que é que o casal Mirone faz? Assume a sua condição em plenitude. Recua dois passos, cruza os braços e comenta entre si:
- Sabias que isto tinha um espectáculo associado? 
- Sim senhor, por acaso até é uma ideia gira, resulta. E olha que não vão nada mal. Muito realista, até.  esta nova geração de actores até se safa. Infelizmente não têm as oportunidades que deviam...
De joelhos, lavada em lágrimas, a senhora gritava:
- Fernando, Fernando! Ajudem!
E vira-se para nós, capaz de nos comer vivos (que apropriado, já que falamos de tortura) e ordena:
- Mexam-se! Pelo amor de Deus! Não fiquem aí parados, chamem o INEM!
Só então caiu a ficha. Afinal não era uma representação, era real e o Fernando precisava efectivamente de ajuda. Entretanto o segurança já lhe estava a aplicar manobras de primeiros socorros e reanimação e  Fernando retomava a consciência.
Aparentemente, impressionado com os instrumentos expostos, tinha tido uma quebra de tensão que originou o desmaio.
Depois de pedir mil perdões ao casal, de lhe explicarmos que julgávamos tratar-se de uma encenação, saímos de fininho com vontade de nos enfiarmos num buraco.
Hoje a história repetiu-se. Mas tenho a memória fresca e desta vez estava preparada.
Tomava eu o meu café antes de começar a trabalhar, quando um casal de adolescentes se senta na mesa ao lado da minha. Sorrisinho daqui, cochicho de acolá, tudo corria bem até que ele cai sonoramente sobre a mesa, inanimado. Pummm!
Num salto, viro-me para a rapariga que estava com ele e digo com voz firme ( quero acreditar que foi com voz firme, que não gritei):
- Calma, não se assuste! D. Creuza, ligue para o INEM, por favor!
- Oi? Quer o quê? - pergunta a dona Creuza.
Do outro lado, duas sonoras gargalhadas.
- Não é preciso, era uma brincadeira! Está tudo bem. Nem pensei que fizesse tanto barulho...
Mais uma vez, o sangue a subir-me o corpo e a tomar-me a face.  Novamente a vontade de enfiar a cabeça num buraco.

Definitivamente, não dou para samaritana!


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

As estatísticas e o tsunami

As estatísticas dizem-me que estou a ter o maior número de visitas da Asia de sempre, nomeamente China, Japão e Indonésia.
Pudera! O Japão acabou de lançar um alerta de tsunami na sequência de um sismo de grande intensidade.
Fico a pensar na desilução que deve ser quando chegam até aqui.
Quem me mandou escolher o nome de um programa de observação cartográfica e da actividade ssismica? 

Ao que isto chegou...

Não gosto nada deste tipo de chavões, "ao que isto chegou", "é o país que temos", mas neste momento não me ocorre mais nada.
Bom, até  me ocorre.  Podia citar Charles Dickens, em A Tale of Two Cities e dizer  "It was the best of times, it was the worst of times.". Naturalmente, daria especial ênfase à parte do "worst of times", mas depois haveriam de achar que era uma grandessíssima pedante, a armar ao pingarelho. De qualquer maneira, o que se passou e que aqui deixo em forma de desabafo, não merece Dickens. Por mim, ficará com um "ao que isto chegou".
Nestes últimos dias tenho partilhado no blog episódios que, nada tendo de extraordinário, saem da rotina e por isso lhes dou destaque. Já mais que uma vez recebi comentários do género "mas onde é que andas?", "é no que dá viver em sítios pobres". Tinha para mim que eram episódios pontuais, excepções, que não senhora, moro e trabalho em locais seguros e, em regra, não frequento por zonas problemáticas. Mas hoje sou obrigada a dar a mão á palmatória. Vivo na selva, estou entregue à bicharada.  Ao que isto chegou, senhores leitores!
Pois que no meu prédio há vizinhos com elevado sentido de estética que, suponho (se calhar os motivos são outros, quem sabe, preguiça de ir aos correios, duas portas ao lado, pedi-lo),  não querendo perturbar a linha arquitectónica da fachada, optaram por não colocar nas caixas do correio o autocolante amarelo "publicidade não endereçada, aqui não". Contudo, não gostando também de publicidade não endereçada, suponho também que têm vidas muitíssimo atarefadas que não lhes permite fazer a selecção do correio no recato do lar e optam por fazê-lo no hall do prédio. Por isso, em reunião de condomínio, a maioria dos proprietários decidiu que se adquiriria uma papeleira, onde as pessoas que não querem colocar o tal autocolante, possam deixar os mil e um catálogos que diariamente lhes chegam à caixa de correio. 
Escusado será dizer que nunca a linha arquitectónica do hall do prédio foi tão valorizada. Na verdade, pondero propor à assembleia de condóminos a redenominação e afectação da utilização do hall como galeria de arte . Num prédio onde a limpeza (e consequente esvaziamento da papeleira) é feita duas vezes por semana é maravilhoso dar de caras com semelhante instalação sempre que se entra no prédio. É uma obra colectiva e penso que se chama "papeleira a abarrotar". Devo estar a maçar-vos com este discurso sobre arte. Bem sei, não é assunto para todos. Adiante. 
A minha tristeza, a minha revolta, aquilo que me deixa sem palavras senão "ao que isto chegou", foi constatar que esta semana roubaram a papeleira. Uma papeleira?! Quem é que rouba uma papeleira?! Que gente é esta? Que tempos são estes?
Ao que isto chegou! É o país que temos!




Bom, a condição de galeria de arte mantém-se. A nova instalação chama-se "Amontoado de panfletos publicitários no cantinho junto às caixas de correio".

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pode ser?

Pessoas que cheiram a cão molhado quando chove:
O vosso cheiro não vos incomoda? Não?! Nem um bocadinho?! Nadinha mesmo? Nada, nada, nada?! Ah, perderam o olfacto por exposição excessiva... Que maçada, deve ser horrível. É horrível, acreditem, pelo menos para quem tem que levar com o vosso cheiro, é dramático.
Então, vamos combinar uma coisa. Uma vez que já estão molhados, aproveitam e passam um sabonete pelo corpo e detergente pela roupa, pode ser?
A vocês não custa nada, há sabonetes ao preço de uma bica, pelo amor da santa! Mas para quem vos rodeia faz toda a diferença.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Valha-me S. Crispim...

... Padroeiro dos sapateiros, que o S. Pedto não me ouve e está a chover.
Como diria a Palmier, por razões cá da minha vida, encontro-me num descampado, ao pé de uma ribeira, nas imediações de uma sinicultura, a acompanhar uma inspecção das autoridades ambientais.
Sabendo ao que vinha, e não possuindo umas galochas fashion (na verdade, nem galochas fashion nem botins ou botas de borracha não fashion, que era assim que lhe chamavam as pessoas que trabalhavam no campo no lugar onde cresci), trouxe umas botas fechadas, sem salto, robustas. 
No momento em que vos escrevo, estou no carro, abrigada da chuvinha miudinha. Lá fora, a inspectora, devidamente equipada, pois que faz isto todos os dias, acabou de escorregar pela margem da ribeira e tem lama até ao pescoço. De nada lhe valeram as galochas. 
Temo pela saúde das minhas botas...
Já agora, caros leitores, podem informar-me qual é o santo padroeiro dos mergulhadores? Acho que nem de escafandro me livrarei de um banho de lama. Pode ser que faça bem à minha pele ( que à das botas, tenho sérias dúvidas).

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Produtividade

Desenvolvi ao longo dos anos uma capacidade ímpar de procrastinar. É uma coisa profundamente egoísta, bem sei, mas neste momento qualquer idiotice parece ser mais interessante e importante do que o que verdadeiramente preciso de fazer. Tenho uma série de coisas para organizar durante esta semana, de maneira que a primeira coisa que decidi fazer foi mergulhar na internet. Minto-me e digo que se trata de uma pesquisa, que será muito útil, quando na verdade sei que é distracção pura e dura. É uma espécie de recreio que me concedo, mesmo antes de começar as aulas. Na escola havia uma campainha que nos dizia que o recreio tinha acabado, agora a campainha toca apenas na minha cabeça, mas como não sou dessas pessoas que ouvem coisas e sobretudo porque posso, estou a ignorá-la e continuo no recreio. O meu corpo pagará a falta de juízo da minha cabeça.
Entretanto passei pelo facebook. Assim de repente hoje já vi 3 fotografias de perfil que devem ter, no mínimo, 30 anos. Não estou a falar de fotografias de infância, estou a falar de pessoas com perto de 60 anos que usam como fotografia de perfil a fotografia da primeira carta de condução, ou tirada na festa de fim de ano do liceu. Não sei porque o fazem. Será para que os antigos colegas os reconheçam. Com mais 20 kg, outras tantas rugas e cabelos brancos - quando ainda existem - e uma farta bigodaça ninguém saberia que aquele Mário Antunes é o "Marinho Crazy" que organizava as excursões à Serra da Estrela, que a Lurdes Ferreira era a Milu Lopes). Será que não se sentem confortáveis com os tais 20 kg a mais e as rugas que entretanto se instalaram e querem lembrar-se e ser lembrados tal como eram  nos anos em que estiveram no seu melhor? Mas será que o seu melhor aspecto foi com aquele penteado, naquela pose de torcicolo, pois que pelo menos uma das orelhas deveria ficar visível, com os óculos tortos para que não fizessem reflexo (truques de fotógrafo quando os programas de tratamento de imagem eram uma miragem). 
Submersa nestes pensamentos lembrei-me que há uns meses "descobri" a ultimate procrastination app, que é como quem diz, uma aplicação idiota cujas horas roubadas à produtividade é proporcional aos momentos de diversão proporcionados. Chama-se Yearbook Yourself e, como o nome indica, permite fazer montagens de fotografias ao melhor estilo dos antigos anuários dos liceus americanos.
Não preciso de vos dizer o que estou a fazer há mais de meia hora...


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

E a seguir?

Estou no banco e tenho quatro pessoas à minha frente até ser atendida.
Ao meu lado está um senhor a cortar as unhas com um corta unhas preso num porta-chaves com umas vinte chaves das mais variadas formas e tamanhos. A discrição em pessoa, portanto. Click, tchilim-tchilim, click, tchilim-tchilim. O que é que vai fazer quando acabar? Descalçar-se e cortar as unhas dos pés? Ou guardar as aparas e começar a palitar os dentes?
Aceitam-se apostas...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Se Maomé não vai à montanha...

... a montanha vai a Maomé.
Andará a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em tournée pelo país?
Peço desculpa pela má qualidade da imagem, mas foi tirada em andamento (não era eu que estava a conduzir).


Corajosa, hein?

Hoje almocei numa zona de esplanadas.
Vinda de não sei muito bem onde, surge uma toxicodependente grávida a mendigar. Não consegui atribuir-lhe uma idade. Magra, desdentada, tresandava. De olhos vidrados, colava-se às mesas, de mão esticada, enquanto gemia algo imperceptível. A gerente do restaurante apercebeu-se e, de imediato, pediu-lhe que se afastasse, que não podia estar ali a mendigar. 
A fulaninha fingia que não ouvia e continuava de mão estendida à frente dos olhos dos comensais. A gerente insistia, de forma educada mas firme, pedindo-lhe que saísse ou teria de chamar a polícia. A outra com ar desafiador, empurrava-a com a barriga mas acaba por se encaminhar para a esplanada do restaurante ao lado.
A empregada que estava às mesas pediu-lhe que saísse, a rapariga fez orelhas moucas. Vem o gerente e diz-lhe que não pode estar ali, que saia. Ela ignora-o. Ele volta a dizer-lhe que saia.
Eu estava francamente incomodada, a pensar no que seria a vida daquela desgraçada e da sua criança se, efectivamente, vier a nascer.
Então começo a ouvir gritos. Era ela, novamente com a técnica do empurrão com a barriga, que desafiava o dono do restaurante. "O que é que foi, pá? Não saio! Não tenho dinheiro, estou só a pedir, só dá quem quer! O que é que vais fazer? Vais bater-me, vais? Vais bater numa mulher? Numa grávida? Palhaço! Vai pró c#&%&/$, seu m%$/&!".
O dono do restaurante manteve-se calmo, mostrou um sangue frio incrível. Deu-se a coincidência, ou não,  de passar um carro de patrulha, e a rapariga pôs-se a andar.
Não imagino como teria terminado o episódio se a polícia não tivesse chegado entretanto. A rapariga parecia disposta a agredir o dono do restaurante. Se este ripostasse, haveria de se fazer de vítima, pobre grávida indefesa, vitima de violência.
Enojou-me. Não porque estivesse suja, não porque fedesse, mas porque não vi mais que premeditação, maldade e egoísmo na sua atitude. Não consegui ter qualquer espécie de dó ou empatia pelo sofrimento que ela pudesse sentir. Quis muito dar-lhe dinheiro, muito, para que o gastasse todo em droga, e que se matasse de uma vez. 
Há poucas coisas que me irritem mais do que estas atitudes provocadoras de gente cobardolas armada em corajosa que, na primeira oportunidade que lhe surja, se fará passar por vítima.
Hoje foi a mendiga. Podia ser o puto bully que humilha e agride o colega na escola, mais tarde em ambiente de trabalho, o troll da internet. Infelizmente, constato que estamos rodeados de "corajosos" deste calibre.



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Entretanto, na capital do Império...

... a pedido de uma amiga a quem não se diz não e que na véspera, perto da meia-noite, nos liga a dizer que teve um imprevisto e precisa de um favor nosso, "sabes que se não fosse urgente não te incomodava", "Claro, as amigas estão cá para isso, diz lá o que precisas", marca-se um encontro com um guineense desconhecido no Martim Moniz. "Diz-me que roupa levas para eu o avisar. Ele é guineense e usa roupas tradicionais". 



Guineense, roupas tradicionais, no Martim Moniz. Com certeza, para a próxima marca ao pé do S. Carlos, que é mais fácil...

Se não der notícias até à hora de almoço, mandem procurar-me. 


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Será serviço público?

Pessoas que lêem o jornal em voz alta no café, mas voz alta mesmo, de forma a ouvir-se em toda a sala, isso é o quê? Uma promessa? Um castigo (para quem?)? Uma demonstração de capacidades? Serviço público?
Eventualmente adianta serviço às outras pessoas que também possam estar interessadas em ler as notícias.



Depois de passar parte da manhã enfiada em tudo o que é loja e armazém chinês, à procura de doze disfarces de fada e outros tantos de príncipe, sentindo-me completamente drogada por aquele cheiro a borracha/petróleo, era mesmo disso que eu precisava, enquanto bebia um chá. Ainda eu tinha pena das meninas que trabalham nas perfumarias dos shoppings...

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sujeita a apanhar uma doença...

Outra vez os calções curtinhos...
Hoje foi dia de almoçar com Mr. Mirone  num restaurante elegante. 
Ao nosso lado, um senhor de ar distinto e bem posto estava acompanhado por uma mulata deslumbrante que trazia em roupas, jóias e acessórios o equivalente ao PIB de um pequeno país da Africa subsahariana. A certa altura a mulata levanta-se. Que corpo, parecia a Naomi Campbell, mas mais clarinha. Sapatos vertiginosamente altos, uns calções de pele pretos mínimos, a mostrar a prega da nádega.
Mr. Mirone, de boca aberta, pergunta:
- Viste os calções que ela trazia? Achas normal?
- Vi. Olha estão 30 graus, e ela se calhar está habituada a climas mais quentes. Pelo menos tem boas pernas para os usar, nem uma gordurinha, zero celulite, uau. O velhote é que a sabe toda!
- Não é isso! Por acaso não tem ar de quem vá para casa de transportes públicos, mas aquilo são calções para apanhar uma doença venérea se se senta num banco sujo.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Mas que raio é isto?

O Kuwait anunciou a criação de testes médicos para detectar a homossexualidade nos aeroportos. Leia mais aqui.
Afinal o "gaydar" existe. E a estupidez também.

Tenho cá para mim que é burrice...

Porquê, meu Deus, porquê?
Porque é que escolho ir a repartições públicas em dias de calor, se tenho a sorte de ser eu a definir a minha agenda? E porque é que vou logo de manhã, se sei que é quando toda a gente vai para não perder o dia todo? E que, portanto, acabo por demorar mais tempo do que se for da parte da tarde? Porque é que há sempre alguém com noções de higiene diferentes  das minhas que se senta ao meu lado? E porque é que não se limitam a fazer isto, têm também de querer conversar comigo? Querem mesmo que lhes dê a minha opinião sobre o facto de lhes terem tirado o RSI? É que se calhar não querem...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Greve

Hoje os trabalhadores do Metro de Lisboa fazem greve. Fecham-se estações, os transportes alternativos não são solução suficiente, os utentes chegam tarde aos seus destinos, enfim, daqui a nada vamos ter mil e um posts por essa blogosfera fora sobre o tema das greves e dos direitos e deveres de uns e de outros. De maneira que eu, que não sou afectada pela greve porque até vou trabalhar de carro (e perto de casa), fico aqui no meu canto, caladinha. Caladinha, não é bem assim. Quero pedir aos senhores grevistas que, no mínimo, venham visitar o meu blog, para me compensarem pela perda de leitores que a greve possa ter causado.
Umbigo grande? Não sei do que estão a falar...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

And the Emmy goes to....

Acabei de saber aqui que a novela Windeck, O Preço da Ambição está nomeada para os Emmy na categoria de melhor novela. Quem conhece a novela de certo partilhará comigo esta alegria, não é assim?
Priceless!

O que é o comer?

Fico doente, leitores, fico doente quando oiço alguém referir-se a comida como o comer.
Podia ficar doente quando apanho uma corrente de ar mais forte, quando como qualquer coisa que me cai mal, quando apanho um vírus ou algumas bactérias decidem atacar. Na verdade também fico, mas "o comer", "prontos", deixa-me assim. "Hadém" convir, senhores leitores, que "derivado a" essas coisas uma pessoa se sinta atacada dos nervos. Se "o comer", e outras pérolas de igual gabarito, vierem de gente com formação académica, então é caso para "a gente ficarmos" quase de cama. Aquilo fere-me os tímpanos, como feria o som do giz, em certos ângulos no quadro de ardósia da escola.
"Portantos", se além da pontuação esquizóide dos meus posts, alguma vez depararem com jóias preciosas (as do acordo ortográfico não valem), que vos firam a retina como "o comer" me fere os tímpanos, agradeço que me avisem.
"Obrigadinhas". Continuação e saúdinha (também gosto tanto!)
.
PS - As segundas feiras são o dia de folga do restaurante aqui ao lado. Acabei de ser convidada - às 9.30 da manhã!- por um colega para ir a outro mais abaixo, que "o comer" lá é bem bom e no placard que põem no passeio dizia que hoje eram filetes de polvo com arroz do mesmo e jardineira de pato que é uma especialidade. Se vos apetecer um destes pratos, é ir cedinho, que o polvo esgota depressa.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

1700?!

Pessoas, leitores, confessores, sim, confessores é a palavra certa, que é a vós que confio os meus pensamentos mais íntimos.
Escrevo-vos (vo-vos, que bonito!), escrevo-vos de coração desfeito. O meu peito sangra! 
Esta que aqui escreve é não mais do que uma alma penada que descrente se arrasta por um purgatório que aparenta não ter fim. Porque aquilo que tinha como céu se revelou, esta noite, o pior dos infernos.
Eh que exagero, Mirone! Deixa-te queixumes e diz lá o que te aconteceu.Que céu era esse que afinal é o inferno?
Cerelac, farinha láctea!
Pronto, fritou de vez.
Não, não fritei. Depois de uma semana preenchida, com a Mironinha "encomendada e entregue" para um fim de semana com os avós e Mr. Mirone ausente em trabalho, pedia-me o corpo, como sempre pede, o que de melhor sei fazer, nada.
Banho demorado, "besuntanço" com tudo o que é creme, pijaminha e roupão confortável, bem-vindo fim de semana, venha a mim o sofá! Não me apetecia cozinhar, mas apetecia-me um aconchegozinho no estômago. Coisa pouca, que pela noite não convém comer muito. Bebo um leitinho morno e como umas bolachas Maria ou um chá e uma torrada. Leite e bolachas não, que marcha meio pacote em três tempos. Uma torrada e um chá. Nah, tem muita mão-de-obra. Se calhar só fruta. Vou à cozinha. Oh lá lá! Cerelac!.Um pratinho de Cerelac é que era. A Mironinho nem é grande apreciadora, fica aí a estragar-se. Se bem o pensei, melhor o fiz. Oooops, caiu tanto, vai ficar entulho, quase dá para espetar a colher.
Ai que consolo, era mesmo isto. Como é que eu não me lembrei antes? Deixa-me só pôr o prato na máquina e arrumar a Cerelac e o sofá é meu até Mr. Mirone chegar. Pego na quase mítica caixa amarela. Olha, mudaram o bebé e a mãe. Tenho ideia que ainda há pouco tempo era a senhora do pull-over bordeaux. Até tem um ursinho todo fofinho a dar a informação nutricional... Ehehehe! Deixa cá ver se vou crescer forte e saudável. Por acaso devia ver os rótulos mais vezes. Não me fazia mal nenhum saber quantas calorias ando a ingerir por dia. Depois queixo-me que estou uma texuga.
Ora bem, valor energético, está aqui! 100gr, 1700kcal. Não, deve ser a embalagem inteira. Deixa-me ver melhor. 100 gr, 1700kcal. 1700kcal!!! 1700 kilocalorias?! Por 100 gramas? Mil-e-setecentas-kilocalorias!!!! Mas eu devo ter comido perto de 150gr, aquilo parecia entulho! Hão-de ter sido, no mínimo, umas 2000 kcal! 2000 kilocalorias?! Ah, uma coisinha ligeira, que à noite não convém exagerar... 2000 kilocalorias!!!! Mas isso é mais do que uma mulher adulta deve comer por dia! Nãooooooooo! (Agora era suposto acordar, alagada em suor, ofegante e perceber que estava a sonhar).
É verdade pessoas, foi um pesadelo não foi? Pessoas, pessoas! Digam-me que é mentira, que a Cerelac não é aquela bomba calórica. Digam-me que um prato de Cerelac tem as mesmas calorias que uma maçã verde! Por favor, a Cerelac não! Eu dava aquilo à minha filha! É praticamente o mesmo que comer banha às colheradas! Haverá salvação?
Oh martírio!

Actualização - Esqueçam tudo o que vos disse. OCorvo mostrou-me a luz. Afinal eram Kilojoules. O choque foi tal que já não li mais nada depois de 1780. Fica aqui a devida rectificação (e a certeza de que nunca serei uma "blogueira" de sucesso, que até é convidada para os eventos da Nestlé): 100 gramas de Cerelac preparados com água têm 422 kilocalorias. Mas não deixa de ser um abanão...

Catatonizei...

Desde já, respeitados leitores, as minhas desculpas. Sinceras, sentidas, com todas as minhas forças, que são poucas, muito poucas, no estado em que me encontro.
Eu sabia que ia ser mau, avisaram-me tanto, mas não esperava que fosse tão mau. De alguma maneira, pensava que não iria acontecer e a vida dava-me razão. Por cansaço, por ter outras coisas para fazer ou simplesmente porque não quis, ainda não tinha passado os olhos pela TVI ao fim da noite. Sim, estou a falar da Casa dos Segredos. Até ontem. Quinze, vinte minutos bastaram. Havia tanto para dizer, mas não consigo.
"Catatonizei".
Quase 12 horas depois, acredito que os danos sejam irreversíveis...


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O céu é o limite

Li esta tarde, na edição on-line do Sol, que o presidente russo, Vladimir Putin, está nomeado para Nobel da Paz "por promover activamente a resolução de todos os conflitos que surgem no mundo".
Leitores que tudo sabem, os meus, alguém me dá a morada ou e-mail da Academia Internacional da Unidade Espiritual e da Cooperação dos Povos do Mundo, para mandar o meu curriculum vitae?

Um minutinho da vossa atenção, por favor.

Renault Captur, o que é?

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Yes I can!

Não, este post não tem nada a ver  com o Presidente Obama e com a suspensão dos serviços públicos não essenciais que a reforma do sistema de saúde e controlo de gastos do governo está a causar nos Estados Unidos. Mas podia ter. De qualquer forma, revelou-se uma decisão muito a jeito do meu orçamento e finanças pessoais.
Pois que depois de um Verão pleno de praia e piscina, o meu cabelo se mostrava especialmente castigado e que as outrora lindas madeixas douradas se assemelhavam em tudo a um piaçaba albino cruzado com esfregão de arame. Acho que é a primeira vez, agora segunda, que escrevo piaçaba. Obrigada querido blog por me proporcionares estes momentos descoberta e qualidade literária única (boa ou má qualidade, isso é outra conversa)! 
Impunha-se, portanto, cumprir o mandamento de S. Restaurador Olex e voltar à cor com que nasci.
Escusam de rir e antecipar a minha desgraça. Tenho umas mãos habilidosas, algum jeito para as artes, é verdade, mas jamais me passou pela cabeça a pintar o cabelo sozinha, ainda que, depois de tantos anos a observar a minha cabeleireira, ache que aquilo não tem ciência nenhuma. E pronto, aproveitei a hora de almoço, entreguei-me às mãos de uma profissional e o meu cabelo voltou a ter a sua cor natural.
- Tem andado a abusar da chapa... 
- Um bocadinho. (Todos os dias)
- Mas faz a máscara pelo menos uma vez por semana.
- Sim (sempre que me lembro)
- Havíamos de cortar estas pontas, estão tão estragadas...
- Mas eu queria deixar crescer mais um bocadinho (deve pensar que eu não sei que está desejosa de me tirar um palmo de cabelo).
- Só aqui à frente, a franja está sem corte.
- Fica para a próxima, hoje não. Seque como de costume, pode ser?
Saí de lá com uma cor natural, mas a ideia de cortar ficou ali a moer-me. Realmente estas pontas estão um bocado  estragadas, parecem palha. Devias ter cortado, Mirone. Que estupidez, podias ter aproveitado. Agora tens de lá voltar e levas um corte que te deixa careca. De qualquer maneira era mais a franja. Qualquer um corta a franja, não há-de ser muito complicado, eu vejo bem como é que elas fazem, torcem o cabelo e cortam pela ponta do nariz para ficar escadeado. De certeza que se eu quisesse conseguia. Eu é que não quero. Ou quero? Claro que não! Vou só ver um tutorial na net para confirmar que é só torcer e cortar. Mas não vou cortar, é só ver. E logo a franja. Ainda ficava como a da Beatriz Costa. Nem pensar, cortar o meu próprio cabelo. Era preciso estar maluca. How to cut your own bangs. Xii, tanto tutorial. Pfff, só se eu fosse doidinha de todo é que me punha a ver os vídeos das teens americanas. Seis minutos, já agora deixa lá ver. Separar um triângulo sensivelmente três ou quatro dedos acima do meio da testa até à direcção da ponta das sobrancelhas. Por acaso tenho aqui a escova à mão. Só para ver, por acaso não tem ciência nenhuma. De qualquer maneira não vou cortar. Torcer o cabelo. Olha, parece uma tesoura de escritório. Realmente, estas miúdas nem as pensam. Já agora deixa lá ver como é que fica. Mas não vou cortar. É só por curiosidade. Segurar o cabelo mais ou menos na altura entre a ponta do nariz e o lábio. Por acaso se eu quisesse também conseguia. Mas não quero. Caramba, ainda posso pagar um corte de cabelo. Cortar, deixando o cabelo desenrolar-se. Por acaso não ficou mal. Se eu quisesse conseguia. Mas não quero. Por acaso a tesoura dela até parece esta. Vá, só simular. Deus me livre! Cortar o meu próprio cabelo. Só se estivesse tolinha de todo!
 ...
Um minuto depois: Yes, I can!
Uma tesoura de escritório é bem boa, se não tiverem aquelas todas mariquinhas e profissionais.



Logo hoje...

... tive de beber café a correr.
Já ontem vos falei do muito que aprendo com as conversas (em rigor são praticamente monólogos) da D.ª Creuza. Logo hoje que o tema era operações de mudança de sexo.  Assim que tenha um tempinho já vos venho contar como é. Ah pois, que a D.ª Creuza também percebe muito de cirúrgias plásticas, uma verdadeira Dr.ª Pitanguy, não venha ela do Brasil.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

De criminologista e de louco, todos temos um pouco

Todos os dias, ainda antes de vir para o escritório, gosto de beber café no snack da D.ª Creuza. 
Leio os títulos dos Correio da Manhã, folheio a VIP ou a TV7Dias, espreito o rodapé das notícias na televisão e em dez minutos fico com uma pequena, muito pequena, ideia do que se passa neste "jardim à beira mar plantado". 
Às vezes, quando estou com mais tempo, tenho direito a um bónus informativo e a D.ª Creuza, especialista em criminologia, são muitos anos a ler o Correio da Manhã, incorpora o Hernâni Carvalho, e tece as mais variadas considerações acerca do tema do dia. Na maior parte das vezes aquilo até me diverte, outras vezes só me cansa.
Hoje o tema do dia é o julgamento da Sónia Brazão.
- Então já viu essa serigaita, se fazendo de santinha? Para mim vai levar 25 anos, no mínimo! Nossa! No Brasil não ficava assim! Aquilo não foi só porre, também tinha drogas no sangue... No lugar dela eu falava que era suicído, sim. Daí o juiz baixava a pena, com pena da guria. Mas é burra, insiste que não, vai passar por alcoolatra e adicta! Bem feito para ela! Espera só essa decisão sair. Olha o que eu estou lhe falando, 25 anos!
D.ª Creuza, ficava aqui a manhã toda a falar de coisas que não sabemos, mas não posso, temos pena...