Vinda de não sei muito bem onde, surge uma toxicodependente grávida a mendigar. Não consegui atribuir-lhe uma idade. Magra, desdentada, tresandava. De olhos vidrados, colava-se às mesas, de mão esticada, enquanto gemia algo imperceptível. A gerente do restaurante apercebeu-se e, de imediato, pediu-lhe que se afastasse, que não podia estar ali a mendigar.
A fulaninha fingia que não ouvia e continuava de mão estendida à frente dos olhos dos comensais. A gerente insistia, de forma educada mas firme, pedindo-lhe que saísse ou teria de chamar a polícia. A outra com ar desafiador, empurrava-a com a barriga mas acaba por se encaminhar para a esplanada do restaurante ao lado.
A empregada que estava às mesas pediu-lhe que saísse, a rapariga fez orelhas moucas. Vem o gerente e diz-lhe que não pode estar ali, que saia. Ela ignora-o. Ele volta a dizer-lhe que saia.
Eu estava francamente incomodada, a pensar no que seria a vida daquela desgraçada e da sua criança se, efectivamente, vier a nascer.
Então começo a ouvir gritos. Era ela, novamente com a técnica do empurrão com a barriga, que desafiava o dono do restaurante. "O que é que foi, pá? Não saio! Não tenho dinheiro, estou só a pedir, só dá quem quer! O que é que vais fazer? Vais bater-me, vais? Vais bater numa mulher? Numa grávida? Palhaço! Vai pró c#&%&/$, seu m%$/&!".
O dono do restaurante manteve-se calmo, mostrou um sangue frio incrível. Deu-se a coincidência, ou não, de passar um carro de patrulha, e a rapariga pôs-se a andar.
Não imagino como teria terminado o episódio se a polícia não tivesse chegado entretanto. A rapariga parecia disposta a agredir o dono do restaurante. Se este ripostasse, haveria de se fazer de vítima, pobre grávida indefesa, vitima de violência.
Enojou-me. Não porque estivesse suja, não porque fedesse, mas porque
não vi mais que premeditação, maldade e egoísmo na sua atitude. Não
consegui ter qualquer espécie de dó ou empatia pelo sofrimento que ela
pudesse sentir. Quis muito dar-lhe dinheiro, muito, para que o gastasse
todo em droga, e que se matasse de uma vez.
Há poucas coisas que me irritem mais do que estas atitudes provocadoras de gente cobardolas armada em corajosa que, na primeira oportunidade que lhe surja, se fará passar por vítima.
Hoje foi a mendiga. Podia ser o puto bully que humilha e agride o colega na escola, mais tarde em ambiente de trabalho, o troll da internet. Infelizmente, constato que estamos rodeados de "corajosos" deste calibre.
Não há arma mais letal nem nada mais perigoso neste mundo, que lidar com um doido com um motivo.
ResponderEliminarNuma situação dessas, só há uma solução: distância.
O problema é que não são doidos. Têm perfeita consciência do que estão a fazer mas, se for preciso, logo invocarão esse seu estatuto para se fazerem passar por inimputáveis.
EliminarPobre criança, ainda não nasceu e já serve de desculpa para os esquemas da mãe. :/
ResponderEliminarE o pior é que estão mesmo por todos os lados!
ResponderEliminar*por todo o lado
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