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sábado, 31 de agosto de 2013

Eu não percebo...

Sai uma pessoa de casa, feliz da vida que é fim de semana, passa pelo quiosque, leva os jornais e revistas que tem de levar, dirige-se à esplanada, pede o café e senta-se para o que pensa ser uma horita sossegada.
As criancinhas correm na praça, os paizinhos conversam, tudo muito bem, muito bonito, muito romântico, com diminutivos e tudo. Os pombos, essas ratazaninhas aladas, e o que eu gosto de ratazanas, senhores, vêm procurar migalhas nas mesas. Respiro tranquilamente. O castelo continua lindo. O raça do pombo que nem pense vir para a minha mesa, que só tenho café. Sol morno, o Verão está a acabar. O pombo outra vez. Não, ratazaninha piolhosa, nem tu me tirarás o sorriso do rosto. Vai lá voar para longe de mim se fazes favor, sim? E encho o peito de ar. Se isto não é a felicidade, há-de andar muito perto.
E depois ouve-se isto, na mesa ao lado.
- É que não estás bem a ver? É caça à multa, aqueles filhos da mãe! 60 euros, pá! 60 euros! 12 contos em dinheiro antigo! Só porque deitei fora a beata do cigarro. Era para o alcatrão meu! Se andassem atrás desses políticos corruptos, que é uma vergonha, mas não, quem se lixa é o mexilhão!

Estou capaz de lhe emprestar o jornal que comprei. Ou de amestrar um pombo, que lhe deixe uma valente poia na testa.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Et voilá!

Foi assim que aconteceu.
Como não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe, e o que não tem remédio, remediado está, sou um poço de cultura no que diz respeito a ditados populares, com uma banda sonora de luxo (Mirone coração encarnado The Cure - inventei isto hoje e agora vou escrever sempre assim até me fartar, daqui a 2 minutos, portanto), tratei do sarampo ao blog. 
Tirei-lhe aquele fundo com nódoas, que para nódoa basto eu, e substituí-o por holofotes, a apontar para quem? Ninguém, isso mesmo! O azul dos títulos, sugerido pela formatação automática do blogger foi substituído por um elegante (shhh! nem uma palavra, deixem-me sonhar) verde seco. 
E pronto. Foi isso. 
Já tinha saudades destes posts intimistas, em que exponho a minha relação com o blogger. Dá para perceber bem o meu domínio sobre ele, não dá?
Retomaremos a emissão dentro de momentos. Desde já pedimos desculpa pelo incómodo causado.


(Mirone coraçãozinho encarnado clichés)

La donna è mobile

Fartei-me do esquema do blog. Ando há dois meses a ver se ponho isto com uma cara decente, mais apetecível na óptica do leitor, que se calhar eles andam fugidos por causa do aspecto disto, que os textos, já se sabe, upa upa, coisa boa e interessante! 
Mas faltam-me ideias e sobra-me a preguiça para fazer qualquer coisa minimamente decente. É difícil pessoas, ter um blog sobre nada e coisa nenhuma é muito difícil. E arranjar um lay-out que lhes faça justiça, ao nada e à coisa nenhuma, não queiram saber.
Mas parece que toda a gente muda o lay-out dos blogs. E "acometeu-se-me" uma crise de inveja, da má, ruim, coisa do capeta, Belzebu, pé de cabra, Satanás,vá de retro. Inveja da má, pois está claro, que isso de a inveja poder ser boa não me convence (se é boa não é inveja), uma "vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual" (eu coração encarnado wikipedia). E também quero, um blog com cara nova, roupa lavada. Mas faz-te falta? Vais dar-lhe uso? Não te fará falta a criatividade para outra coisa, Mirone? Não quero saber! Quero um blog com roupa nova!
E é isto, encontro-me em modo Variações, não consigo dominar, este estado de ansiedade. De maneira que, se precisarem de mim, estou além, ali, naquele cantinho, no design, a mudar a cara ao blog.

Brainstorming!

Duas militantes do Bloco de Esquerda querem controlar os piropos na rua. Ainda não sabem como, mas estão decididas. Leia aqui. Que é insultuoso para a mulher, que chega a ser assédio. Razões e possíveis soluções que serão discutidas no próximo fim de semana.
Vamos ajudá-las e fazer desta caixa de comentários o local perfeito para o debate político?

Mais ai de quem venha para aqui gritar "Oh jóia, chega aqui ao ourives" e afins.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ob La Di Ob La Da

Sabem aqueles conselhos, aqueles avisos, vindos das pessoas que gostam de nós e que nós insistimos em ignorar, sobretudo na juventude? E dizemos displicentes, Ora essa, comigo não será assim. 
Sabem aquelas decisões impensadas que tomamos, seguríssimos de que não, não nos vamos arrepender? Que nunca, mas nunca determinado comportamento nos envergonhará?
Sabem quando, anos mais tarde, dizemos, Ora bolas, e não é que foi mesmo assim? E arrependemo-nos daquela decisão, envergonha-nos  o que fizemos? E percebemos que não só não sabemos tudo, como afinal não sabemos é nada, mesmo nada?
Eu sei. 
Hoje foi dia de ricochete. Dia de bofetão na cara, baldada de realidade. Dia de querer pintar a cara de preto, de esconder a cabeça no primeiro buraco que aparecer, qual avestruz. Pior, não foi uma decisão tomada na adolescência, foi uma decisão recente. E nem sequer foi alguém querido que me avisou, fui mesmo eu quem me disse que devia ter cuidado.
Mas mesmo não sabendo nada, sei que enfiar a cabeça no buraco não é a solução. A vergonha há-de passar! Afinal não prejudiquei mais ninguém, só a mim.
Cabeça levantada, ombros direitos. A vida continua! Ob la di, ob la da! Não podes não saber nada Mirone, alguma coisa hás-de saber. Sei, pois! Não, não será assim comigo, não me arrependerei. Que seja, então!
E pronto retomei o modo lagartixa que quer ser jacaré! Quando partir a cara outra vez venho cá contar-vos.



Não, a decisão de fazer gazeta amanhã não me envergonhou.

Porquê?

Uma pergunta, só uma. Tão simples. Tão fácil de responder (mais do que as publicitadas aberturas, a meu ver).

Senhores das embalagens de abertura fácil, que nunca são de abertura fácil....
Porquê?

Começo a pensar que o problema é mesmo meu e tenho uma descoordenação motora qualquer que me impede de abrir as embalagens com a facilidade prometida...

Casacos de peles

Ontem foi dia de decisões difíceis. Amanhã vou aproveitar mais um pouco destes dias daquele que era suposto ser o Verão mais frio dos últimos anos. 
Verão mais frio? Siberiano, pois com certeza, então não se vê? Tenho ideia que os casacos de peles esgotaram todos, pelo menos não tenho visto nenhum nas montras.
Por isso, e porque me preocupo com o vosso conforto, deixo-vos os sons quentes do país irmão, e a voz de Sara Sonaya,  que ouvi esta manhã pela primeira vez. Obrigada dona Creusa, o galão e a torrada sabem tão melhor com a senhora a cantarolar atrás do balcão.


Leitores que me seguem no telemóvel ou no tablet, que não suporta o vídeo, arranjem lá uma aplicação que obvie esse obstáculo e atentem nesta beleza.

Também li no Público uma notícia sobre os trolls na internet. Sintam-se à vontade para me insultar violentamente.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Decisões difíceis

Tempos difíceis exigem decisões extremas. Não sei se foi Churchill que o afirmou, mas podia muito bem ter sido pelo que  achei apropriado atribuir-lhe a autoria desta frase inspiradora e levá-la à letra.
O café do almoço não produziu o efeito desejado, nunca produz, mas gosto de o tomar, e estava capaz de agrafar as pálpebras à testa para não adormecer (decisões extremas, lá está). Dormia agora uma sestinha... Não Mirone, deixa-te disso, vai para a net que já te passa o sono. E fui. Mas estava difícil, muito difícil. Na minha cabeça, ao fundo, parece que oiço a voz do senhor do charuto (queira perdoar-me a ligeireza no tratamento Sir Winston Churchill), "Difficult times demand tough decisions!". E pareceu-me bem, muito bem. Se os tempos o exigem, tomemos as decisões difíceis, então.
Não sei se sob a influência do estadista, se pelas palavras doces e preocupadas da Sr.ª D.ª Chatinha, decidi que esta sexta feira faço gazeta e vou à praia. Ser chefe de nós mesmos, nós próprios, também não sei qual é a forma mais correcta, não traz só desvantagens. Oh não! Agora tenho aqui outro senhor, parece-me Salazar, não sei bem, a dizer "se soubesses o que custa mandar, toda a vida quererias obedecer". Tempos difíceis, estes que sucedem a hora do almoço, é o que vos digo.
A primeira decisão está tomada, fazer gazeta. Agora falta-me a decisão difícil, largar a blogolândia e começar a despachar serviço. 





Consideração

Se hoje este blog andar mais imbecil que o costume, relevem, mas temo que a estupidez seja contagiosa e acabaram de me "tossir" para cima.

- Bom dia Mironinho, como está?
- Sr.ª D. Chatinha, bom dia! Estou bem e a senhora, como está?
- Ando melhor, graças a Deus, não  piorando, o diabo seja cego, surdo e mudo, lagarto, lagarto lagarto. Esteve de férias, dá para ver pelo bronzeado.
- É verdade, foram quase duas semanas. Por mim, voltava mais duas!
- Fica-lhe bem essa corzinha, mas mais não, senão fica a parecer essa gente da Roménia que anda a pedir à porta dos supermercados, credo, que caras tão feias!

...

Com certeza, Sôdona Chatinha! Sempre a considerá-la...






terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pêro quê?

Gosto de comer bem. Gosto de produtos com qualidade, bem confeccionados, e dispenso "mariquices" que muitas vezes, em vez de resultado de rasgo e criatividade, não passam de fogo de vista, coisa de encher o olho e disfarçar a falta de qualidade. Faço os kilómetros que forem necessários por causa de um prato ou uma iguaria bem confeccionada. Mas, infelizmente, nem sempre posso comer produtos de excepcional qualidade e acabo, no dia-a-dia, por fazer uma refeição rápida num honesto e modesto restaurante de diárias. Apesar de, como é sabido, em restaurantes modestos e honestos se poderem comer as melhores refeições do mundo. Não é o caso específico deste, mas também não envergonha nenhuma cozinheira.
Por outro lado, tenho assim uma coisa de pele contra a  loucura generalizada pelo "gourmet", agora tudo é gourmet - sobretudo o que não o é, restaurantes gourmet, padarias gourmet, lojas gourmet, gourmet para trás, gourmet para diante, embirro, faz-me comichão, que cegeueira tola. O termo caiu no ouvido das pessoas e virou moda. Depois, há aqueles que se consideram "gourmets" de primeira água, (quando, na verdade e na melhor das hipóteses, serão gourmands adeptos de uma boa "barretada") e fazem questão de o enfatizar em todas as ocasiões. 
Hoje ao almoço, com a melhor amiga, aquela deste incidente, e cuja companhia muito me apraz, embora tenha o deslumbramento do "gourmet", testemunhei uma cena deliciosa no "modesto e honesto" restaurante de diárias onde costumo almoçar. 
É legítimo que se queira saber o que se come, mas bombardear o empregado com perguntas sobre sobre a origem de todos os produtos que cada prato leva, o que é, o que não é, de onde é de onde não é, e depois decidir "como o mesmo que tu", impacienta quem está na mesma mesa e só quer pedir o prato do dia e comer tranquilamente, dentro do possível, porque se está com o tempo contado. A mim impacientou-me. Se calhar era só fome... Filetes de peixe-espada, então.
Chegada a hora da sobremesa, "Ai, apetece-me fruta, o que é que tem?". Melão, meloa, abacaxi, uvas, manga, banana, pêssego, maçã... "A maçã, essa que está na cesta é pêro bravo de esmolfe?". É o quê? "Bravo de esmolfe, um pêro muito saboroso, que só há cá". Só um momento. Oh Manela, o pêro é mofo? Ela diz que sim, que é pêro mofo. "Então pode ser". 
Escolhi uvas.
Então e a maçã? Era golden e farinhenta, e deixou a minha amiga enxofrada, com aquilo a que se chama um momumental melão.
Eu, que até tenho bom coração (não há-de ser assim tão bom, senão não precisava de o dizer) só lhe pergunto, mas o que é que esperavas quando te responderam que sim, que é pêro mofo? 


Sim, o pêro Bravo de Esmolfe é muito saboroso.



Progresso

Pois é, leitores, mês de Agosto está a chegar ao fim e, devagar, as pessoas regressam ao trabalho. Daqui a pouco mais de uma semana será a vez do regresso às aulas. O trânsito voltará ao "ram-ram" de sempre, devagar, devagarinho, parado, agora foi um toque sem jeito nenhum que está a "entupir" a via, daqui a nada o entupimento há-de ser só porque sim, enfim, o triste cenário do costume a que muitos de nós já nos habituámos, passo a redundância.
Eu não me posso queixar muito, vivo perto do meu local de trabalho e, à excepção da falta de estacionamento nas poucas vezes que vou de carro deixar ou buscar a Mironinho ao colégio, não tenho grandes arrelias no que diz respeito ao trânsito.
Minto! Tenho poucas arrelias, mas as que tenho são enormes. É que até me possuo! Perco anos de vida.
Falo-vos desse símbolo de progresso que são as rotundas. Maiores, mais pequenas, mais ou menos enfeitadas, consoante as sensibilidades artísticas dos nossos autarcas, com simples relvados, frondosos jardins ou mato desleixado, complexas obras de engenharia ou um simples pneu de camião colado ao chão com betão, não há em Portugal localidade que não as tenha. 
Pois que sim, que são reflexo do progresso, da democratização do uso do automóvel, está muito bem (estaria melhor se houvesse em todo o país  redes de transportes públicos que dispensassem o recurso sistemático aos automóveis, mas isso são "outros quinhentos").
Mas, no que diz respeito a rotundas, progresso e democracia são incompatíveis. 
Meus senhores, isto de conduzir em rotundas não é como cada um quer, sabem? Há regras! A faixa a direita é para quem abandona a rotunda na próxima saída, estão recordados, ou faltaram à aula de código sobre as rotundas?
É isto senhores, é isto que me traz cabelos brancos, que fará rebentar a úlcera que não tenho. E circular na faixa do meio? E não fazer piscas? E peões que decidem transformar as passadeiras em passerelles em slow-motion? E rolhas? E aceleras? E condutores de domingo? E taxistas selvagens? Tudo é mau, muito mau, mas nada me mexe mais com o sistema nervoso do que pessoas que não sabem fazer rotundas.
Caso algum desses condutores me esteja a ler, nunca se sabe, que há gente para tudo e se não sabem conduzir em rotundas não me espanta que andem por este blog, deixo-vos aqui um auxiliar de memória. 


De nada, de nada. Prometam-me só que se vão esforçar por cumprir.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

E os casados?

Algures na net, li os resultados de mais um estudo americano, absolutamente pertinente (se formos os responsáveis pelo departamento de vendas de uma fábrica de detergentes de roupa). 
Ao que parece, por terras do tio Sam, os homens solteiros trocam os lençóis da cama, em média, 4 (quatro, não pensem que é uma gralha) vezes por ano. Já as mulheres, optam por fazê-lo a cada duas semanas.
Coisas que a minha inteligência, especialmente vocacionada para o básico e/ou a idiotice, deduz:
- Solteiros: Quatro vezes por ano?! Não admira que continuem solteiros (ou que prefiram camas alheias)!
- Solteiras:  pensem bem no homem que se deita nos vossos lençóis (e, se calhar, não era mal pensado mandar desinfectá-los, ambos).
- Casados: Grande up-grade! De quatro vezes por ano, deixaram pura e simplesmente simplesmente de os mudar! (já agora, certifiquem-se de que a vossa mulher mantém os hábitos de solteira).

Momentos Kodac

Quando se tem uma família numerosa, os almoços de família são uma animação. Há sempre mais uma história da infância para contar, um acontecimento caricato que o passar dos anos promoveu de anedota a quase-lenda. Procuram-se fotografias, vai-se ao sótão buscar o projector de slides e a tela e viajamos no tempo, "Eish, lembro-me tão bem deste casaco!", "Olha, quando começaste a andar", "Oh, os primos todos, alinhados, desdentados, com as caixas de Bombocas que o avô Zé trazia! Gostava tanto de bombocas. Há uns anos voltaram, mas não são a mesma coisa". Abrem-se gavetas, vasculham-se caixas, a primeira madeixa de cabelo cortada, a caneta de aparo usada exame da quarta classe, "Posso ficar com ela mãe? Não, foi o avô que ma trouxe da Índia, é para ficar aqui, depois de eu morrer façam o que quiserem, mas por enquanto fica aqui". A primeira máquina fotográfica. As santinhas de papel que a avó coleccionava. Relíquias, à nossa maneira.
Ontem, em casa dos sogros, com os seus irmãos, "E lembras-te daquela vez que o tio padre nos levou a Santiago de Compostela? De termos sido levados pela Guardia Civil mal passámos a fronteira, porque acharam estranho que um padre levasse quatro criancinhas consigo?". "E a Tó, lembras-te da Tó, da galinha de estimação que trouxemos? Hei-de ter aí uma fotografia com ela ao ombro, como um papagaio dos piratas. Espera lá que vou procurar. A Mironinho é que vai gostar de ver o avô com uma galinha ao ombro". Também ali se abrem gavetas, vasculham-se caixas... 
Até que, embrulhado num papel de seda amarelado pelo tempo, se apalpa qualquer coisa. "Que é isto? Deixa cá ver... Uhhhg! Dentes! Olha lá, para que é que queres isto?" Um papelinho manuscrito, desvenda o mistério. "Dentes de Javali que eu comi". Aparentemente, e na falta de uma máquina fotográfica que perpetuasse o momento, guardaram-se os dentes do bicho. "Isto foi uma vez que fui com o meu pai e com o primo Chico a Lavra, devia ter uns 10 anos. Foi a primeira vez que comi javali. Arranja-me uma bolsinha que é para guardar".
Em casa do meu sogro, na gaveta dos álbuns fotográficos, na "caixinha dos tesouros" repousam os dentes do primeiro javali que comeu, desta vez, com direito a registo fotográfico.


Será que alguma vez comeu elefante? Não me parece. Mas também, onde é que ia arranjar uma bolsinha suficientemente grande?


domingo, 25 de agosto de 2013

Detox

Preciso de fazer uma desintoxicação de férias.
Ontem tinha optado por um tratamento a frio. Fechava-me em casa, desligava telefones, internet, televisão, tudo o que me pudesse lembrar os últimos dias, livrava-me de fatos de banho, trancava os brinquedos de praia da Mironinho, eliminava o último grão de areia do carro. As conversas sobre férias seriam absolutamente proibidas e não frequentaria os lugares que frequentava, não falaria com os amigos desses tempos despreocupados, pois são sempre fonte de tentação. Seria duro, muito duro. Precisaria de ser forte e não vacilar.
Mas não sou, e vacilei.
Para já, e porque é domingo, espera-me um almoço com a família e uma tarde de ronha. Entretanto, já combinei uns fins de tarde na praia, antes de a Mironinho voltar à escola.
Acho que a desintoxicação vai ficar adiada por uns tempos. 
Pelo sim pelo não, fui à internet procurar a oração dos 12 passos, algo me diz que amanhã me será muito útil.
Concedei-nos, Senhor, a SERENIDADE necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, CORAGEM para modificar aquelas que podemos, e SABEDORIA para distinguir umas das outras.

sábado, 24 de agosto de 2013

Pssst, pssst

Pssst, leitores, devagarinho, cheguem aqui num minuto por favor... Shhhhh. Não quero acordar os deuses da blogolândia.
Hoje vinha aqui despejar mais umas coisitas sem jeito nenhum, ai que as férias estão a acabar, ai que souberam a pouco, ai que desta vez não posso dizer que me apetece ficar mais uns dias e ficar, que esta última semana na minha praia favorita de sempre me soube, como sempre soube, a "sugar and spice, and all things nice", que mesmo podendo voltar a qualquer momento, em férias esta praia é ainda mais tudo... Ia dizer isso, pois ia, mas depois olhei aqui para o lado e vi o contador de visitas.
Dez mil! No dia em que isto faz dois meses. Se fosse um blog bom nem quero imaginar.
Continuo sem header para o blog e ainda não verifico sistematicamente a ortografia e gramática dos textos antes de os publicar. Agora é continuar o "exigente" ofício de nada dizer em meia dúzia de linhas. Modéstia à parte, penso que este post será um belo exercício de enchimento de chouriços.
Agradeço-vos do coração as vossas visitas e comentários. Para mim, são um caso de estudo, verdadeiros exemplos de sun gazing, como as pessoas que dizem que se alimentam da luz do sol. Com umas diferenças, é certo, nem vocês se alimentam do blog, nem ele é a luz.
E pronto, era só isto, ocontador de visitas já tem mais casas ocupadas do que livres. Vou fingir que não percebo que até ocupar mais um dígito do contador passará uma eternidade.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

No meu tempo não era assim...

Hoje será o meu último dia de praia das férias. Amanhã terei o último churrasco de aniversário da temporada. O domingo será reservado à meditação, que é como quem diz, servirá para me capacitar de que a partir de segunda feira o mundo deixará de ser como o conhecia até agora. Ainda não tirei uma fotografia aos pés na areia, é agora ou nunca. Depois de hoje, adeus tudo, areia, mar, roupa larga, havaianas, petiscos, olá relógio e roupa composta (quero acreditar que ainda me vai servir tudo)... Mas segunda feira parece-me, por enquanto, a anos de luz e hoje há que aproveitar todos os segundos deste estado de liberdade como na adolescência.
Há um facto em que reparei este verão e que registo com bastante agrado (embora coloque sobre os meus ombros o peso de uma idade que não me conformo ter). As miúdas de liceu estão cada vez mais bonitas. Os rapazes continuam na mesma, os mesmos calções, as  mesmas t-shirts, mas as raparigas, as raparigas... Ao longe parecem iguais, tal como no meu tempo, em que nos juntávamos, anos após ano, e mais ou menos os mesmos - havia sempre uns elementos novos, a amiga do Porto que nesse ano seria o centro das atenções masculinas, aquele primo mais velho, que já tinha carro -  junto à segunda bandeira, em frente aos toldos azuis e brancos, onde ficavam os "cotas" e as famílias. No meu tempo as miúdas eram giras, mas pareciam-me mais normais. Agora, fico com a ideia de que são todos muitíssimo mais bonitas. Mas no meu tempo as miúdas usavam permanentes e, por muito boa vontade que tenhamos, ninguém fica bem de permanente... Caramba, foi há muito tempo! 20 anos! Acho que já nem há permanentes. Caramba, já não fico ao pé da segunda bandeira! Oh céus, aluguei um toldo!




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ora dá cá um, e a seguir da outro

Como é que eu deixei passar isto? Imperdoável!
Bem podia ter agendado um post sobre o tema, quem me manda usar as horas mais quentes das férias para a sesta? Adiante.
Para muitos, o mês de Agosto é sinónimo de férias e descanso. Para outros representa romarias, visitas à "terra", matar saudades da família que há muito não se via. Para outros, lembrei-me ontem à tarde, Agosto é mês de ciclismo. Mês de Tour de France e, em pequenino,  de Volta a Portugal.
Eu não percebo os ciclistas ou quem lhes organiza as provas, tento mas não percebo. Então aquilo não se fazia muito melhor pela fresquinha, logo de manhã ou ao fim da tarde? É preciso escolher a hora do calor? Pedalar debaixo da torreira, os prémios de montanha, meu Deus, os prémios de montanha, é coisa para deixar qualquer um com vontade de se "doppar". Depois admiram-se.
Se há desportos de alta competição, o ciclismo há-de ser, na minha opinião, um dos mais rigorosos. Têm a minha admiração, senhores ciclistas profissionais e amadores, todos, menos aqueles que, tendo uma ciclovia fantástica à sua disposição, insistem em passear lado a lado, tranquilamente,  pela estrada, quando estou com o tempo contado. Já agora, desculpem-me por não saber dizer muito mais do que Cândido Barbosa e Lance Armstrong.
Dizia eu, três horas a pedalar como gente grande debaixo de sol intenso, em condições duríssimas, e qual é "a paga" qual é?
Dois beijos, um em cada bochecha. Dois, três segundos para a fotografia com duas beldades a fazer biquinho coladas à cara do ciclista e pronto, e ala que se faz tarde, amanhã há mais, se pedalarem bem e chegarem ao pódio. Está bem, está bem, as meninas da volta são um colírio (São mesmo, não são? Penso que sim, não me lembro), mas dois beijinhos para a fotografia parece-me pouco. 
Eu não sei, que não sou ciclista, mas acho que depois de uma prova tão dura merecia um bocadinho mais, ou diferente, não?
É que ciclistas profissonais a ganhar balúrdios hão-de ser meia dúzia, a maioria vai dali só com os beijinhos, não é? Ah, mas recebem dois beijinhos repenicados das meninas da volta!
Meninas da volta, parabéns! Se  isto não é o melhor elogio que podem ouvir, não sei não. Profissionalizem-se, organizem-se que esses beijinhos valem ouro! E caprichem neles, pela vossa saúde, que os senhores merecem.
Senhores ciclistas que não chegaram ao pódio, a larguíssima maioria, pedalem com todo o vosso coração, como se não houvesse amanhã, que amanhã pode ser a vossa vez de levar dois beijinhos para casa. Então, mas se não houver amanhã, amanhã é o dia do beijinho? Há aqui qualquer coisa que não bate certo...
Eu não percebo os ciclistas, ou quem lhes organiza as provas, já vos tinha dito?


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Rosa, que te quero rosa!

Se esperam ler aqui um ataque à chamada imprensa cor de rosa, sigam para o blog seguinte, é "a circular, fáxabor", que não há aqui nada para ver.
Costuma dizer-se que o Natal é quando o homem quer. No que diz respeito à imprensa cor de rosa, a silly season é quando o editor quiser e o editor quer que seja todo o ano.
Quem me conhece sabe que, apesar de não comprar, não perco uma oportunidade para ficar a par das fofocas do nosso cantinho, do casa/descasa/casa outra vez, do amavam-se mas agora odeiam-se, dos bebés, das casas e carros novos, das fatiotas e penteados, da boa forma física  - ou não - das nossas vedetas, das festas, dos casamentos de sonho. E dos escândalos, que apesar de cor de rosa, o "sangue" vende muito e o mundo precisa de saber que Manuel abandonou a família, que a Maria traiu o António, que o Joaquim está enterrado em dívidas, que esconde um passado de miséria. É importante, não vá uma pessoa afeiçoar-se em demasia a essas pessoas e ver as coisas ainda mais cor de rosa. Distraio-me, divirto-me, que mal tem?
Assim, sempre que passo a uma montra de um quiosque ou tabacaria, faço questão de, antes de comprar o que tenho a comprar, fazer uma visita à zona do cor de rosa. 
Ontem não foi excepção. Em poucos minutos vi quem são as beldades da nossa praça a quem o amor não assiste e continuam solteiras, tomei conhecimento do casamento romântico do filho do Durão Barroso, fiquei a saber que a Cátia palhinha está agarrada à miséria, que os bebés da Pimpinha Jardim e da Ruth Marlene já nasceram, que a Kelly e o Pedro vão viver juntos, que a Fanny vai ensinar a fazer dieta (!), que a Judite e o Seara já não vivem juntos há mais de dois meses, que o primeiro ministro passa férias apaixonadas, que o Sócrates se esconde em resort de luxo, que a Fernanda Serrano não está grávida, mas que a Charlote do Mónaco está...
E depois vi a capa da revista Mariana...
Eu preciso mesmo de saber (e ver) que o José Carlos Pereira dá "beijos de língua" (sic) à Alexandra Lencastre? Quem quer saber que o Flávio Furtado arrasa o Daniel Martins, quando pode saber pormenores daqueles? E a seguir, vem o quê, as posições sexuais preferidas?




terça-feira, 20 de agosto de 2013

As coisas de que me lembro

Estou numa esplanada a aproveitar este fim de dia magnífico e acabei de dar com os olhos num rapaz que podia perfeitamente ser um sósia do Renato Seabra. Até me arrepiei. As coisas de que eu me lembro. Será sol a mais
Digam-me que não estou só e que também pensam em coisas sinistras sem motivo aparente...
Será o cérebro a dizer-me que as férias têm os dias contados?

Esticar a corda

Sinto que estou a abusar da minha sorte, estou a esticar a corda até ao seu limite. Estou a esticá-la tanto que pode rebentar a qualquer momento. 
E o que acontece a quem estica a corda dessa maneira? Cai de costas, desamparado e ainda se sujeita a levar uma chicotada da corda. 
E o que faz quem tem noção de que a corda pode rebentar a qualquer momento? Alivia um pouco a corda.
E o que fazes tu, Mirone, quando sente que a corda está prestes a rebentar? Faço mais força, está fácil de ver.
Mais um dia de praia daqueles, mais um jantar de aniversário, valham-me as risadas  que bem ou mal, sobretudo mal, vão trabalhando os abdominais que um dia, há muito, muito tempo, naqueles dias que se perderam na memória, ou terei sonhado?, habitaram o cachalote em que me transformei.
Daqui a menos de uma semana, quando tudo isto acabar, se sobreviver e tiver a sorte de não "vazar uma vista" com o ricochete da corda, se ainda conseguir escrever, conto-vos como foi a queda. 
Se não sobreviver, que é uma hipótese cada vez mais plausível, não me chorem, mas também não é preciso fazer uma festa, ok?, pensem que não sofri, que os meus últimos dias foram felizes, muito felizes.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Animal de hábitos

Dizem que o Homem é um animal de hábitos.
Não tenho quaisquer dúvidas! Basta fazer as contas às calorias ingeridas nos últimos tempos. Que animal! E que se está a tornar um hábito. 
Por isso, pessoas da minha vida, que felizmente não lêem este blog (facto que torna este apelo absolutamente irrelevante, dispensável e desprovido de qualquer efeito, oh yeah!), parem de me convidar para jantares e festas de aniversário, parem de me dizer que fazem o melhor gin, a melhor caipirinha do mundo, que descobriram a melhor esplanada, que estamos de férias, que é só um copinho. Parem de me desafiar para um café depois de jantar para os miúdos brincarem mais um bocadinho,  porque todos sabemos que não é café que vamos beber, nem são os miúdos que vão brincar. Vocês sabem que vos adoro sou incapaz de recusar. Pior, sabem que gosto desses "ajuntamentos" e acabo por ser eu a desafiar-vos. Vocês sabem, eu sei, que as férias vão acabar, que daqui a poucos dias vamos voltar, idealmente, aos trabalhos que nos preenchem e realizam - idealmente, repito, porque na verdade, vamos é voltar às chatices e preocupações e às falsas juras de que isto tem de levar um rumo, que assim não pode ser, que um dia bato com a porta, sabendo que não, não bateremos. Que a nossa vida não é só praia e "convívio", que não é dormir quando temos sono, comer quando temos fome, beber quando temos sede, rir quando nos apetece. 
Vocês sabem que sou um animal. Um animal de hábitos! E habituava-me tão bem a esta vida!

sábado, 17 de agosto de 2013

Mantra do dia

Estou de férias. Estou bem, muito zen. Por isso,
Não vou falar da Judite.
Não vou falar da Judite.
Não vou falar da Judite.
Não vou falar da Judite.
Não vou falar da Judite.
Não vou falar da Judite.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Está bem!

Estes dias passaram a correr. Ainda por cima dizem que para a semana as temperaturas vão subir. Apetecia-me mesmo era mais uma semaninha de sol e sal. Está bem, então!
É só isto.

De Trás-os-Montes para a mundo

Todos os anos há um canal de televisão, ou vários, que faz uma reportagem sobre um menino pastor, algures numa aldeia perdida no meio da serra, onde o Judas perdeu as botas, onde o vento faz a curva. Não sei se é praxe, se é um requisito para o acesso à profissão, se as reportagens dos pastores fazem parte de uma "playlist" rídida, ou qualquer coisa do género, se é só falta de ideias... Não sei, não sou jornalista.
Este ano, um dos sonhos do menino pastor de Mondim de Basto era ver o mar e um centro comercial. Esse tipo de reportagens não me diz rigorosamente nada. Acho sempre um bocadinho forçado o que nos estão a tentar enfiar pelos olhos dentro. Normalmente a mesma musiquinha melancólica, "tipo Yann Tiersen" (acho que nesta era Bryan Adams, que arrepio mau), e a "poesia" de algibeira misturada com um jornalismo de investigação/grande reportagem. Não é que daí venha mal ao mundo, mas não gosto do registo. Fico sempre com a sensação de que aquilo não passa de um exercício de desdém encapotado (nós aqui tão cosmopolitas e eles "coitadinhos" ali abandonados no meio das pedras), que querem pintar o quadro mais negro do que realmente ele é. Há assimetrias entre o interior e o litoral, pois há, todos sabemos, mas nem todos os transmontanos são desgraçadinhos, mesmo quando não nunca se viu o mar ou um shopping. E que raio de perguntas são essas, "como é imaginas uma praia, e um Shopping?". E porque não uma reportagem sobre os meninos da cidade que nunca viram uma cabra, que acham que o leite vem dos pacotes? Mas isso seria quase ridícularizá-los Mirone, não tem grande interesse... Lá está, são limitações minhas (e tenho tantas), eles é que são os jornalistas, quem sou eu para lhes dizer como devem fazer o seu trabalho.
Agarrassem no miúdo e levassem-no à praia. De Mondim de Basto ao Porto são menos de 100 kilómetros. Numa tarde dá para ir e vir.
Digo eu, que sempre tive o mar como garantido.
Mas pela boca morre o peixe, e não há nada mais castigado do que a língua, sempre ouvi a minha avó dizer. Ontem descobri que tenho uma menina pastora em casa. Tens o quê Mirone?
Tenho uma menina pastora em casa e até fiz uma reportagem. Ontem, o pior dia do ano para ir à praia (um feriado em pleno mês de Agosto), a convite de uns amigos decidimos contornar a confusão e, cedinho, saímos à procura de uma praia onde os miúdos pudessem correr e gritar à vontade. Três casais, 4 crianças da mesma idade lá fomos nós, felizes e contentes, "a cantar muito caladinhos". Muito caladinhos? Sim, muito caladinhos até pararmos o carro. Mal lhes tirámos os cintos de segurança e se aperceberam que iamos à praia, os miúdos pareciam possuídos. Largam numa gritaria, abraçados aos saltos, eufóricos, como se nunca tivessem visto o mar, os nossos meninos pastores! "Praia, praia, praia, praia". Ou melhor, "pe-rai-a, pe-rai-a, pe-rai-a, pe-rai-a!". Tanta alegria, tão genuína! Com direito a "reportagem caseira", para consumo interno. Daqui a uns anos ainda se hão-de rir tanto à custa da gritaria da Pe-rai-a!




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Eu também falo de emigrantes

Tenho aproveitado as férias para conhecer outros povos, outras culturas, nem que os outros povos e as outras culturas estejam aqui mesmo ao meu lado.
E onde estás tu Mirone, perguntam os leitores. Estou em Vila en Medio, só pode ser, no meio de um anúncio de detergente da loiça. De um lado os habitantes de Vila en Riba (muitas habitantes com tudo en riba), do outro os habitantes de Vila en Bajo (ou,Vila en Rabo, que também estão muito bem representados).
Dizia eu que gosto de conhecer outros povos e as suas maneiras de viver e pensar. Nestes dias aprendi uma coisa nova. Aprendi o que quer dizer emigrante. Ou melhor, o que não quer dizer. A conversa ao meu lado, entre duas belíssimas representantes de Vila en Riba, com tudo en riba, portanto, era qualquer coisa como isto:
- Estou deserta que o Gustavo venha, para passarmos uns dias juntos e depois eu sigo com ele uma semana para Bélgica. Custa-me tanto este namoro à distância. Dois anos assim é uma prova muito dura! E para já não temos perspectiva para o regresso. Felizmente está na Bélgica, sempre vai dando para o ir visitando de vez em quando ou ele vir cá. De avião é num instante. Da última vez que fui lá acabámos por ir três dias à Holanda. Adorei.
- Realmente, deve ser complicado. O máximo que estive sem ver o meu namorado foram 10 dias e pensei que ia dar em doida. Nem sei como aguentas. Eu não dava para namorar com um emigrante.
- Emigrante?
- Sim, como tu e o Gustavo.
- Mas o Gustavo não é emigrante, trabalha num banco...

E eu a pensar que emigrantes eram pessoas que iam viver e trabalhar num país estrangeiro. Afinal não é bem assim. Emigrantes devem ser só os que trabalham nas obras ou em limpezas e que chegam de carro em Agosto com roupas e penteados diferentes ou lá o que é que parece que incomoda tanto os autóctones aqui do jardim à beira mar plantado.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

É por causa disto!

Se há coisa que me irrita e tira do sério é ouvir por tudo e por nada "É por causa disto que o país está como está". Isto pode ser qualquer coisa. Ontem ao jantar, na mesa do lado, "isto"  eram as férias do Primeiro Ministro, "filho de uma grandessíssima gata" (sic) que em vez de fazer como o seu colega norueguês e fazer de taxista por um dia para saber o que os seus concidadãos pensam das suas políticas, prefere ir de férias para o Algarve. "Cambada de ladrões, é por causa disto que o país está como está! Era deitar uma bomba na assembleia e dar cabo daquela gente toda!". E se ele, também de férias, como o Primeiro Ministro,  estava alterado!
Mas será que acredita mesmo que os nossos políticos (governo ou oposição, independentemente da opinião que possa ter sobre eles) precisam de fazer de taxista para saber o que as pessoas pensam? Descanse que sabem! Deixe lá estar os táxis para os taxistas (também eles doutores em "éporcausadistismo"), oh amigo! E isso da bomba, pense noutra solução, sim?
Sobre o estado do país também tenho muitas coisas para dizer, mas não aqui ou agora. 
Aqui e agora o que se me oferece dizer é que em cinco dias de férias acuso zero escaldões (horário de criança e muito protector solar), zero bolas de berlim (mas alguns gelados), zero fotos de pés na praia (mas eles têm por lá andado), zero fotos de comida (prefiro comê-la, vá-se lá saber porquê), zero "sansétepartis" e zero festas brancas, ou de qualquer outra cor, nos spots da moda (mas fui a festas de anos), zero fotos de fins de tarde e pôr do sol. Será por isso que o país está como está?

Vamos ver o que terei para contar daqui a outros cinco. Pelo sim, pelo não, amanhã como uma bola.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Orgulho e preconceito

(Post de natureza escatológica. Caro leitor, se consegue ser mais nojentinho esquisitinho que eu, por favor, não leia.)

Depois dos defensores do xixi durante o banho (suponho esta teoria que só se aplique ao duche, e deixe o banho de imersão de parte), em prol da poupança de água (sempre é menos uma descarga de autoclismo), dei ontem com os olhos numa notícia que diz que fazer xixi no mar não é tão grave como pensamos. 
Diz a notícia, baseada num estudo da NASA, grosso modo, que a composição da urina é muito semelhante à da água do mar (provavelmente fizeram recolhas em Quarteira durante o fim de semana passado) e que a percentagem de ureia presente numa "descarga" humana é tão pequena que praticamente não é relevante, quando comparada, por exemplo, com os mais de 900 litros de urina que uma baleia produz e liberta diariamente. Mesmo que toda a população mundial decidisse urinar no Atlântico - que imagem bonita, senhores - a concentração de ureia seria insignificante. 
Falta o quê? Bater palminhas quando os veraneantes decidirem, descontraidamente e motivados pela necessidade de espalharem nitrogénio - poderoso fertilizante-  pelo ambiente, baixar os calções à beira mar? Organizar concursos de xixi, quem consegue projectar o xixi mais longe nas ondas? Que nojo!

Senhores da NASA, fiquem-se pelos foguetões, pode ser? 
O xixi é para se fazer na casa de banho, onde há uma descarga de autoclismo que o encaminha para uma ETAR e só depois disso é lançado aos rios e mares, combinado? Já bem basta ter de levar com o das baleias e demias criaturas marinhas.
É  preconceito. Que seja! Deste não me importo de ter orgulho!


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Pelintrice vs pedigree

Hoje pude observar uma família com tanto pedigree, mas tanto pedigree, filhos de Fulano, netos de Beltrano, bisnetos de Sicrano, que suspeito que o esperma venha em frasquinhos mínimos que custam um fortuna. Tanto pedigree que até trazem uma tratadora para as crias. Que maldade! traziam empregada para tomar conta dos filhos. Ele, mais velho mas em forma e com muito bom aspecto. Ela, com melhor aspecto ainda. Os filhos, uma menina e um menino, belíssimos, pareciam saídos de um catálogo. Tinham por sua conta três palhotas/sombras. Uma para o casal, outra para as crianças e outra para a empregada.

Sim, senhor, também gostava de levar a empregada de férias. Ela tomava conta da minha filha e nós, adultos, podíamos descansar à vontade, ler e dar longos passeios à beira mar, sem nos preocuparmos se ela tem chapéu ou não, se já fez a digestão, se é preciso reforçar o protector solar, sacudir a toalha pela milionésima vez, se está a atirar areia para o vizinho, se não se afasta de nós, se não foge para o mar, se é preciso ir buscar o centésimo balde de água da manhã, calar birras, oh ninguém brinca comigo. Dava jeito, tanto jeito...
Por outro lado, teria de me preocupar com questões logísticas tão relevantes como decidir se ela vem no nosso carro, ou num carro à parte. Se vier no nosso carro, quem conduz? Ela a conduzir um dos nossos portentosos carros? Não me parece (se pudéssemos levar empregada para a praia teríamos, com certeza, carros muito melhores do que os que temos agora). Ou conduziria um de nós, qual motorista, e ia a "madame" empregada atrás? Também não me aprece adequado... E nós, os patrões, partilharíamos uma sombra, e ela teria direito a uma só para si? E depois de uma temporada numa praia sossegada, frequentada pela fina flor, cheia de apelidos sonantes, com duplas consoantes e apóstrofes, ela ainda teria direito a férias? E eu a trabalhar no duro, para a sodona empregada ir laurear a pevide? Nem pensar! Mas se pudesse levar empregada para a praia de certeza que estes pormenores forretas não me preocupariam...

Ainda assim, não desgosto da minha pelintrice. Mais não seja porque não tenho de levar empregada para a praia.




Outros mirones

O "mironismo", essa nobre actividade a que me dedico e que foi inspiração para o nome deste blog, abarca diversas especialidades. 
A encabeçar a lista dos mirones, temos o clássico "voyeur", simples espectador que obtém prazer sexual através da observação de pessoas, aquele que encontramos de binóculos atrás de uma duna ou arbusto, a espreitar as meninas na praia, ou um casal de namorados no carro, atrás de uma cortina numa qualquer janela a espreitar a vizinha, num peep-show da Baixa. 
Há, contudo, mirones que não procuram qualquer satisfação sexual, limitam-se a observar, gostam de ver e têm vida para isso, o mironus simplex. No fundo, são uns privilegiados, podem fazer aquilo de que realmente gostam. É frequente vermos este tipo de mirone agarrado à vedação de uma obra, a acompanhar com atenção os trabalhos de construção civil. Num outro palno, e com boa vontade, podemos englogar nesta categoria a sogra que, em silêncio e em modo assombração, vira sombra da nora na cozinha, por exemplo, só para se certificar de que ela usa todos os temperos na medida certa, tal como o seu filhinho adorado gosta (estas são para manter e estimar, são as sogras boas, as que observam em silêncio).
Segue-se uma variação mais complexa de mirones, os que acorrem aos cenários de tragédia, acidentes, incêndios, inundações, desabamentos de terras, cenários de crimes,enfim, se há uma tragédia, há, pelo menos, um mirone, nunca para ajudar, sobretudo e quase sempre para atrapalhar. Normalmente estes mirones são polivalentes, acumulam o "mironismo" com outra actividade bastante popular, o "palpitismo" ou "bitaitismo" (chamo-lhes mironus opinativus). Ainda mal chegaram ao local da tragédia já debitam verdadeiros tratados sobre o que aconteceu, como aconteceu e o que vai acontecer. Portanto, além de "bitaito-palpiteiros" são também videntes e juízes (mironus opinativus videntius iurisdictator), ninguém é tão rápido como um mirone a dizer de sua justiça, "foi um pneu que rebentou, de certezinha, e não trazia cinto!" ou, "era fazer-lhe o mesmo, prisão perpétua para essa gente, pena de morte já!". 
Este mirone-palpiteiro-vidento-julgador esconde, na maioria das vezes, um exibicionista. É o mirone que não só gosta de ver, como gosta de ser visto. Se houver comunicação social por perto é certo encontrarmos este tipo de mirone a rondar o repórter. Uns limitam-se a dizer adeus para as câmaras (mironus-emplastrus). Outros, fazem questão de mostrar as suas capacidades de mironus opinativis videntus iurisdictator e fazem de tudo um pouco para chamar a atenção do repórter na ânsia de serem entrevistados e assim obterem a consagração de toda uma vida dedicada ao "mironismo", aparecer no telejornal!
E por falar em telejornal, hoje, enquanto via a reportagem sobre a descarga de esgotos no mar que levou à interdição de algumas praias em Quarteira, pude observar uma outra categoria de mirone, o mironus imbecilis. Aquele que sabendo que a descarga poluente é altamente lesiva para a saúde pública não hesita em levar a sua família, mulher e filhos pequenos, precisamente para a saída do esgoto em causa, nem que para isso tenha de transpôr as fitas que as autoridades colocaram a isolar o local, se as houver. Aparentemente as instruções das autoridades e o cheiro fétido (não estive lá mas acredito que cheirasse mesmo mal) não são suficientemente desmotivadoras. É preciso ver também, que isto de um mirone se fiar no que os outros dizem nunca foi boa política. Durante o Inverno e em dias de tempestades marítimas é frequente avistarmos o mironus imbecilis à beira mar, ignorando os conselhos da protecção civil, a certificar-se de que as vagas de seis metros que apareceram nas notícias têm mesmo os seis metros. São pequenas, não é? Ao longe não se vêem, tem de se estar ali mesmo debaixo da rebentação, nem que para isso seja necessário sacrificar a vida (a sua e a dos membros das patrulhas de resgate) e arriscar-se a ser levado por uma onda.

E tu Mirone, em que categoria te encaixas? Em nenhuma! Em todas! Sendo certo que não retiro qualquer prazer sexual da maior parte das coisas que vejo, que jamais me verão a correr para um cenário de tragédia para dar palpites (em frente às câmaras ou simpolesmente para quem está), ou com o nariz enfiado numa saída de um esgoto ou debaixo de vagas de 6 metros. Também faço o possível por não fazer julgamentos, ainda que este texto não passe disso mesmo, um enorme tratado de "palpito-julgamentismo" imbecil e tenha substituido as câmaras e microfones por este blog. Mironus confusus, será? Tenho as férias todas para pensar nisso... Ou não!

domingo, 11 de agosto de 2013

Casamento cigano

A minha vida em férias parece um casamento cigano, mas sem a parte dos ciganos, propriamente ditos. Também não me parece que vá acabar aos tiros, mas sou capaz de querer dar um tiro a alguém quando voltar ao trabalho.
É estar em família, com os amigos que quase só encontramos nas férias! Festas e sestas!  Este "casamento" começou na quinta feira passada e vai durar pelo menos mais uma semana! Tão bom!
Vou voltar à festa! 

sábado, 10 de agosto de 2013

Ninho vazio

Há muitos anos, num daqueles almoços de Verão, que juntavam toda a família e amigos, alguém dizia que a melhor forma de "contornar" o síndroma do ninho vazio era ter uma piscina. Os filhos até podiam partir, mas, como andorinhas, voltariam, em bando, logo que chegasse o calor. Confirmo!  Este fim de semana são uma dúzia de andorinhas!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Apelo sério

Agora outro apelo, e desta vez, muito a sério, ajudem a Mel, a cadela da Sexinho, a voltar para casa. Perdeu-se no passado Domingo na zona da Expo, Portela, Moscavide e ainda não voltou. 
Quem vive na zona, ou conhece alguém de lá, por favor, estejam atentos e ajudem a Sexinho e a Mel.

Daniela!

Quem nunca recebeu sms, ou mesmo quem nunca enviou sms por engano que atire a primeira pedra.
Eu já recebi de tudo um pouco! Convites para o futebol (Logo à noite Benfica-Hapoel no Armando), avisos diversos (Cheguei bjs; Mais 5 min e desço; Hoje não posso, fica para amanhã; Tou atrasado vai pedindo), declarações amorosas, se bem que essas podem muito bem ser para mim (Amo-te muito, sonha comigo; Adoro-te!), confirmações de consultas (tem consulta de neurologia no próximo dia 14/7 às 14.30. Por favor confirme a sua presença com 48h de antecedência). 
Também já enviei. Normalmente vão para à caixa de correio do último número a quem enviei uma sms ou com quem estive ao telefone. Logo que me apercebo ligo ou mando mensagem de volta a pedir desculpa. Outras vezes recebo um "?" de resposta, ainda antes de me aperceber do engano. É normal, acontece a quase todos.
Quando recebo mensagens por engano, se vejo que é de alguém conhecido, aviso que a pessoa se enganou. Se é de estranhos, ignoro.
Mas acabou de me chegar uma mensagem, de número anónimo, que não posso ignorar, mas, vindo de um anónimo, não tenho como avisar. 
Por isso lembrei-me do blog. Este blog é lido por mais de 5 pessoas. Pode ser que a Daniela o leia, ou alguém amigo da Daniela lhe faça chegar esta mensagem. Vá conto convosco nesta caça à Daniela (garanto-vos que não é um anúncio da Cacharel). Quero ver este apelo inundar as redes sociais e conto convosco. Toca a espalharem a mensagem, não vá a Daniela ficar na rua, ou a pé. E eu aqui em cuidados! Este meu coração de manteiga há-de ser a minha desgraça.
"Daniela a chave ta debaixo do balde no tanque"

Pessoa que mandou a sms à Daniela, nunca lhe mande uma com o número de cartão de crédito e respectivos códigos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Passar uma esponja sobre o assunto

Para arrumar de vez o assunto, e porque prometi um post sobre futebol e mulheres, aproveitei a hora de almoço para ir a um ginásio.
Uma vez que não frequento nenhum, escolhi aquele que ficava mais próximo do escritório. Espera, esse não pode ser, que é daqueles só para mulheres, deve ser uma coisa super exclusiva, tipo reunião da Maleta Roja. Lá estou eu a desviar-me para os temas docinhos que só as mulheres entendem. Fui então ao segundo ginásio mais próximo do meu escritório. 
Fingi algum interesse em inscrever-me e pedi para me mostrarem as instalações. Ia finalmente ter conversas de homens de barba rija, sobre futebol e mulheres. 
Que desilusão... Homens, vi dois, um grávido de 8 meses na passadeira, pobre homem, acho que lhe tinham rebentado as águas, tinha os calções enchardos e outro, grávido também, mas de gémeos, nos biceps, a levantar ferro. Também devia estar em trabalho de parto, valentão, tive vontade de lhe pedir uma epidural, ou qualquer coisa que lhe aliviasse as dores que aparentava ter. Obviamente, respeitei aquele momento íntimo e não trocámos qualquer palavra. Afastei-me em silêncio, no mais profundo acto de respeito. Força meus bravos, uma horinha pequenina. Ai, pronto! Lá estou eu outra vez de volta dos temas femininos. Prometo que não falo de amamentação, mas o grávido da passadeira tinha umas mamas maiores que as de muitas mulheres.
Ainda vi duas senhoras a conversar enquanto pedalavam. Aparentavam ter quarenta e tal, cinquenta anos. Não me pareceu que percebessem muito de conversas de homem.
Acabei por não me inscrever no ginásio. Aparentemente vou ter de continuar a escrever posts docinhos sobre temas que só as mulheres entendem. Não sem antes vos dizer que vi os dois golos que o Cristiano Ronaldo marcou ao Chelsea e o abraço que ele deu ao rapazito que invadiu o campo. Estavam muitas mulheres a assistir ao jogo, nomeadamente as belíssimas mulheres dos jogadores.
Lurdinhas, podemos passar uma esponja sobre o assunto, ou isso também é coisa de mulheres?

Macho macho man, I want to be a macho man!

No seguimento do meu compromisso em trazer-vos posts com temas mais do agrado do público masculino, refugiei-me na caverna dos homens, as mulheres chamam-lhe garagem.
Abro a porta, acendo a luz e ali estava ela, a sorrir-me. A caixa de ferramentas!
Agora podia tentar fazer umas flores e uns trocadilhos, e tentar erotizar a cena, dizer que lhe deitei as mãos sujas de óleo e a atirei para cima do primeiro monte de desperdício que encontrei enquanto ela, sem resistir, cedia às minhas carícias ardentes, mas os livros da Harlequin não são bem a minha onda. E as minhas mãos não estavam sujas de óleo. E não tenho desperdício na garagem. Nem fetiches com ferramentas...
De maneira que apaguei a luz e vim embora. 
Acho que vou antes ao ginásio dar no ferro para encher e falar com homens a sério!
Ou ver se apanho alguma repetição do Querido Mudei a Casa, que às vezes mostram lá ferramentas e a apresentadora, ui a apresentadora...

Se quiserem saber mais sobre ferramentas, vejam isto





Testosterona!

Ontem recebi uma queixa mais formal relativamente aos meus posts. Parece que só faço posts docinhos com temas que só as mulheres percebem.
Pensando bem, é capaz de ser verdade. Tenho descurado os interesses masculinos e parecendo que não, deve ser isso que mantém os homens mais arredados deste blog.
Mas vocês sabem que sem leitores não passo de um simples Romeiro (ide, correi a ler o Frei Luis de Sousa). E por isso decidi compensar-vos, leitores descontentes com o fio editorial do Mirone,  com uma dose extra de testosterona.
Portanto, e sem demoras, passemos a assuntos que só os homens percebem.

Logo à tarde venho falar-vos de ferramentas e, antes de se deitarem, espreitem o blog outra vez que vai haver um especial futebol e mulheres.

Abração! Uga! Arroto! Ou qualquer coisa que achem mais viril!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Então é só isto?

Anos e anos a ver séries e filmes policiais. Flashes do Luís Esparteiro e Vitor Norte com casacos de cabedal, sempre que penso em PJ. Serões inteirinhos a ver a melhor trash/reality TV sobre o tema, COPS. Cercos policiais que duram horas, helicópteros, snippers. Abordagens relâmpago dos suspeitos. Detenções aparatosas. Resistência às autoridade. Sirenes, tiros... tudo isso e muito mais. O Duarte e Companhia senhores, até o Duarte e Companhia tinha perseguições emocionantes. Uma pessoa sabe que é ficção, excepto o COPS, mas vem dos Estados Unidos, é uma realidade paralela, pode considerar-se ficção. Mirone, tu até sabes como é que essas coisas se processam! Pois sei. Ainda assim, alimentava a secreta esperança de um dia assistir a uma cena digna de filme. Menos aquela parte de me levarem o carro para ir atrás dos criminosos.
Tomem nota, 7 de Agosto de 2013. O dia que podia ter sido, mas não foi. O dia que não fará parte daqueles momentos, "cheguem aqui netinhos lindos, que vos vou contar como foi o dia em que prenderam o maior criminoso de todos os tempos". 
Restaurante do costume. Uma e meia da tarde. Almoço quase no fim. Entram dois senhores perfeitamente "normais". Calças chino, polo Lacoste... Revólveres, zero! Casacos de cabedal, zero! Gritos, zero! Um deles tinha óculos Ray-Ban, menos mal. Aproximam-se de um senhor que almoçava sozinho e que aguardava o troco, também ele perfeitamente "normal".
- Polícia Judiciária. Faça o favor de nos acompanhar.
- Deixe-me só guardar o troco e factura.
Saíram os três, lado a lado. Sem gritos, sem tiros, sem algemas.
Os outros clientes ficaram a cochichar, quem seria, quem não seria. 
E eu ali, sem ninguém para cochichar, quem seria, quem não seria.
Agosto. Até a emoção foi de férias...



 Edição às 15.00 - acabei de ler que a PJ deteve dois ladrões extremamente perigosos. Vou  fingir que acredito que aquele era um deles.

Chamem a polícia!

Ultimamente este blog tem sido um misto de livro de reclamações e porta de frigorífico, cheio de reclamações, recadinhos e lembretes.
Aqui fica mais um.
Pessoas que deixam o carro em segunda fila a "trancar" outros carros regularmente estacionados, não o façam, por favor.
Pessoas que ignoram este meu pedido e estacionam em segunda fila a "trancar" carros regularmente estacionados, não se afastem, estejam atentas, não se demorem, e corram a remover o vosso carro mal ouçam uma buzinadela. 
Pessoas que ficaram com o carro "trancado" e buzinam para que os donos dos carros mal estacionados os tirem, apitem, esperem um minuto, dois no máximo e chamem a polícia.
Pessoas que preferem estar há 10 minutos a apitar, dez minutos, contei-os eu, deu para escrever este post!, se não param com isso quem chama a polícia sou eu!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Qualquer coisa leve

Noite de sofá e zapping...
- Vá, senta-te aqui. Hoje estás por minha conta. O que é que te apetece jantar?
- Sei lá. Qualquer coisa gulosa, que  não te dê trabalho... Umas mini-pizzas, já não me lembro quando foi a última vez que comemos pizza...
- Pizza, tu? Eh lá! Estou a estranhar... Não, deixa estar, faço antes qualquer coisa mais leve?

Vai para a cozinha, abre frigorífico, fecha frigorífico, volta triunfante.

- Fiz umas sandes, ficamos bem e é mais saudável. De certeza que vais gostar, tem tudo o que gostas. Umas fatias de brie, presunto, tomatinho cherry e manjericão para dar aquela frescura. Estás a ver, não custou nada  e é muito mais saudável... E sumo de laranja natural!
- Quantas laranjas espremeste para fazer o sumo?
- Seis, três por copo... Porquê?
- Comias três laranjas à sobremesa?
- Não!
- Então abre a minha a minha sandes e leva ao forno a tostar, se fazes favor, que dá uma mini-pizza óptima.






 


Já escolheste o que vais ler neste Verão Mirone?

Já sim, mas tive a preciosa ajuda da sr.ª D.ª Preciosa (!!!) e da amiga, cujo nome não fixei.
A Sr.ª D.ª Preciosa que achou que eu precisava de ajuda. Começo a acreditar que preciso mesmo. Ontem foi o Factos de Treino, hoje as simpáticas senhoras. Devo andar com um ar desgraçado e só eu é que não percebi.
- Boa tarde, podemos fazer-lhe uma pergunta?
Pronto, nasci para isto, Mirone pratica o bem. Ora essa, simpáticas senhoras, o que precisam que vos explique, onde fica a Conservatória, o consultório do Dr. Adelino?  Esboço o meu melhor sorriso.
- Sim...
- O meu nome é Precisosa. Já reparou que a pornografia está cada vez mais presente nas nossas vidas?
Mas que pergunta é essa? Então não reparei?  Ainda ontem aquelas calças a mostrar meio rabo... uhhh.
- ... ?!
- A pornografia está em todo o lado, na televisão, na publicidade, na internet, entra-nos em casa quando menos esperamos e é capaz de destruir famílias inteiras. E nem sempre é fácil pedir ajuda, não é?
Não é, como?! Tenho ar de quem precisa de ajuda para lidar com a pornografia?! Só a mim...
- Lamento, mas estou com pressa.
- Nós percebemos... Mas é importante reflectir sobre estes assuntos. Aceite só estes folhetos que poderão esclarecer muitas dúvidas que temos quando pensamos em pornografia.

 De maneira que a minha leitura, nos próximos tempos será esta.


Aqui entre nós, as simpáticas senhoras tinham todo o ar de quem se deliciou a ler as 50 Sombras...



Novo fenómeno do Entroncamento (ou, post nojento pela manhã)

Não sei o que é que se passa com os passarinhos da vossa rua, mas suspeito que na minha haja qualquer coisa capaz de se inserir na categoria fenómeno do Entroncamento.
Fenómeno do Entroncamento? Como assim? Tomates de tamanho de abóboras? Abóboras do tamanho de porcos? Avistamento de Ovnis?
Não sei, mas a existência de Ovnis não está posta de parte.
Ainda não presenciei nenhuma ocorrência, para vos afirmar com segurança, mas arrisco dizer que algures na minha rua, há uma avestruz voadora. Sim, leram bem, uma avestruz voadora! Que outro bicho pode deixar uma marca deste tamanho no meu vidro?



A outra hipótese é, realmente, ter qualquer coisa a ver com ovnis.
Acorda uma pessoa, de bem com a vida e o mundo, para vir à janela e dar com isto...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Maldita tu!

Esta manhã, perguntava-me o Factos de Treino se precisava de alguma coisa. 
Preciso. Preciso tanto e de tanta coisa! Assim para começar, preciso de um bloqueador interno de estupidez. E de rever as minhas referências musicais. Urgentemente! 
Quando, sem motivo aparente, um cliente queixoso da sorte que a vida lhe trouxe, começa a falar da sua vida privada e a recordar o grande amor da sua vida, Ana Maria de seu nome, temos duas saídas sensatas e possíveis, e uma terceira, aquela por que optei, inqualificável: 
A) Cortamos imediatamente a palavra ao nosso interlocutor, e continuamos a tratar de assunto que o trouxe até nós;
B) Tentamos demonstrar alguma empatia e, logo que surja a oportunidade, mudamos de assunto;
C) Deixamos que fale, e fale e fale, abrimos muito os olhos enquanto ele nos conta os pormenores escabrosos que levaram ao fim de tão grande amor, damos-lhe um lenço de papel, e na nossa cabeça cantam as vozes inconfundíveis do Trio Odemira. 


O cliente foi embora passado uns minutos. O Trio Odemira ficou. Eu continuo em estado de hipnose... Maldita tu!

PS- Se calhar preciso só de férias.




Porquinho mealheiro

Aviso já que o assunto deste post é batido, gasto, pensava eu, mas, aparentemente, ainda há pessoas que resistem e insistem.
Pessoas, pessoas, cheguem aqui à minha beira, só um bocadinho sim?
Ãh? Quem? Eu? Está a falar comigo?
Usa calças de cintura descaída? Homem, mulher  ou transgender, não interessa. Também não interessa se tem peso a mais, a menos, ou o peso certo, ok? Usa camisas ou t-shirts curtas? Precisa de se sentar, dobrar, baixar, enfim, precisa de fazer qualquer movimento que não encostar-se a uma parede e aí permanecer imóvel? Com as tais calças de cintura descaída? Em locais públicos ou, não se tratando de locais públicos, fá-lo em frente de outras pessoas? Pronto, concedo, fá-lo à minha frente? Sim? A resposta é sim? Então é consigo que quero falar.
Responda-me só sim ou não, com a cabeça, escusa de mexer o corpo, pode ser?
Se eu lhe puser aí uma moedinha, promete-me que começa a juntar dinheiro para comprar umas calças que lhe tapem o rabo?

Não vale a pena tentar tapar o cofrinho com um fio dental. Nesse caso serão capazes levar uma nota amarrotada e, parecendo que não, é coisa para vos fazer sentir insultadas não?


As marrãs dos filhos ?!

E porque não frequentas apenas lounges exclusivos, casas de chá sossegadas  ou cafés requintados, espaços de cultura,  tertúlias literárias e filosóficas da mais alta intelectualidade, Mirone?
Porque perderia reflexões deste gabarito:
- Oh mãe, não gosto do creme deste bolo!
- "Atão" dá cá, que eu como. Oh pá, eu bem digo que as mães são as marrãs dos filhos. Em vez de deitar aos porcos, deitam às mães. Toma que é para a engorda! Não "havemos a gente" de 'tar gordas!


Acho que nunca tinha escrito marrãs na minha vida. Se estes momentos não são um verdadeiro boião de cultura, não sei não....

domingo, 4 de agosto de 2013

Caracóis

Fins de semana de Verão, sobretudo os de Agosto, têm para mim um significado: Caracóis!
Ai que bom, adoro um bom prato de caracóis!, dizem vocês. Pois sim, os caracóis são um petisco, mas não é bem isso que eu estou a dizer. (Não me trucidem, mas enoja-me um bocadinho comer caracóis... eu já provei, e nem é mau, até gostei, mas ponho-me a pensar no bicho, todo ranhoso... uhhh).
Os meus fins de semana de Agosto são passados em modo caracol, ou seja, dentro da casca e de molho. E mexo-me devagar, muito devagarinho. Vá, também vou pondo os pauzinhos ao sol, haja uma espreguiçadeira e um livro...
Portanto, não me procurem nas praias cheias, no meio da confusão. 
Prefiro rodear-me de familiares e amigos, com os pés de molho, a criançada  a gritar e a perguntar quando é que podem ir para a água, se falta muito para a digestão acabar, ela empurrou-me, Não empurrei nada, nunca mais brinco! Festas de anos infantis (este mês é uma por fim de semana!). Almoços que se colam aos lanches, lanches que se tornam jantares. Vivia bem assim o ano todo...



sábado, 3 de agosto de 2013

Equivalência

Sobre aquilo do Relvas ser Alto Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa só tenho a dizer que durante a minha infância e juventude vi todas as novelas da Globo, e uma ou duas da Bandeirantes, que havia para ver, consigo imitar perfeitamente o sotaque carioca, paulista ou nordestino. Também não vou mal nos sotaques africanos  e falo "alentejano", "minhoto" e "madeirense" fluentemente. Pratiquei basquetebol federado durante 3 anos, nunca participei nos Jogos Olímpicos, bem sei, mas o Relvas também não. Renovei o meu passaporte há poucos meses, pelo que tenho disponibilidade para viajar com frequência para o Brasil e outros países, se assim tiver de ser.
Sendo assim, acredito que tenho um currículo suficientemente rico para merecer a equivalência e ocupar um lugar de destaque no Alto Comissariado.

Belinha, conto contigo para o lobby aí desse lado do Atlântico. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dieta

No outro dia, na minha pausa para o café* a meio da manhã, falava-se no programa da manhã da Júlia Pinheiro sobre as profissões que mais engordavam. 



Não prestei muita atenção, sempre achei que era a comida e bebida que engordavam (e as hormonas, pois, que eu nem como para o peso que tenho, é um desarranjo hormonal). Em rigor, nem é a comida e a bebida, são mesmo as pessoas que engordam, já dizem os americanos "guns don´t kill people, people kill people". Mas não,  diz que são as profissões. Não sei se a minha é uma delas, pelo sim pelo não, esta tarde faço dieta, que é como quem diz, não trabalho.

* Bebo sempre café sem açúcar (muito menos com adoçante), mas às vezes como um pastel de nata. Gosto tanto de partilhar estes factos intreressantes e de incomensurável utilidade da minha vida


Junta-te a eles

Que motivo leva as pessoas a mentirem mal? Porque são muito burras, porque julgam os outros muito burros, ou ambas (por serem burros acreditam que os outros são ainda mais burros). Se têm de mentir,façam-no bem. Custa muito? Nem estou a falar da outra que mentia na idade...
Ultimamente tenho trabalhado com um péssimo mentiroso. Nem sei se se pode chamar mentiroso, acho que é mesmo só um burro que se acha esperto. Falha prazos, compromissos, desdiz-se, inventa desculpas esfarrapadas, uma coisa aflitiva. Já invocou todos os imprevistos no mundo para se esquivar às suas obrigações. Juro que estou à espera do dia em que me diga que o cão comeu os documentos. No que diz respeito a pagamentos, os imprevistos atingem dramatismo e proporções bíblicas.
No início irritava-me, dizia-lhe que não acreditava, mostrava-lhe as contradições, que é uma tremenda falta de respeito e de carácter, que as coisas tinham de mudar, que não podíamos continuar a trabalhar naqueles moldes.
Hoje mudei de estratégia. Se não podes vencê-los, junta-te a eles. 
Telefonou-me, entusiasmado, que precisava de mim, que tem um projecto que precisa mesmo de me mostrar, uma coisa em grande, se podiamos reunir? 
E eu sem paciência para os seus negócios de corrente de ar...
- Com certeza. Reuniremos segunda-feira logo às 8.00h.
- Oito horas, tão cedo? Mas a essa hora nem está ninguém no escritório...
- Não se preocupe, estarei eu. Tem de ser. E olhe que já vou ter de desmarcar outras coisas...
Naturalmente, segunda feira às 8 horas ligo-lhe com a desculpa mais esfarrapada do mundo (um anão montado num pónei roubou a chave do meu carro) e desmarco.
É uma infantilidade, uma enorme falta de profissionalismo. Não vai mudar nada, mas  vai saber-me tão bem. Só preciso de não abortar o plano até lá...

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Telemarketing

Senhores do Barclays Card, senhores dos filtros de água, senhores do Meo, senhores dos seguros de saúde com planos de assistência dentária do além, senhores em geral, que querem vender-me coisas que eu não quero nem preciso e insistem em telefonar-me, é o vosso trabalho, eu sei. Por isso nunca vos desligo o  telefone na cara sem mais nem menos, conversamos sempre um bocadinho, vocês lêem os vossos textinhos, eu escuto o vosso discurso monocórdico, digo que não muito obrigada, vocês insistem mais um bocadinho, eu digo que não outra vez, peço licença e desligo. E peço a Deus que nunca precise de fazer telemarketing (devem ter de ouvir cada coisa, pobres operadores)...
Senhores do telemarketing, vamos fazer assim, eu arranjo um daqueles números de valor acrescentado, daqueles que dão dinheiro, tipo linha de apoio das finanças (ah pois, de cada vez que ligam para os números azuis eles recebem dinheiro) vocês ligam, e podem ficar o dia todo a falar, não me peçam é para vos ouvir e responder de volta, pode ser?
Às vezes não é uma questão de ser oportuno ou não (na maior parte das vezes não é, evidentemente), é mesmo porque não me interessa comprar nada pelo telefone... 
E escusam de vir bater-me à porta ou abordar-me num centro comercial. Hoje estou com algum tempo livre e imprimi várias imagens destas. 



Aviso já, não pensarei duas vezes antes de as usar!

Escolaridade obrigatória

Lembram-se disto??
Adivinhem quem estava a beber café aqui em baixo? A namorada do Jorge. E quem chegou logo a seguir? A amiga.
- Então, de férias?
- Oh pá, pois é, também mereço.
- Ficas por cá ou vais lá para baixo?
- Este ano fico, que isto está mal. O Jorge teve uns problemas, coisas da estúpida da mulher, fogo não há meio de se ver livre dela, e tive de lhe emprestar dinheiro.
- Mas ele continua com ela?
- Oh pá, continua. Sabes que o menino vai este ano já vai para a escola, não é como o infantário. Vai ser uma mudança brusca, e ele não pode sair de casa assim. Vamos ver como é que ele se adapta à escola e depois logo se vê. Sabes, ele é muito agarrado ao pai. E a seguir ao Verão é pior, ainda agora eles foram uma semana para a Altura e o Jorge diz que nunca viu o puto tão feliz. Sabes como é que  é,  têm sempre aquela cumplicidade com o pai...

Eu não sou de intrigas, mas se calhar avisava a amiga do Jorge que a escolaridade obrigatória aumentou e o Jorge vai poder usar o argumento da escola pelo menos nos próximos 12 anos...