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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Para fechar a série, às vezes sinto-me a sufocar

Quando tenho de explicar a um filho que não pode deixar o pai, doente crónico com mais de oitenta anos, sem medicamentos simplesmente "porque já é dia 23 e a receita médica tem validade de 10 dias e para a semana já entra o mês do meu irmão".

26 comentários:

  1. Sem piada, li, reli e não percebi.

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    1. Já percebi. Amor filial, portanto.

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    2. Não tem piada nenhuma, efectivamente. Sufoco, o meu ritmo cardíaco aumenta, sinto o peito apertado e tenho dificuldade em respirar.

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    3. É simples: Ele quer se seja o irmão a aviar a receita.

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  2. A forma como se maltratam os velhos neste país é revoltante!

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  3. A sério? Que raio de filhos que se esquecem assim dos pais. Vergonha alheia bem te digo

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  4. Às vezes não sei. Tento não julgar, mas custa-me. Não sei se é negligência, se é ganância, se é falta de capacidade económica. Sei que há pessoas que não compram medicamentos porque não podem mesmo. Outros porque acham que o irmão pode mais. Sei de quem não compre medicamentos porque está a ajudar os filhos que ficaram desempregados, ou que estão a estudar (e será que os filhos um dia lhes comprarão medicamentos?).
    Quando digo que sufoco não estou a mentir.

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    1. Esqueceu-se da hipótese de acefalia, Mirone.
      Está a propagar-se a olhos vistos

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    2. Pipocante Azevedo Delirante25 de setembro de 2014 às 15:55

      Já pessoas (velhos/idosos/cotas) a comprar os "remédios" ora fiado, ora a prestações.
      Priceless

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  5. Eu entendo que as pessoas possam ter dificuldades econômicas, mas para mim dizer que "não tenho como pagar os medicamentos" ou "para a semana já é a vez do meu irmão ele que pague" são coisas diferentes. Mas lá está do convento sabe quem está lá dentro.

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    1. Estás a ver? Sufoco! Por um lado parece-me de um egoísmo atroz, por outro.... E se há uma razão mais forte que desconheço? E que razão mais forte justifica deixar um pai sem medicamentos?

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    2. digo-te já que a mim me faz logo confusão a coisa de para a semana entra o mês do meu irmão. Eu entendo a divisão das despesas mas caramba, se eu neste momento não posso porque é que o meu irmão não pode pagar apesar de "não ser o mês dele"? São filhos em Part-Time? Confesso que as guerrazinhas familiares me fazem confusão, principalmente quando pelo meio se põe em causa o bem estar de alguém.

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  6. Pois, não devemos julgar. Um pai que nunca foi pai, que maltratou ou que nunca cuidou, é capaz de não suscitar grande empatia. No fundo, dificilmente se dá o que nunca se recebeu. Pode ter sido este o caso. Comprendo perfeitamente. Por norma, colhe-se o que se plantou. Sabemos lá nós, não é?

    Se te sufoca assim tanto e se és melhor que ele, simples: compra-los tu.

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    1. Desculpe, mas a sra é parva???
      Refiro-me ao comentário das 15:16

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    2. Anónima das 15:16, vamos lá ver uma coisa, onde é que leu que me acho melhor ou que não compreendo?

      Adivinho-lhe toda a alegria do mundo nas colheitas que fizer no futuro. Seguramente estará ocupadíssima a semear coisas boas de tal forma que nem teve oportunidade de ler bem o que escrevi.

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  7. Filhos negligenciadores deviam ser punidos tal como pais negligenciadores. Mas cada caso é um caso. Há filhos que mesmo querendo não têm mesmo condições económicas para tomar conta dos pais. E também há pais que nunca mereceram ser chamados de pais e quando ficam velhos esperam que os filhos sejam obrigados a tomar conta deles. A mim chocou-me bastante a percentagem de velhos que são deixados no hospital em véspera de Natal etc, ocasiões que deviam ser para a familia toda. Vou dar um exemplo: um tio meu, viúvo, sem filhos, 89 anos teve um avc. Ele vive em Braga nós somos do Porto. Uns dias depois fomos visitá-lo ao hospital num Sábado, dissemos ao médico que o iamos trazer para nossa casa e o médico deu alta. Mas o meu tio não se sentia bem e dizia que queria ficar no fim de semana para recuperar melhor e ir só na segunda e nós tb ainda n tinhamos cama para ele, foi tudo muito de repente. E o médico que não, que tinha que ir hoje, que não podia ficar até segunda. Olho à volta e vejo camas vazias, não é problema de espaço. Resumindo, depois do meu marido conversar com o médico chegou-se à bela conclusão que o medo do médico era que não pusessemos lá mais os pés. Bonito não é? É triste pensar que isto acontece tantas vezes que os médicos já estão de pé atrás. Desculpa o testamento.

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  8. Maltratar/negligenciar velhos é do mais repugnante que existe.

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    1. Está tudo muito bem, mas isso do negligenciar tem muito que se lhe diga.
      Ha idosos, que às vezes nem são assim tão velhos que só existem para dar trabalho e preocupações a quem já tem preocupações que chegue.
      E depois há outros, na mesma não tão velhos assim que pensam que os filhos devem preocuparem-se mais com eles do que com os próprios filhos.
      E ainda há aqueles que valendo-se da sua condição de velhos, que nas mais das vezes nem o são assim tanto, desculpam-se com mil doenças para não fazerem nenhum.
      E finalmente há aqueles que pensam que o mundo tudo lhes deve. São aqueles que toda a vida estenderam a mão para receber sem nunca terem dado nada em troca.
      Corvo.

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    2. Ora bem, agora ´´e que o Corvo disse tudo. Há velhos rabugentos e déspotas que são o diabo de aturar. Oh se são!

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    3. Amigo Corvo e anônimo,

      mantenho o que disse: maltratar/negligenciar velhos é do mais repugnante que existe.

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    4. Concordo consigo. Referi-me a algumas espécies de velhos, que por acaso conheço alguns.
      Um que abandonou a mulher e três filhos em que o mais velho tinha quatro anos. Foi com uma gaja, fez-lhe filhos e agora de velho veio para a mulher o aturar que com pouco mais do que a reforma de 320 euros vive.
      E nem quira saber o exigente que ele é. So em tabaco vai a reforma da desgraçada.
      Outro fez a mesma coisa. Deixa a mulher, e filhos pequenos na mais completa miséria e vai esbanjar uma fortuna, mas fortuna mesmo com uma vivaça. Agora de velho veio para a filha, porque a mulher ja morreu, e quer que a filha o acolha e sustente com os 600 euros que ganha na fábrica, quando ele não foi pai para ao menos lhe dar um curso melhor.
      Ah! E a filha paga renda, tem dois filhos na escola, sustenta a casa porque o marido esta desempregado.
      Esse velho passa a vida no tasco a falar mal da filha que não o ajuda, que não faz nada por ele, como se pode fazer isto a um pai, e tal e tal...
      Sabe o que eu lhe digo NM? que ser pai qualquer animal o é. Saber ser pai é uma coisa totalmente diferente.
      Depois são exigentes e prepotentes com quem as mais das vezes nem para os filhos têm.
      Considerando, claro, algumas excepções.
      Corvo.

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    5. Caro Corvo, se reparar bem, as atitudes que refere foram praticadas por homens jovens, que já nada valiam nessa idade. Não deixaram de valer porque envelheceram. O grave é que se pense que as pessoas perdem o valor que já tiveram pelo simples facto do tempo ter passado por elas!

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    6. Claro, Gelado de Pitanga.
      São as tais excepções que referi. Que há e que mereciam um pouco mais de cuidado, mas mesmo dentro dessas excepções também há que ver a conjunctura actual que não permite uma prodigalidade que muitas vezes a velhice, não só exige como acha ter direito.
      De uma maneira geral os velhos não são compreensivos e acham que tudo lhes é devido. Nem que se suprima aos netos desde que chegue para eles.
      Falo assim porque nem imagina a quantidade de casos que conheço como os que referi, e outros muito piores que só por decoro para com o blog e com quem lê, não meciono..
      BFS.
      Corvo.

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    7. Esqueci-me de lhe dizer, Gelado de Pitanga, que tenho 73 anos.
      Mas não chateio nem crio problemas a ninguém, e muito pelo contrário! :)
      Corvo.

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  9. Há pessoas que, comprometendo-se a fornecer ao lar as fraldas que os pais usam, em vez de ser o lar a fornecê-las, que marcam as fraldas para terem a certeza que as mesmas não são usadas no "mês dos irmãos". E querem que o médico passe duas receitas do mesmo medicamento para que os "seus" comprimidos não sejam usados no mês do irmão. E ficam indignadíssimas porque o médico se recusa a passar uma receita se sabe que a que passou ainda não se esgotou.

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