Li, a propósito dos últimos homicídios mais mediatizados, o da adolescente de Salvaterra de Magos e o do gerente da pastelaria de Benfica, que ambos os homicídios tiveram motivos fúteis. E não o são os motivos da larguíssima maioria dos homicídios?
Um desentendimento passional, uma discussão familiar, uma desavença de vizinhos, um ajuste de contas, um roubo, uma rivalidade entre gangs, uma quezília no trânsito, racismo, xenofobia, questões clubísticas, invejas, vinganças e outros tantos, não são todos eles motivos fúteis?
Julgo que os motivos, noutra perspectiva, podem não ser considerados fúteis. São doentios. A inveja e a vingança, o racismo e a xenofobia não são uma futilidade, são antes uma deficiência nos valores, na cidadania, uma deficiência psicológica ou um gap entre os que se recebe dos outros e o que se consegue dar aos outros.
ResponderEliminarMas as pessoas são cada vez mais fúteis, mais exterior e menos interior.
Andamos todos muito cansados disto. Eu já não aguento mais.
Parece que repentinamente todos endoideceram.
Tu já viste que são umas atrás das outras?
Um homem que mata outro por causa do tom de pele parece-me ter um motivo tão fútil (insignificante, frívolo) como aquele do que mata por um par de ténis, por um maior quinhão na partilha, ou o fim de uma relação amorosa. Vejo um desrespeito atroz pela vida humana, a deficiência nos valores está presente em todos eles.
EliminarMas há uns motivos mais fúteis que outros!
ResponderEliminarSim, existem diferentes graus de futilidade (ainda que a partir de um determinado patamar tenha dificuldade em distinguir o que é absolutamente fútil, do muito fútil, do "normalmente" fútil, e do que é pouco fútil).
EliminarIsto da futilidade pode ser visto como a gravidez (não se precipitem, eu explico). Não se está muito grávida ou pouco grávida, está-se grávida, já a gravidez pode estar numa fase mais avançada ou inicial.