Não tenho, bem sabem. Mas em casa do meu pai a ideia de arranjar uma ovelhinha mantém-se firme. Entretanto "ressuscitaram-se" dois patinhos recém-nascidos que quase se afogaram na taça de água. No meio da aflição o meu pai ainda sugeriu que a minha mãe arranjasse uma grelha e os pusesse em cima da torradeira para aquecerem, depois dentro do forno ligado no mínimo, aberto, mas acabaram mergulhá-los só com a cabeça de fora em água morna durante uns minutos, até aquecerem, e enfiá-los numa meia de lã. Eu teria sugerido um secador de cabelo. Passaram a noite dentro de uma caixa de morangos na cozinha e no dia seguinte regressaram à capoeira.
Por cá, comecei o dia a com a Mironinho a chagar-me o juízo, porque tínhamos de ir procurar o coelhinho que tinha fugido.
- Mas qual coelhinho? Nós não temos nenhum coelhinho.
- Aquele pequenino castanho, que encontrámos à beira da estrada e trouxemos para casa. E estava outro castanhinho e branco no ramo da árvore. Não te lembras, mamã? Aquele que dormia na casa de banho dentro de um tupperware. Vamos, deve ter ido para a cozinha procurar comida. Levanta-te!
- Ó filha, sonhaste, nós nunca tivemos um coelhinho.
- Não sonhei, tu é que não te lembras! Levanta-te, vamos procurá-lo.
Bendito regulamento de condomínio.
E eu que estou aqui que não me aguento, desejosa de me meter na alheta para ir ver da Mequinha...
ResponderEliminarRealmente só me falta sarna para me coçar.
Mas uma coisa é acordar para tratar de um bichinho que existe, outra é sermos arrancados do sono de beleza, e sabe Deus como eu preciso dele, para ir procurar um coelho que só existiu no sonho da minha filha. E se ela estava convencida de termos um coelho a dormir na casa de banho dentro de um tupperware.
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