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segunda-feira, 13 de abril de 2015

No meu país

...onde o Estado quer saber tudo se houver dinheiro envolvido e haja uma oportunidade de gerar receita fiscal, no prazo de 24 horas um pai mata um bebé de seis meses à facada e um padrasto espanca uma menina de 2 anos até à morte (o irmão ficou internado para observação). Nestes dias apetece-me ceder à tentação de dizer que no meu país o Estado só quer saber de quem tem dinheiro.

13 comentários:

  1. Cede. Não é mentira, como todos sabemos, inclusive os agressores.

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    1. Não posso. Sei que não é assim, que apesar de tuso há no Estado quem se interesse, mesmo não havendo dinheiro envolvido, mesmo não se gerando receita fiscal, antes pelo contrário.

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  2. é muito triste mas é verdade, continua a ser reactivo em todos os casos, tem que acontecer algo primeiro, neste caso foi primeiro e último, mas para eles é mais um day at the office, triste, muito triste...

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  3. Querida Mirone,
    O Estado somos nós. Tal como no século XVII o Estado era o rei. (O seu post dava pano para mangas.)
    Beijos,
    Outro Ente.

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    1. Pois dava. Também por isso falei na vontade de ceder à tentação simplista de acusar o Estado de não querer saber.

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  4. Sim há no estado quem se interesse, mas muitos desses que se interessam perdem-se no meio do sistema e das burocracias e quem paga, bem quem paga são sempre os mesmos, os inocentes.

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    1. Outro caso, e este conheço-o bem; sobre uma espécie de inoperacionalidade.
      No prédio de uma familiar minha vivem mãe e filha, ex-emigrantes na Inglaterra. A senhora, viúva, tem cerca de 70 anos e tem muito pouca mobilidade, usa uma bengala ou está em cadeira de rodas. A filha, de cerca de 40 anos;toma conta da mãe, mantém a casa limpa, cozinha, trata das roupas... Como mãe e filha resmungam uma com a outra. acontece que a filha tem problemas sérios com a bebida e é quando está bêbada que o pior a contece. Ouvem-se gritos, louças a partir, bibelots que voam "literalmente" pela janela fora. A mãe dá bengaladas na filha, a filha chama nomes à mãe, ambas atiram objectos. Nunca ninguém sabe ao certo como as coisas começam. Os vizinhos já falaram com elas, os vizinhos já fizeram queixa na GNR, na Seg. Social. Aliás, das últimas vezes que os vizinhos ligaram para a GNR, quando disseram o nome da rua o polícia perguntou se era por causa das inglesas, que estão fartos de lá ir.
      As senhoras têm uma casa em condições e vivem sem dificuldades económicas. A senhora está bem alimentada e tratada, a filha não provoca desacatos na rua 8embebeda-se em casa, sozinha). Quando a polícioa lá vai garantem que não se torna a repetir, que foi só gritaria, que ninguém se magoou, e que não as separem porque são o amparo uma da outra.
      O que farias? Internavas a mãe num lar e submetias a filha a um tratamento compulsivo do alcoolismo? As instituições estão informadas, preocupam-se, tal como os vizinhos, mas nem por isso é fácil encontrar uma solução. é que por enquanto, e como elas dizem, ninguém se magoou, mas se calha um dia um bibelot voador acertar na cabeça de uma delas?

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    2. Eu não digo que seja fácil, que não é, mas o facto é que as respostas sociais existentes são limitadas e formatadas. Quando digo que há pessoas que se importam, digo que são pessoas que até conseguem ver as coisas de maneira diferente e procurar soluções alternativas, mas depois o sistema emperra e não deixa que se avance.

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    3. Sim, Lady, é isso, há pessoas que se importam (daí a minha recusa em ceder à tentação de dizer que não há quem se importe). às vezes não é uma questão de importar ou deixar de importar. Será uma questão de não ser possível fazer uma solução à medida para caso, mas de também não haver nas soluções standard uma que seja adequada. Uma espécie de preso por ter cão e preso por não ter.

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  5. A isso acrescenta, mulheres q morrem pelas mãos dos seus companheiros, idosos q se endividam pq estão a ajudar filhos desempregados, pessoas q não recebem os cuidados de saúde necessários por falta de dinheiro...e eu penso, em q raio de mundo vivemos nós?! ( e a lista podia continuar)

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  6. E o segundo caso estava referenciado!! Gostava de saber se as "mães", não viam as negras que já existiam antes!! E o outro que foi entregar as filhas á esquadra??? A namorada não gostava delas! O "pai" mata o bébé!! E uns "pais"que adotaram uma criança,5 anos depois foram devolvê-la???!!!!!! MAS QUE PAÍS É ESTE?????????????

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    1. Sim, Teresa, antes da máquina assistencial, era importante que a família se importasse.

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