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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Tanta pomba assassinada, tanta árvore decepada

Que me perdoe Eugénio de Andrade a deturpação grosseira do seu "Não é verdade", mas raras são as vezes que passe os olhos pela imprensa dita cor-de-rosa e que não me lembre dos seus versos. 

Acabei de ver isto na capa de uma revista numa papelaria aqui perto (só li "as gordas" da capa, não folheei):


Ora bem, suponho que a jovem repórter "Belinha"  - que tem um ar fresco e simpático invejável, mas de quem não sei mais nada - não ande longe dos 25 anos, "mais coisa, menos coisa". 
Imaginemos que a sua mãe a teve aos 25 anos também, "mais coisa, menos coisa". Não andará longe dos 50 anos. A infertilidade é um assunto que mexe bastante comigo e os casais por ela afectados têm toda a minha empatia e compreensão, mas caramba,  o "drama" de não poder ter mais filhos não será  menopausa?

Porque é que estes títulos sensacionalistas não funcionam comigo? Porque é que eu não fico cheia de vontade de comprar a revista e a ler de uma ponta à outra? Isso sim, devia ser um drama para os directores deste tipo de publicações, que estão a perder uma potencial leitora/compradora.

E pensar que se abatem árvores para estragar papel desta maneira...  Escrevam só na net, que é mais amigo do ambiente.

15 comentários:

  1. A Simone de Oliveira canta isso :)

    Em contrapartida, não faço a mais pálida ideia de quem seja essa Isabel

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    1. Sei qué é uma repórter muito simpática que faz aqueles programas de domingo à tarde,mas também não sei muito mais, que nunca consegui ver mais de 5 minutos seguidos. Aqui a questão não é ser a Isabel, por mim até podia ser o Papa ou a senhora que lava as escadas do meu prédio... o que me irrita são estas parangonas sensasionalistas, que têm em mim o efeito oposto ao desejado. Em vez de me "abrirem o apetite", só me causam repulsa.

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  2. Também não funcionam comigo. Sem ler, até apostaria que o drama será a avó da Belinha que tem uma entorse e uma mãe na menopausa, tal como disseste.

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    1. E deviam ter vergonha de usar a palavra drama de forma tão leviana.

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  3. Por acaso também li isso e fiquei a pensar mas que raio?! A senhora não deve poder ter filhos porque entrou na menopausa, olha que coisa..

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    1. Que maravilha, o Incrível. Quando andava na Faculdade, em dia de exames ia tinha um programa fixo com a minha melhor amiga. Depois do exame compravamos o Notícias do Mundo e depois iamos almoçar ao Monumental e fazer uma sessão dupla de cinema para arejarmos o cérebro. Que saudades!

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  5. Nem sei quem é essa miúda, mas aqui o verbo "poder" deve ler-se no pretérido. Concerteza a jovem será filha única. Isto sou eu a tentar perceber assim de repente pela foto.

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    1. É possível que não tenha podido ter mais filhos. Nem me ocorreu. Mas nesse caso não seria pôde? Tenho de ir ver como é com o acordo ortográfico.

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    2. Faz sentido sim. Mas seria pôde, sim... Digo eu!

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  6. Minha querida mirone, nada temas. Tenho de ir ao Pingo Doce... Já folheio a revista e já te trago novidades que eu não quero que te falte nada...

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    1. Pronto já fui às fraldas. A sra não pôde nem pode ter mais filhos derivado a um sopro no coração e por isso a piquena Belinha é filha única. Não diz a idade da sra. Prontos, é isto.

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