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segunda-feira, 21 de março de 2016

Fazer e fabricar história

Há uns dias comentava o blog da Palmier a propósito da facilidade com que se fabrica história "para inglês ver" no centro histórico de Lisboa. Dizia eu que bastava afixar um cartaz ou painel com uma data antiga, por exemplo a da construção do edifício, que não é mentira nenhuma, para que a casa agora aberta, ainda a cheirar a tintas e diluentes, ganhasse o estatuto de negócio com história, very typical.
E não é que não ando muito longe da verdade?

12 comentários:

  1. Querida Mirone,
    Isto recorda-me aquela estória do americano que, regressado aos States de uma visita a Inglaterra, decidiu replicar um antigo castelo. Concluídas as obras, vistoriou o imóvel e desabafou com o arquitecto: mas onde está o lodo no fundo do lago, o verdete nas pedras, a aura..., ao que este respondeu que seria apenas necessário dar-lhe tempo: umas centenas de anos resolveriam o problema.
    Bom dia,
    Outro Ente.

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    1. Num outro plano, mas que não deixa de ser igualmente triste, e se eu lhe contar que há quem partilhe no FB fotos dentro de um barco, na ria de Aveiro, num cenário perfeitamente identificável, mas afirmando que está em Veneza, Itália?
      Pior! E se lhe contar que as amigas dessa pessoa acreditam na patranha e dizem coisas como "usuário, a minha viagem de sonho!", "que linda, desfruta, tu mereces". E a dona da foto insiste que é tudo lindo, sobretudo os italianos, e que está a ser uma viagem fantástica?
      A cereja no topo do bolo é o momento em que alguém, em tom de gozo, lhe sugere que coma uova molli na picolo pesci e a autora da fogo agradece a dica toda entusiasmada?
      Nao sei se o fazem para enganar terceiros ou os próprios.
      Agora vou andando, tenho de ir ali tirar uma fotografia ao Cristo rei e dizer que estou no Corcovado.

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    2. "uova molli na picolo pesci" ahahahahahah

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    3. E ela agradeceu a dica! Surreal!

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    4. Só essa e o pessoal na Moda Lisboa...
      :-D

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    5. Ahahahahahahah!
      E se eu lhe disser que a pessoa em causa sonha ser estilista com marca própria? Como diria a outra, não há coincidências.

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  2. Isto sim, é empreendedorismo! O país precisa de mais gente assim!

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    1. Senhor Ministro, excelência, quanta honra!
      Não estava de viagem? Vai fomentar exportações ou procura investimento estrangeiro em negócios com história?

      Sempre a considerá-lo.

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  3. Há coisas que só mostram o quão ridículos conseguimos ser...

    :)

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    1. Lembras-te daquela série "Nós os ricos"? A personagem principal, um novo rico, casca grossa, de Nunes de seu nome (usava o de para ser mais sonoro) enriqueceu com uma fábrica de antiguidades.

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    2. Mas o DE num nome só significa que há várias gerações essa família foi propriedade de "senhores".
      E há quuem ache que remete a nobreza

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