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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Acudam, que querem acabar com um dos grandes marcos da nossa identidade!

Então não é que em Torre de Moncorvo, nas assembleias municipais e de câmara, acabaram com essa coisa tão portuguesa que é a de referir os títulos académicos antes do nome do seu titular?
Então, mas, mas, mas é assim? E a portugalidade? Onde fica o que nos distingue dos outros países, esse hábituo de tratar toda a gente por Sotôr e Inginheiro?

Agora a sério. Não deveria ter sido sempre assim?

21 comentários:

  1. Falta-te aí os arquitetos, esses sim, pilares, passo a redundância, da nossa identidade.

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    1. Tem toda a razão, sotôra!
      A todos os xôrarquitectos atingidos por esta falha grave, o meu sincero pedido de desculpas.

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  2. o cunhado do contundente10 de julho de 2014 às 15:32

    Então e os advogados? Sôtora?
    Esses sim é que são, não só os pilares como a estrutura da nossa credibilidade.
    Advogado que tire a Pedro para dar a Paulo pode sempre contar com a eterna gratidão deste. Sendo que o contrário também é absolutamente correcto.

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    1. Então? Os advogados são sotores, qual é a dúvida? Fiz questão de referir os sotores e inginheiros, só me esqueci dos arquitectos. :DDDDD
      (os advogados são uma raça tão mas tão nobre, veja lá, que representam interesses de terceiros, não os seus, por isso hoje dizem A e amanhã dirão B, assim seja o interesse do seu cliente). Sendo que o contrário também é absolutamente válido. :DDDDDDDDD

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    2. o cunhado do contundente10 de julho de 2014 às 18:04

      Pois, não vem muito a propósito, não!
      Mas onde encontrava eu pretexto para meter uma piada sobre os advogados, hem?!
      É deveras singular. Corre-se a Bloga de extremidade a extremidade e sobre causídicos, nada! Figurez-vous.
      Ou são todos sotores advogados ou não é nenhum; ou é tudo gente cumpridora dos seus deveres (DEVERES) e nunca precisaram de nenhum. (Por falar nisso tenho de me lembrar de perguntar à mais Picante o que é que a levou à barra), ou estão todos escaldados por esse sotores, ( o que me parece mais provável) e têm vergonha de falarem neles.
      Vici?! Sôtora!

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    3. Vou pela última, xôr engenheiro!
      Os advogados são gente ruim! Todos, todos, todos, sem excepção, que nestas coisas já se sabe, é tudo ou nada, ou saõ todos ou não é nenhum. Deus me livre e guarde de alguma vez me cruzar com um. Tenho um medo deles que me pelo!
      Eu quis ver se a coisa passava sem ter de falar neles, incluindo-os no grupo dos sotôres assim como quem não quer a coisa...
      Mas agora veio o engenheiro acutilante e pumbas!, tinha de levantar a lebre. Se daqui a pouco os tiver aqui à perna, a quererem o meu escalpe, estou para ver como vai ser. estou perdida.
      Vem o engenheiro ajudar-me?

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    4. o cunhado do contundente10 de julho de 2014 às 19:49

      O Engenheiro não vai com certeza que este(eu) ainda sou pior que o Sócrates. Esse ao menos parece, dizem, consta-se que andou na Universidade; agora este engenheiro, (eu) com a minha quarta classe primária não consegui diploma nenhum. Até merecia, de engenheiro ou doutor, que sabedoria não me faltava, mas ninguém foi na conversa.
      Mas não desespere que o acutilante/contundente corre logo em seu socorro, e como verdadeiro amigo que é, não se limita apenas a levantá-la, mas dá logo uma chapada ao filho da, da, da senhora honesta que a empurrou!

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    5. (Ohhh, assim não vale)

      Essa é que é essa! Entre engenheiros e doutores da mula russa com diplomas que sabe-se lá como foram obtidos e aqueles cujos diplomas até foram obtidos legitimamente mas que nenhuma formação acrescentaram ao seu titular, quem nos valerá?

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  3. É um bocado estúpido é ter de ser aprovado em Assembleia... Enfim. Mas pronto, a ver se mais algumas retiram o exemplo.

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    1. Tem razão sotora, tem toda a razão. :DDDDD

      (tens mesmo)

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    2. Onde eu trabalho há muito que não é referido o grau académico nas atas. São tratados pelo cargo que ocupam ou função que desempenham. Estes jornalistas fazem notícias de nada.

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    3. Uma arte, fazer notícias do nada! :)))

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  4. Então será que agora já posso dizer à vontade que não sou Dra.? É que eu sou melhor que o Relvas, nem precisei de me moer ou deixar rabos de palha. Tratam - me naturalmente por Dra. e eu às vezes não tenho como dizer que não, não somos colegas pah. Será que depois disto posso abrir caminho para as pessoas que não têm título deixarem de ser maltratadas? Será?

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    1. Anónima, vai rir-se, mas esta história passou-se comigo. Pediram-me isto, antes de uma reunião que ia haver entre várias pessoas, uns doutores, uns engenheiros e um senhor que não linha estudos superiores: "Olha, Mirone, se não te importares, durante a reunião, trata-me por Dr. A ti não te custa nada, e a mim dá-me um jeito do caraças, que estes tipos têm a mania que têm o rei na barriga e só dão ouvidos a doutores". Verídico!
      Assim se vê como duas ou três letrinhas antes de um nome podem fazer a diferença (infelizmente). Já diz o ditado, que todos os burros comem palha...

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    2. Sorri, é verdade. No meu caso é assumido que, se estou sentada àquela mesa, se participo naquelas reuniões, tenho obrigatoriamente de ter aquela licenciatura em especial. Eu nunca disse que tinha nem que não tinha mas tenho a noção que se abrisse a boca e dissesse que não sou licenciada, que sou só uma pessoa como muitos anos de experiência na área, algumas pessoas mudavam de comportamento. Representar a empresa que represento nessas reuniões é o meu melhor cartão de apresentação e, ainda que sendo, que sei que é, devia ser o suficiente. Isso e o trabalho por mim posto em cima da mesa. Enfim...

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    3. O que dizia aqui em baixo, à Cantinho, é mesmo o que penso. acredito que esta necessidade de se mostrar o Dr ou o Eng antes do nome só existe porque até há poucos anos aqueles que podiam estudar eram uma minoria, quase todos endinheirados, e que sentiam que isso lhes conferia um estatuto especial. Hoje em dia, felizmente, o acesso a cursos superiores alargou-se, há mais cursos e mais pessoas a poder estudar (no últimos anos esta tendência abrandou/estagnou por motivos económicos) e acredito que a longo prazo os licenciados serão a maioria e não sentirão mecessidade nem haverá qualquer motivo para terem um tratamento especial. Não desvalorizando a importância de um curso superior, antes pelo contrário, estudos nunca fizeram mal a ninguém, nem que seja a quem trabalhe numa área que não necessite de conhecimentos específicos, a verdade é que uma pessoa competente será sempre uma pessoa competente, independentemente da licenciatura que possa ter ou não, a licenciatura só lhe conferirá conhecimentos específicos, a competeñcia dependerá da pessoa e de outros factores.

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  5. Adorava que se alargasse a todo o país, mas duvido. Somos demasiado cagões para tal...

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    1. Não será do dia para a noite, levará uma ou duas gerações, mas suponho que com o tempo se chegue lá, à medida que a formação superior se tornar a regra e deixar de ser a excepção.

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  6. Por acaso isso nao nos distingue assim tanto dos outros... ha muito belo pais ditos melhores que nos (tretas) por essa Europa fora onde e tudo tratado por Senhor Mestre Doutor Engenheiro Silva!
    E onde estudei, em Lisboa, todos se tratam pelo primeiro nome. Posso estar enganada mas sempre tive a ideia que so quem nao e coisa nenhuma precisa de ser tratado por doutor...
    (Peco desculpa mas este teclado nao tem acento nem nada que se pareca...)

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    1. Eu ainda tenho a sensação de que em Portugal se faz muita questão de chamar doutor isto e engenheiro aquilo, ainda que, felizmente, comece a haver quem dispense a reverência dos títulos. E, não tendo trabalhado no estrangeiro, só sei o que vejo quando por lá viajo, mas dizem-me que é ao contrário, que "lá fora" todos se tratam pelo nome, não há cá doutores ou engenheiros. Em França, na Alemanha ou na Inglaterra, nos Estados Unidos, chamam doutor aos médicos ou aos doutorados propriamente ditos, de resto é Mr e Mrs, Madame e Monsieur, Herr, Frau (e os meus conhecimentos ficam port aqui :DDD)... Por mim, dispenso bem o Dra, desde que me tratem com educação, da mesma maneira que, podendo, não trato ninguém pelo título (há pessoas que fazem questão).
      A propósito de títulos, até lhe digo que são uma maçada. Em Hong-Kong tive várias chatices a fazer pagamentos porque o meu cartão de crédito tinha o título DRA antes do nome e quando me pediam o passaporte para confirmar a identidade não estava lá o DRA. Quando pedi ao banco que não usasse esse título na emissão dos cartões disseram-me que era automático, por causa de ser licenciada (verdade! disseram-me isso)...
      Basta assistirmos a meia dúzia de entrevistas ou debates televisivos, e todos se tratam por doutores e engenheiros. Uma vez assisti a uma situação absolutamente confrangedora, Um jornalista entrevistava um empresário (Henrique Neto, costuma ir à SIC com alguma frequência) e tratou-o por Dr. O entrevistado disse que não era Dr e imediatamente sai o pedido de desculpas, e como emenda trata-o por senhor engenheiro, a que Henrique Neto respondeu que também não era engenheiro (em televisão todos os segundos contam e aqueles segundos eram absolutamente dispensáveis).

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    2. Sim, mas acho que so faz questao de ser chamado assim quem tem qualquer coisa para provar. Eu trabalhei para um banco e fazia-me imensa confusao todo aquele circo de tratar todos por doutor e engenheiro, alguns nao deviam ter mais do que a "quarta classe", para nao ofender pessoas, porque parece que ha quem se ofenda, e o choque na cara dos meus colegas quando eu nao o fazia porque pura e simplemente nao estou (e nao me parece que alguma venha a estar) habituada a fazer isso, vim de uma universidade onde isso nao existe, e soa-me tao falso! Mas sim, e verdade que ha certos sectores que tem uma qualquer obsessao estranha com titulos.
      Mas tambem quando trabalhei na Alemanha era igual, tudo e doutor, mestre ou o que for, e o respeito com que tratam as pessoas tambem depende disso, coisa que a mim me mexe muito com os nervos, pelo menos naquela empresa, que e a coisa mais alema que alguma vez vi.
      Outra coisa engracada que tambem notei foi que algumas pessoas que eram minha amigas la nunca o seriam em Portugal porque eu seria a "Engenheira", aquele ser estranho a quem nao se pode falar de frente e a quem ha que mostrar sempre boa cara, mas na Alemanha era so mais uma portuguesa como eles, uma vez que nos conhecemos fora do trabalho, e isto faz-me muita confusao!
      E acho que ja me perdi com esta conversa toda mas, concordo que e muito mais saudavel tratar as pessoas por pessoas em vez de seres iluminados :)

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