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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Como é que se faz?

Um destes dias, enquanto passava os olhos pelas letras gordas do Correio da Manhã. O que é foi? Sim, no café onde vou há o Correio da Manhã (e A Bola, a Caras e a Lux, ou Vip, não interessa), que eu leio, e daí, o que é que tem? Adiante, dou comigo nas páginas do social. Ali me davam conta da festa de lançamento do novo trabalho do DJ Eddie Ferrer, em parceria com o DJ Christian F. O referido trabalho conta ainda com a participação de Gerson S. 
Não liguei, prossegui, ainda espreitei as notícias "a fechar" da última página, paguei o café e voltei ao trabalho. Mentira. Não voltei ao trabalho coisíssima nenhuma. Voltei ao local de trabalho, mas a cabeça estava no que li jornal. O Correio da Manhã tem destas coisas, faz-nos pensar na vida. Não fiquei a pensar em SWAPS nem em ruina finaceira, na greve dos professores, tampouco pensei no homem que se suicidou depois de matar duas mulheres, ou no pedófilo que foi condenado por abusar de uma menina de 13 anos. Fiquei a pensar no DJ Eddie Ferrer. Sim, o DJ Eddie Ferrer não me deixava concentrar no trabalho.
Como é que se escolhe "um nome artístico"? Eu não precisei de mais de 10 minutos para escolher o meu. Mirone é, grosso modo, uma pessoa que gosta de ver as outras pessoas, que é basicamente o que faço, pareceu-me apropriado. Já escolher o pseudónimo de um DJ ou de um cantor, actor, escritor deve ter toda uma ciência que, obviamente, desconheço.
Eddie Ferrer percebo, o rapaz  chama-se Eduardo Ferreira (é filho de Jesualdo e Zulmira Ferreira, se isso for relevante) e escolheu um nome estrangeiro de pronúncia fácil e sonoridade simples, quem sabe, a piscar o olho a uma carreira internacional. É legítimo, faz sentido, penso. Sinceramente também não estou a ver um cartaz de uma badalada sunset party em Ibiza a anunciar o fantástico DJ Eduardo Daniel Ferreira.
DJ Christian F... Christian F?! Fónix!!! (ontem ouvi uma rapariga a dizer fónix - pensava que ninguém dizia fónix, afinal enganei-me). A primeira coisa que me ocorre é a Christiane F, a do livro e filme "Os Filhos da Droga", a miúda alemã viciada em heroína que se prostituia para sustentar o vício. Atenção, eu não tenho nada contra a senhora, espero que tenha conseguido superar o vício e que tenha uma vida feliz, mas a dúvida persiste. Então, mas alguém quer ter o nome artístico associado ao consumo de droga e prostituição? Está bem, é o nome do um DJ, se calhar no meio ninguém liga a isso, mas ainda assim não sei... E, suponhamos que rapaz se chama mesmo Christian e tem um apelido começado por F. Certo, é o seu nome, tem orgulho nele. Mas não dava para usar a inicial no primeiro nome e deixar ficar o último, ainda que "estrangeirizado". Ou será que não sabia? Duvido... Sinceramente, acho que "já não sou deste tempo, que há coisas que não entendo, não me entram", como diziam há pouco as senhoras da mesa ao lado, a propósito do casa/descasa, tem filho deste, tem filho daquele de uma "famosa" das revistas.
Gerson S. Suponho que não seja português. Nem vou perder tempo a pensar que apelido pode ser tão "indizível" que faça Gerson parecer bem. Preconceitos, é o que é! (mantra do dia: devo abandonar de vez os preconceitos)
Chega de pensar nos nomes dos outros, não sou eu que os escolho. Se na altura não falei do nome das filhas da Luciana e do Djaló, a que propósito vou agora  comentar os nomes dos DJs? Além disso, a esta hora estão, de certeza, aposto que vão ser os primeiros leitores do Mirone, os DJ Eddie Ferrer, Christian F e Gerson S a pensar "Mirone?! Fónix!!! (os DJ mais cool do planeta dizem fónix), mas o que é que esta gente pensa quando escolhe um nome?".
Ainda assim, alguém me explique, como é que se faz para escolher um nome artístico?

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