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domingo, 11 de junho de 2017

Uma no cravo e outra na ferradura

Depois, lendo o post da Picante, avalio mentalmente a minha prestação enquanto educadora quando a minha filha me interrompe os pensamentos.
-Mamã, alguns meninos da minha sala gozam com o Diamantino porque ele diz que às vezes brinca com as bonecas da irmã. Eu acho mal, mamã, cada um brinca com os brinquedos de que gosta e ninguém tem nada a ver com isso.
Sorrio e penso que sim senhora, estou a fazer um bom trabalho, estou a educar a minha filha para a tolerância e para o respeito, e ela continua:
-Mais! Os meninos que gozam com o Diamantino sonham ter um descapotável quando forem grandes. Um descapotável?! Por favor, isso é carro de menina! A Barbie tem um descapotável, as Barriguitas têm um descapotável! Eu não sei como é que há homens que gostam de descapotáveis!

E pronto,  voltamos à estaca zero.

3 comentários:

  1. A minha também tem um discurso muito tolerante quando lhe convém, vem o irmão pega num brinquedo dela e sai imediatamente um "isso é de menina!".
    O que importa é que eles retenham a informação e saibam o que é correcto. Obviamente nestas idades, não têm maturidade para discernir todas as situações. Não acho que seja voltar à estaca zero, apenas usam as condicionantes que lhes dão mais jeito ou da forma que as entendem.

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  2. Ka, ka, ka... muito bom. Duram pouco os nossos momentos de glória!

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  3. Sabes, isso até pode ser muito ASSUSTADOR.
    Se for tomado como um indicativo das disparidades sociais actuais e milenares.

    Sabes, é que já ninguém recrimina os gays... podem casar, adotar filhos, ser personagens em filmes e novelas, estar por todo o lado... Acham-lhes graça. Os meninos podem brincar com bonecas. Mas e as meninas? Podem elas ser lésbicas e exibir gostos por coisas de «meninos»?

    Enfim... coisas cá minhas.
    Achei muita graça a este teu post! :D

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