Sempre tive um carinho especial pelos "petit noms" adoptados pelos casais entre si. Carinho esse que é proporcional à tristeza que me invade por nunca ter tido um, trato Mr. Mirone pelo nome próprio, e o mais que ouvi dele, além do meu nome próprio, é um esporádico Titizinha. Os meus pais e sogros tratam-se pelos nomes próprios, irmãos e cunhados idem, já os meus avós o faziam.
Lembro-me de um casal de vizinhos que se tratava por fofo e fofa, as reuniões de condomínio eram verdadeiramente fofuxas. Conheci namorados que se tratavam por bebé, amor, amorzinho, querida, outros, sim, já me cruzei com mais que um casal que se trata por nino e nina. Já conheci uma faneca casada com um homem, umcasal boneca e boneco e uma princesa casada com um meu rei. Ainda assim, nenhum batia o clássico 'mor. Eu, tristinha, sem petit nom, nã achava bem nem mal, cada um sabe de si e Deus sabe de todos. Mas a minha vida mudou, e exijo um petit nom igual aos do amigo de Mr. Mirone com quem jantámos ontem.
Mr. Mirone, se me estás a ler, é "Anjo", a partir de hoje quero ser tratada por anjo. Não é meu anjo nem anjinho. Simplesmente Anjo. "Anjo, viste a minha chave?". "Anjo, a que horas chegas?"
Prometo igual tratamento. Pensa nisso com carinho, sim, Anjo?