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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Eu desafiava-te a vires cobrar o jantar, desafiava, oh se desafiava.

Hoje tive de vir trabalhar e almocei numa esplanada com vista para uma fonte pública, onde pude presenciar "ao vivo e a cores" o mais recente acto de estupidez que se tornou viral nas redes sociais. Já tinha lido sobre o assunto, até já tinha visto alguns vídeos, mas o fenómeno ao vivo é ainda mais estúpido.
Depois da moda dos desafios da canela, da cerveja e da água (um adolescente filma-se a fazer o maior disparate que lhe ocorrer, por exemplo, comer uma colherada de pó de canela, beber um litro de cerveja em menos de um minuto, e deixa o desafio a aos seus amigos para que o façam nas próximas 48 horas sob pena de terem de lhe pagar um jantar num restaurante à escolha do autor do desafio), chega agora o desafio dos banhos públicos. Um adolescente, vestido e calçado, filma-se a tomar banho num local público e deixa o desafio aos seus amigos. Os vídeos serão depois partilhados no youtube e facebook. Estes desafios são tão estúpidos quanto perigosos e só mesmo uma cabecinha imatura de um adolescente lhes pode achar piada.
Hoje vi um adulto, filmado por outro adulto, de livre vontade, a posse plena das suas faculdades mentais e cognitivas é que já não posso atestar - a não ser que, tal como suspeito, as suas faculdades mentais e cognitivas sejam muitíssimo reduzidas, a roçar o inexistente - a mergulhar vestido e calçado numa fonte pública, de fundo lodoso e águas de qualidade duvidosa, onde inclusivamente está afixado um aviso de proibição de banhos. Riam e gritavam como se estivessem a fazer a coisa mais divertida do mundo. Eu não conhecia nenhum dos envolvidos, ainda assim senti tanta vergonha.
Adolescentes que embarcam nestes desafios, PAREM! É muito parvo!
Adultos que embarcam neste desafio, PAREM TAMBÉM! Não é só o desafio que é muito parvo, vocês são-no ainda mais!


3 comentários:

  1. Essa do desafiava já vem de longe.
    Situação: leste de Angola, num longínquo ano. Um rapaz e dois homens na margem de um pequeno afluente de um grande rio, trabalhando. Na margem onde se encontram, um extenso areal e lá longe, distando para aí uns 150 metros, um jacaré refastelado tomando o seu banho de sol. Diz um, por sinal o mais velho e o único casado:
    Aposto que consigo atravessar a nado sem que esse jacaré chegue ao meio do rio.
    Diz o mais novo: é capaz de ser má ideia.
    Diz o terceiro: Nem és homem nem és nada.
    Acabou a discussão e passou-se aos actos. Num segundo estava em cuecas, mete-se no rio e começa a nadar para o outro lado. O jacaré lá distante nem esboçou um movimento de interesse e ele, o homem, continuou a nadar. Uns cinco metros antes de chegar, um familiar do jacaré que estava nessa margem, mais discreto que o primo, mergulhou e deu-lhe as boas-vindas.
    Perdeu a aposta, mas nunca mais apareceu para a pagar.

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  2. quando se é jovem é se muito parvo, mas não é desculpa para tudo, agora já ter-se passado essa fase do adolescente e continuar-se com isso, enfim...

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    1. É isso, Misha. Uma pessoa ainda tenta dar o desconto quando são adolescentes. Mas adultos?! O que é que têm na cabeça?

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