Se a minha vida fosse um filme, ontem ter-me-ia dado um jeitão que se tratasse de uma película do cinema mudo. Reformulo. Se a vida de algumas pessoas fosse um filme ontem ter-lhes-ia dado um jeitão que fosse cinema mudo.
Depois de uma manhã de sonho no Barreiro (não é para vos fazer inveja que vos esfrego nos olhos estes momentos de vida perfeita, nada disso caros leitores, não fiquem tristes), despachei-me a tempo de ainda vir almoçar a Lisboa.
Estando sozinha, quis despedir-me do ano laboral num restaurante com bom ambiente e guardanapos de pano.
Calhou-me em sorte, e que sorte, uma mesa com muito boa vista, a saber, para uma mesa com três indivíduos do sexo masculino com um bom ar bestial. Se vamos comer uma boa refeição, é sempre bom fazer o pleno e "dar pasto" também aos olhos.
Entre uma garfada e outra lá ia levantando os olhos, sim senhor, que agradável, ricos colírios.
Percebi pela conversa que gostavam de bicicletas. Com certeza, não é alapado no sofá que se consegue aquele ar. Dizia um, que tinha visto no Olx um anúncio de uma bicicleta muito boa e com pouquíssimo uso, mais de 700 euros mais barata do que uma que ele queria (setecentos euros, para mim, dava para comprar uma bicicleta e ainda sobrava para o capacete! Vejam como sou entendida no assunto) e que em princípio ia vê-la esta tarde. "Fica numa rua aqui perto, a referência que o vendedor me deu é que fica por cima de um consultório de psicólogo para cães. Queres vir comigo ver?"
Responde um deles, por sinal o mais giro: "Psicólogo para cães?! Mas quem é o otário que gasta dinheiro nesses tipos? Os cães não têm cérebro, não falam!"
Porquê? Não é justo!
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