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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Já desejei com muita força

Fechei os olhos, cerrei os punhos e repeti confiante e muitas vezes "os americanos não são estúpidos, os americanos não são estúpidos, os americanos não são estúpidos!".
A ver se desta o desejo se realiza.

46 comentários:

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    1. I haver a dream...
      (A ver se os americanos se lembram deste discurso quando votarem).

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    2. Tinha esse discurso em mente quando escrevi ontem. Infelizmente prevaleceu a América que ainda vive no passado. A América de virtudes públicas e vícios privados.

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    3. Aí é que está o "erro". Trump foi desde o primeiro dia o candidato "What you see is what you get". Para o bem e para o mal mostrou a sua essência.
      Hilary Clinton era mais ponderada no discurso, mas nunca me transmitiu a sensação de transparência, pareceu-me cheia de lugares escuros, permeável a lobbys e manipulável.
      Muito provavelmente Trump não vai cumprir metade das promessas eleitorais (acontece a todos) é isso será, desta vez, motivo de regozijo.

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  2. Pipocante Irrelevante Delirante8 de novembro de 2016 às 17:21

    Oh cara Mirone...
    JOgada em antecipação? Aposto que amanhã o prato do dia não vai ser matchys ou kits, mas sim análise ao resultado eleitoral americano. As mesmas bloggers que vivem da alienação e da incapacidade de interpretar para lá de textos de meia dúzia de caracteres (ou lá o que é o máximo do tweeter) vão criticar os alienados iletrados que votam Trump.
    Não se preocupe cara Mirone, mesmo que o "The Donald" vença, ele não construir um muro ou carregar no botão só porque sim. É que isto das democracias custa a construir, daí que a sua estabilidade só venha com o tempo. Coisas feitas à pressa ou ainda em tijolo, normalmente deixam entrar água e vento, não servem para viver. Isto para dizer que os EUA têm Senado, Congresso, sistema judicial, um sistema montado para que um tipo, ou tipos, que chegue à Oval (Oral, se forem bem comportadas) não governe em regime de absolutismo.
    Deixem as pessoas decidirem, por cá fazemos m###a há mais de 40 anos e ainda ninguém morreu-

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    1. A questão já nem sequer é o Trump (deixou de o ser quando a coisa se resumiu a dois candidatos).
      A questão é que mesmo que ganhe a Hilary Clinton continuo com reservas. HC é só um mal menor, mas não deixa de me parecer um
      mal. E nada tem a ver com as revelações desta campanha, já "desconfiava" dela quando concorreu contra Obama - outra desilusão: dois mandatos e além de um ensaio frustrado de reforma do sistema de saúde, não consigo ver uma marca que seja recordará daqui a muitos anos, além de ter ganho o Nobel sem obra feita e ter sido o primeiro presidente negro, como se a etnia fosse um feito seu.
      Portanto quero acreditar que não, não são todos estupidos, é que se estes foram os melhores candidatos que conseguiram arranjar que tudo se há-de resolver pelo melhor (o melhor para eles, que estúpidos ou não mandam no Mundo há um século).

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    2. Não foram os americanos no geral que escolheram estes dois candidatos: foram os "grandes eleitores" (não sei como traduzir o termo).
      A maioria da população normal não elegeu a HC, elegeu o Bernie. E isso, parecendo que não, muda tudo. Até pela forma como a HC conseguiu isso.

      O Trump por outro lado tem o problema de não ser propriamente um grande empresário. Já levou várias empresas à falência, acredita-se que perdeu uma vastidão do império que herdou. Ele não é o grande empresário que conquistou tudo a partir do nada...está bem longe disso.

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    3. *não a elegeram para representar o partido.

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    4. Sim, não se tratou de eleição directa, como a de ontem não foi (se contassem só os votos expressos Hilary teria ganho).

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    5. Trump, que por várias vezes se apresentou à insolvência, assunto que foi amplamente falado durante a campanha, é tão permeável à lobbys como Hilary e é deles, dos lobbys, que vai depender esta governação, não é do mérito (ou falta dele) de Trump.

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    6. Ele não é só permeável, creio. Ele tem vários negócios que entram directamente como conflitos de interesse em vários assuntos que terá de decidir.

      (acho que quer um quer o outro foram péssimos candidatos e se fosse americana não faço ideia de como escolher, creio que preferia arriscar num dos outros candidatos).

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  3. A solução seria existir outro candidato.

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    1. Foi o melhor que conseguiram arranjar. Eu não conheço a política americana suficientemente bem para sugerir outro.

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    2. Michele? A Sra Obama?
      Estava a falar dos candidatos que efetivamente se apresentaram às primárias, e que foram sendo eliminado até chegar a estes dois, não estava a falar de hipotéticos candidatos.

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    3. Do que conheci/li acerca de todos os candidatos creio que o melhor deles todos era o Sanders. Só que mesmo quem era suposto ser neutro fez-lhe " a folha" a favor da HC... os e-mails da wikileaks mostram bem isso.

      No entanto, mesmo o Sanders tinha ideias demasiado socialistas para os americanos...e já se sabe que americano que é americano foge de soluções socialistas e equitativas como o diabo foge da cruz :)

      Joke by side... ele tinha muito mais apoio do que ela e tinha excelentes propostas.

      (ps: o Trump já afirmou que o aquecimento global não existe, por exemplo)

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  4. Pensando que estes foram os dois candidatos escolhidos, temos, nitidamente, um problema naquele país e dos grandes!

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    1. Epá, são os dois maus, mas foram escolhidos por eles, quero mesmo acreditar que sabem o que estão a fazer (mais que eu hão-de saber, eles é que estão lá).

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    2. Acordei, vi as notícias e lembrei desta nossa conversa...aconteceu mesmo! Aterrador

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  5. O grande problema é que são!!!!!!Mas vamos acreditar!

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    1. Nós também temos, por muito que nos indignemos a verdade é que se olharmos para o que se passa dentro de portas e, lá fora, o Brexit, a ascensão de Marine le Pen, o regime de Putin, a insanidade da Coreia do Norte... (vamos parar com a escalada por aqui), a verdade é que o zelantes está cada vez mais egoísta. Aqui falhamos todos,

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    2. O planeta* está cada vez mais esgoísta.

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    1. Acho que sim. E o problema não é estupidez de quem vota Trump mas outros problemas que as pessoas enfrentam e que as fazem votar Trump.

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  7. Pipocante Irrelevante Delirante9 de novembro de 2016 às 10:55

    Vá lá Mirone, vá lá... faça esse exercício tão pouco querido às mulheres... diga "tinhas toda a razão".
    É vê-las aí todas indignadas com o resultado da democracia em acção.
    A malta que se "informa" via FB e cujas leituras se resumem a links encadeados votou num homem de "one liners" e respostas fáceis. Oh que surpresa.
    Tranquilidade, como dizia o Risc'ó meio

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  8. Estava totalmente convencida que a Hilary ganhava isto com uma perna às costas. Vou ali meter os olhos para dentro e já venho.

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    1. No fim das primárias, quando vi os dois candidatos que efetivamente iriam a votos, passei a acreditar em tudo. Não sei o que me desconforta mais, se um bazófias xenófobo e machista (mas que nunca o escondeu) que foi eleito presidente e tem o apoio do senado a câmara dos representantes, se a ideia de uma candidata pouco transparente e igualmente irascível (ainda que disfarçada por um discurso mais moderado) poder vir a ocupar esse lugar.
      O discurso de vitória de Trump foi bastante mais contido que o da campanha. Vamos aguardar.

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    2. Pipocante Irrelevante Delirante9 de novembro de 2016 às 15:25

      Cara Mirone, chegue-se cá. Sem hesitações.
      Ai, as mulheres são tão emotivas...

      Trump é um empresário. Um homem de negócios. Ele faz o que tem a fazer para ganhar.
      Ele não pode fechar a américa sobre si própria. Ele precisa dos mexicanos, caso contrário não tem pessoal para construir as suas torres. Ele precisa de fábricas na China, caso contrário um iphone passa a custar 5000 dólares.

      o senhor é machista e faz pouco das mulheres? O marido da candidata realizava orais com estagiárias (em quantas empresas isso não seria considerado assédio) em pleno horário laboral, e ainda hoje é considerado um grande presidente.
      Ora, há o risco do Donald apalpar a Sra Merkl, mas desde que no fim assinem um acordo bilateral que crie riqueza mundial e termine com as armas nucleares, o que importa?

      Sou um céptico, mas não um pessimista.
      Sempre acreditei nas possibilidades do Donald, e não foi por achar que os gringos são burros por natureza. Que são. Mas porque o senhor Donald tem as suas qualidades, e porque a sra Clinton tem uma data de defeitos que nem 5000 sketches do SNL conseguem apagar da memória.

      Pode correr mal, pois pode...
      Pode invadir um país (tipo Iraque, ou coisa assim), pode lançar uns drones para rebentar umas cidades, como fez e faz o Nobel.
      Pode aumentar os juros, lixando a vida a todos os que só se safam hoje porque o empréstimo da casa está rasteirinho.
      Pode liberalizar as armas lá na terrinha dele, pode criminalizar o aborto, pode fazer uma série de coisas mazinhas.
      Ou não.
      É esperar antes de marcar o próximo vôo para Marte (que tal como os states, é Vermelho).

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    3. Precisamente, PID. Trump já moderou o discurso em relação ao que apresentou na campanha, acredito que tenha um mandato "morno". Já Hilary, a ter sido eleita, acredito que extremaria o discurso.
      Os americanos não são todos estúpidos e os que o são não detêm a exclusividade sobre ela, também a há por este lado do atlântico com fartura. Como lhe disse ontem, a surpresa não foi a eleição de Trump, deixou de o ser quando se definiram os dois candidatos, a surpresa foi saber que os americanos escolheram aqueles dois candidatos. Depois de escolhidos ficou claro qualquer um (os dois mais) poderia ganhar. E ganhou Trump. Nunca, nunca mesmo, me ouviu dizer que marcava voo para Marte ou que se fosse americana renunciaria à nacionalidade se Trump ganhasse. Como nunca me vou gritar que era Charlie, por exemplo. gosto pouco de slarmismos e reacções a quente. Recuso, enquanto europeia considerar-me superior aos americanos quando por cá se passa exatamente o mesmo (veja-se a força que os fenómenos políticos de direita mais radical ganham um pouco por toda a Europa). O que disse ontem digo-o hoje, os americanos não são estúpidos. Fico tão apreensiva com a vitória de Trump como teria ficado com a eleição de Hilary Clinton.

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  9. Eu acho que nem um nem o outro eram bons candidatos.
    Ontem vi uma imagem que representava aquilo que creio ser a imagem que muitos tinham de ambos (para quem conhece Harry Potter): https://66.media.tumblr.com/10001cae7bdf0178f0ddca41113d574a/tumblr_ob7oh997bo1rbam90o1_500.jpg

    Um seria (será?) péssimo mas a outra não é muito melhor.
    Basta ter estado atenta aos wikileaks e ao que ela fez contra o Bernie Sanders para garantir que lhe passava a perna para percebermos porque é que ela também não seria boa rés.
    Os próprio media estavam claramente comprados, uma das estações claramente patrocinados por ela disse que era ilegal qualquer cidadão ler os e-mails publicados pela wikileaks e que só deveriam obter a informação através deles, os milhares que a camapanha e a fundação de "caridade" recebeu de vários países como a Arábia Saudita e de outras pessoas extremamente influentes, como os de Wall Street... os "favores" que depois eram feitos e os "jeitinhos" todos que ela deu não eram nada a favor dela.
    Já para não falar que os mais crentes acreditam piamente que ela mandou assassinar pessoas para garantir o lugar do marido dela e que abafou escândalos de supostas violações que o marido terá cometido (e não estou a dizer que ocorreram pois não sei mesmo mas ouvi e li muito sobre pessoas que acreditam mesmo nisso).

    E em relação a provocar uma guerra: quem é que já tinha mandado várias indirectas contra a Rússia? A um ponto que o Vladimir até já lhe respondeu (in)directamente?

    Não creio que o Trump vá trazer nada de bom ao país dele ou ao mundo mas ainda assim no que concerne uma guerra, a HC parecia ambicionar muito mais a vontade para despoletar uma guerra do que ele.

    Acho que ela teria sido o mal menor para o USA e para o mundo mas ainda assim não sei se não teria despoletado outra guerra tal só porque sim, tal como o marido dela.
    O verdadeiro problema dela, segundo a critica de vários, foi o facto de ser tão gananciosa que chegou a um ponto que nem disfarçava o quanto dinheiro estava a "ensacar".
    A votação parece muito mais uma vontade de dizer "basta" ao sistema americano do que propriamente uma vontade de ter o Trump como presidente (mas se calhar sou eu a ser muito branda com a inteligência dos americanos? Só que se formos a ver, tirando os "grandes eleitores" o Bernie tinha ganho à HC e ele pareceu desde o inicio o melhor candidato possível). Quem é "burro" serão os americanos ou os "eleitores de primeira"? Aqueles que promovem o sistema corrupto deles?

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    1. Os americanos, burros ou não, com boas ou más escolhas, sempre elegera-me quem os deixasse "na mó de cima" do mundo. Desta vez não foi igual. Se os EUA desmoronarem o resto do mundo desmorona com eles, é isso dá-lhes segurança e confiança para embarcar em experiências destas ("se as anteriores falharam, porque não?", dirão). Por muita argolada que Trump cometa a Europa vai aparar-lhe os golpes, não só porque estrategicamente depende dos EUA como, na verdade, os replica.

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    2. E* isso dá-lhes confiança


      (Um dia hei de ganhar a guerra contra a escrita automática. Só preciso de rever o texto antes de o submeter)

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    3. Tendo em conta os meus erros cometidos por escrever à pressa o teu pequeno erro até me deixa envergonhada.

      Em relação aos USA, no passado a Europa realmente dependia deles mas actualmente com a UE a dependência é mútua em diversos aspectos (não em todos, claro).

      Mas concordo que a Europa vai tentar aparar os golpes, como faria com a rivalidade da HC com o Putin (e como já no passado fez com a Russia ao "fingir" que não viu aquele golpe de Estado). A UE vai tentar evitar uma guerra a todo o custo, isso já se tornou claro.

      No entanto, entre a HC e o Trump creio que se tornou numa espécie de "qual o pior candidato" e "qual o menos mau". Por outro lado, ao contrário do que muitas pessoas pensam a América não é o país das liberdades e do progresso, existe muita mente tacanha, muitos extremistas religiosos (católicos), muitos racistas e muitos ignorantes. Os USA não são só o que se vê nos filmes e nos cartazes publicitários, vai muito além disso.
      Não haverá melhor ópio para o povo que a ignorância, não é? E certamente que os ignorantes são os mais facilmente manipuláveis.

      A meu ver, o grande problema da América começa logo quando os votos do povo valem muito menos directamente do que os votos dos "grandes eleitores" e pelo facto de permitirem as doações para as campanhas. Independentemente de quem votassem, pois é isso a democracia, mas creio que para bem de todos, os países ocidentais precisam de rever a forma de votação para diminuir a influência dos grandes grupos económicos nestas questões.

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