terça-feira, 30 de setembro de 2014

Coisas que me ocupam o cérebro e roubam lugar a outras bem mais importantes

A parte branca da casca da laranja (e da generalidade dos citrinos) chama-se albedo.
Em compensação só sei quatro números de telefone de cor, o número do meu telemóvel, o número do meu escritório - não sei o número de casa, o número de casa dos meus pais e o número do escritório do meu pai (basicamente sei os números que sabia antes de ter telemóvel).
Trocava o albedo pelo número de telemóvel de Mr. Mirone (hoje fiquei sem bateria no telefone e precisei de lhe ligar de um outro telefone e não consegui).

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ditado popular chinês

"A mulher tem os cabelos longos e a inteligência curta".

Todos os cabeleireiros, sem excepção, conhecem a diferença entre 5 centímetros e 5 polegadas, certo?
Se não souberem, pois tenho a dizer, queridos leitores, que se logo à tarde se cruzarem com uma mulher de ar super-inteligente digam olá, serei eu.

domingo, 28 de setembro de 2014

Desliguem o ar condicionado!

Pobre Judite de Sousa que lhe enregelam os pés, tem de calçar umas peúgas grossas para poder trabalhar.
É que não há condições!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ocorreu-me agora que o Nove Semanas e Meia é dos filmes mais sobrevalorizados que conheço

Bem sei que eram outros tempos, mas o filme é mesmo mauzinho, não é? Uma espécie de pai das 50 sombras de Grey, um romance erótico sobre um relacionamento abusivo, que originou várias sequelas, nenhuma com o sucesso do primeiro, ou estou a ser injusta?
Não costumo pensar muito nesse filme, mas li há dias uma notícia sobre o disco novo de Bryan Ferry e lembrei-me que, tirando  Slave to Love, que fazia parte da banda sonora, e Avalon, não me lembro de mais nenhuma música dele.

A propósito de maus filmes, agora que penso, é bem certo que "isto anda tudo ligado, é o que é". Por causa do striptease, também não penso muito no assunto, mas parece que é um dos temas do dia, aquela música do Joe Cocker, You can leave your hat on, também fazia parte da banda sonora, não fazia? 





DIY da semana (dando um toque especial àquelas camisas brancas sem graça)

Olá, amigos leitores!

Quem nunca olhou para um armário cheio de roupa e pensou "não tenho nada para vestir!". Todos nós, não é verdade? Não se trata verdadeiramente de não termos roupa, é sobretudo cansaço, estamos fartos de usar as mesmas roupas monótonas e sem graça.
Por isso, pareceu-me útil mostrar-vos como transformar aquela camisa branca básica e aborrecida numa peça única e divertida.

Espero que gostem. Aguardo o vosso feedback na caixa de comentários!

Material:
Várias peças de roupa branca, de algodão (camisas, blusas, t-shirts)
Um pijama infantil, branco, com estampagem da Minnie.
Detergente e amaciador de roupa (usem as vossas marcas favoritas)

Tempo de execução:
5 minutos de preparação (o restante processo dependerá da duração do ciclo de lavagem da vossa máquina da roupa, mas contem com cerca de uma hora)

Grau de dificuldade:
Mínimo

Passo-a-passo:

1. Coloque diversas peças de roupa branca no tambor da máquina de lavar roupa.
2. Coloque o pijama da Minnie no tambor.
3. Programe a máquina para lavagem a quente.
4. Aguarde o fim do ciclo.
5. Retire a roupa da máquina.

Et voilá, desfrute de um guarda roupa renovado! Deixo-vos a fotografia de um pormenor de uma camisa. Ficou liiiiiiiiiiindo!




Para um resultado perfeiro deixe a roupa a lavar durante a noite e estenda-a apenas na manhã seguinte.
Pode subsituir o pijama por uma peúga escura que nunca tenha sido lavada.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

E agora coisas boas

O que é que vai ser o vosso jantar?
O meu vai ser caril!

Para fechar a série, às vezes sinto-me a sufocar

Quando tenho de explicar a um filho que não pode deixar o pai, doente crónico com mais de oitenta anos, sem medicamentos simplesmente "porque já é dia 23 e a receita médica tem validade de 10 dias e para a semana já entra o mês do meu irmão".

Às vezes sinto-me uma espécie de António Variações

Estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou...





Já fui e já vim.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Às vezes penso em cada coisa

Estava aqui a pensar nos restaurantes em que as cartas entregues às senhoras não indicam os preços.

What has been seen cannot be unseen

Tenho uma amiga que gosta de Reborn Babies, aqueles bonecos que são réplicas quase perfeitas de bebés recém-nascidos. Volta e meia no feed do Facebook lá me aparecem os bebés de borracha.
Acabou de me acontecer.

Acho que vou ter pesadelos.

Faço contas de cabeça

Com 20 € posso comprar um frango inteiro sem miúdos, 1 kg de bifes de frango, uma perna de perú, 1 kg de maçã starking, 1 kg de pêra rocha, 1 kg de pescada para cozer, 15 cacetinhos, 8 iogurtes, 2 litros de leite meio gordo e 5 kg de batatas, se procurar as promoções certas.

Genoveva e a Fada fada dos dentes

Depois de ler este post da Xaxia não pude deixar de recordar um episódio que se passou com a minha sobrinha Genoveva. Sim, esta Genoveva.
A Genoveva, além de detentora de fino humor é também ela fina como um rato. É, portanto, uma ratinha refinada, prática e despachada. Tão despachada que no meio da brincadeira perdeu o dente que nessa tarde lhe tinha caído. Chegada a hora de deitar e percebendo que nada tinha para deixar à Fada que nessa noite a viria visitar, não querendo contar a ninguém o que se passou, achou por bem escrever-lhe uma breve missiva, mais erro, menos erro, qualquer coisa assim:
"Querida fada dos dentes, 
Hoje caiu-me um dente mas eu perdi-o. Era um dente muito grande e eu não chorei por isso deixa-me dois euros em vez de um euro. 
Muitos beijinhos. 
Genoveva"
Estava contornada a questão do dente perdido e Genoveva dormia o sono dos justos quando a Fada, que não se tinha apercebido da perda nem das manobras de Genoveva antes de se deitar, teve de conter uma gargalhada ao ler o bilhetinho. 
Acontece que a Fada dos Dentes é tão ou mais refindada que Genoveva e decidiu, também ela, deixar um bilhetinho perfumado com as gotas de uma amostra que tinha recebido nesse dia na perfumaria e com uma caligrafia especialmente elaborada:
" Querida Genoveva, 
Recebi o teu bilhetinho e fiquei muito triste. Com a tua idade tens de começar a ser mais responsável e, se querias que te deixasse a moeda, deverias ter tomado conta do teu dente. Além disso, foi muito feio teres pedido dois euros. As Fadas é que decidem o devem deixar aos meninos. Mas como sei que não perdeste o dente de propósito e que ele era muito grande e não choraste, apesar de ter deitado muito sangue, deixo-te vinte cêntimos.
Um beijinho da tua
Fada dos Dentes"
No dia seguinte, ao deitar a mão à almofada, Genoveva encontra o bilhete e, intrigada,  chama Etelvina, a irmã dois anos mais velha.
- O que é que achas? Foi a mamã, não foi? 
- Claro! A Fada dos Dentes não existe, és mesmo burra. São os pais que deixam uma moeda.
- Eu sei, mas esta não é a letra da mamã, tão bem feitinha. A letra da mamã é horrível. Tive uma ideia, vamos ver as canetas todas a ver se alguma tem esta cor.
Viraram o escritório do avesso, abriram todas as gavetas onde pudesse haver uma esferográfica, procuraram nos bolsos do pai e nas carteiras da mãe, nenhuma caneta escrevia com aquela cor.
- Deve ter deitado a caneta fora. Vamos cheirar os perfumes.
A mãe só usa dois perfumes, um perfume mais forte no inverno e uma colónia no Verão e nenhum cheirava a morangos como o bilhetinho da Fada. Também não era o perfume do pai.
Conformada, sentou-se à secretária e escreveu um novo bilhetinho:
" Querida Fada,
Desculpa ter pedido dois euros. Se quiseres podes deixar só um euro, como nos outros dentes. Se deixares eu depois devolvo os vinte cêntimos. Se eu encontrar o dente depois ponho na almofada para me dares o outro euro que falta.
Beijinhos
Genoveva"

A Fada nunca lhe respondeu. A Genoveva, apesar de guardar os dentes, deixou de acreditar na Fada, mas ainda hoje acha que aquele era dente para dois euros.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Eu ainda sou do tempo

... em que falar sobre o tempo era considerado "conversa de chacha". Hoje o telejornal da hora de almoço abriu com notícias sobre o tempo(recorrendo a peças que, inclusive, já tinham passado ontem) e assim se manteve por mais de vinte minutos. É preciso tanto tempo para mostrar que houve cheias um poucio por todo o pais?

Os ataques americanos às posições do ISIS na Síria tiveram direito a dois minutos de tempo de antena.

"Serafim, Serafim Saudade,

aqui estou e, na verdade, sei que sou o que sonhei!"
Um destes dias, ao jantar, o meu pai disse-me que estava com uma cor de cabelo bonita.

"Serafim, Serafim sou eu, trago comigo o que é meu, este nome que criei."
Na verdade o meu cabelo anda miserável. A humidade deixa-o frisado e as chapas com que o tento domar todas as manhãs deixam-no seco.

 "Serafim, Serafim aos molhos, a saudade nos meus olhos..."
Nota-se muito que tenho um trabalho chato entre mãos e pouca ou nenhuma vontade de lhe pegar? 
Vou telefonar ao meu pai, de certeza que vai encontrar uma coisa simpática para dizer sobre o tal trabalho.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Como é que eu trato isto?

Ando viciada na ARTV.  Malditas boxes com gravação automática que me permitem assistir às comissões de inquérito a qualquer hora do dia e, principalmente, da noite. Esta noite foi até às cinco da manhã por conta dos submarinos e contrapartidas.
Tenho tanto sono!

As noites calmas do Alentejo

Dentro das muralhas medievais o casario caiado comprime-se entre ruas apertadas e sinuosas. É Setembro mas a noite parece ter chegado mais cedo, como em Dezembro, às seis da tarde.
No número 12 da Rua de S. Pedro, Teresa tranca as portadas das janelas, os quartos estão preparados e não faltam as toalhas de banho. "Que nuvens tão escuras, parece noite cerrada. É melhor ver se a lanterna tem pilhas e arranjar velas e fósforos, vem aí uma trovoada das grandes e é capaz de faltar a a luz. É a campainha, são eles!". 
- Viva! Tu estás tão crescida, minha querida! O que é que os pais te andam a dar? Entrem! Fizeram boa viagem? Chegaram mesmo a tempo, está a pôr-se uma noite, que vai ser bonito, vai. Não tens medo da trovoada pois não? Que céu tão escuro, parecem oito da noite. Mas que chova tudo esta noite que amanhã não dava jeito nenhum. Já tenho os quartos arranjados. A Inês deve estar a chegar, foi agora buscar o Zé. Aquilo do pé está feio, não sei se vai voltar a conduzir nos próximos tempos. 

Durante o jantar começaram a ouvir-se os primeiros trovões, primeiro longe, depois mais próximos. Chovia que Deus a dava. 
- Está bonito, está. Olhem que dilúvio. Não tarda nada falta a luz, que é o costume. Deixei fósforos na mesa de cabeceira.

A luz não faltou, mas antes da meia noite já todos tinham subido aos quartos, que no dia seguinte haveriam de se levantar cedo. Lá fora o temporal não dava tréguas e Teresa, sem conseguir dormir,  mortificava-se. "Logo tinha de chover este fim-de-semana. Já está a chover há umas boas três horas, mal seja que não pare entretanto."

- Vizinha, ó vizinha! Abra a porta, se faz favor!
Quem seria que quase à uma da manhã lhe tocava à campainha. Levanta-se num salto.
- Zé, estão a chamar.
- Eu sei, chega-me as canadianas que eu vou lá.
- Mas vais lá como, com o pé nesse estado? Amanhã por esta hora ainda tu não desceste as escadas. Deixa estar que eu vou. E se a pequenita acorda? Só me faltava isto agora...
Enfia os chinelos, procura o roupão e desce as escadas a correr.
- Mas que barulheira vem a ser esta, o que é que se passa? Já viu as horas? Olhe que tenho visitas!
- Ó vizinha, foi o meu Chico, que saltou o muro e agora não consegue sair do seu pátio. 
- Qual Chico?
- O Chico, o meu gato. Pode ir lá buscá-lo?
- Ó homem, e arranca-me da cama a esta hora por causa de um gato? Com esta chuva? Era o que mais faltava! Se o gato está no meu pátio também já não vai a lado nenhum. Amanhã de manhã vou lá buscá-lo. Olha que esta! Com licença!
Fechou a porta secamente. O vizinho continuou a bater e a gritar. Atrás de si quatro pares de olhos estremunhados assistiam imóveis.
- Então Teresa? Custava-te muito ires buscar o gato?
- Com esta chuva? Mas está tudo doido? Dali o gato não vai a lado nenhum, ele que se abrigue que tem muito por onde escolher e amanhã logo o vou buscar. Vamos para a cama que já são horas!
- Ó Teresa, não sejas assim. 
- Não quero saber!
Teresa vai até à cozinha enquanto o marido se desculpa ao vizinho que se mantém à porta, debaixo da chuva, agora mais branda.
- Ó Parreira, desculpe lá a minha mulher. Sabe como é que é, temos vistas e ela ficou nervosa, não lhe leve a mal. Eu com o pé assim não posso, mas entre e vá lá você buscá-lo.
- Eu, ir buscá-lo?! Depois da sua mulher me ter batido com a porta na cara?! Isso é que era bom! Hão-de ir lá buscá-lo, sim senhor, mas hão-de ser as autoridades, que isto não fica assim!
- Ó Parreira, tenha juízo homem, somos vizinhos há tantos anos, os nossos gaiatos andaram à escola juntos, entre lá a vá buscar o gato!
- Não entro, vizinho, ai não entro, não. Quem vai buscar o gato são as autoridades, escusa de lá ir você ou outra pessoa qualquer.
Volta costas e entra em casa.
- Deixe estar Zé, eu vou lá buscar o gato.
- Deixa lá estar isso tu, não faço cerimónia contigo mas não deixas de ser minha visita, então não lhe cheiraste o bafo? O homem estava com ela! Deve ter chegado agora do café e deu-lhe para me chatear. Eu admira-me é a mulher não lhe dizer nada. O mais certo é o gato nem estar cá. Se não tivesse o pé assim ainda lá ia, mas quase que aposto que não está.
Na verdade, após uma sumaríssima busca feita a correr, que a chuva, ainda que mais fraca, continuava a cair, do gato do vizinho nem sinal.   
- Vou fazer chá. Querem bolo ou torradas? 
- Deixe estar Teresa, por nós não vale a pena, mas fazemos-lhe companhia.
- Estão a ver? E dizem que no Alentejo não acontece nada.
Ainda a água não tinha levantado fervura, já a campainha tocava novamente.
- Ai tu queres ver que é o bêbado do Parreira outra vez? Teresa, procura aí o número da polícia, que agora quem chama as autoridades sou eu. Espreita aí na janela a ver se o consegues ver.
- É a polícia, Zé. O Parreira chamou a polícia!
- Filho dum cabresto! Deixa estar que eu trato disto.

- Boa noite, senhor agente, faz favor de dizer.
- Professor! Ó professor, não me está a conhecer? Sou eu, o Rui Cochicho, fui seu aluno, não se lembra?
- O Rui, então não lembro? Dá cá um abraço, homem, estás igualzinho! Se eu alguma vez pensava encontrar-te. Entra lá, que é feito de ti?

O Rui conseguiu finalmente transferência, vindo de Sintra, onde esteve 9 anos. Por lá casou e a mulher está à espera de um menino. O Parreira não contou à polícia que os estava a chamar por causa de um gato. O Rui ainda vai pensar no que vai escrever no auto. O Chico não estava no pátio da Teresa e do Zé. No sábado não choveu e sempre fomos almoçar à Portagem. No Alentejo acontecem muita coisas e tempo passa a correr.

 












sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Decisões

Uma pessoa propõe-se começar a seguir com alguma atenção o mundo do futebol, só para o caso de um dia vir a ser preciso, e vai-se a ver o tema do momento é a troca de mimos Mourinho/Jesus?
Querem lá ver que também tenho de começar a ver as telenovelas todas?

A Mironinho tem carneirinhas novas

(Espanhol, português, francês e inglês)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

É aproveitar e ler, querendo saber o que penso sobre o assunto

A propósito deste post da Palmier e sobre a escola que os pais idealizam para os filhos, em circunstâncias "normais" (vamos deixar de parte os pais abusivos, negligentes e afins), acredito que ninguém conhece melhor uma criança e as suas necessidades do que os seus pais. E que, podendo escolher a escola que os filhos vão frequentar, o fazem de forma livre, esclarecida e consciente. Ainda assim, há sempre algo que pode falhar e a escolha que fizeram não se mostrar a mais adequada ao projecto educativo que idealizaram para os filhos.
Ontem, na reunião de pais da escola da Mironinho, uma mãe queixava-se de que não tinha vida laboral ou férias suficientes para fazer face às solicitações da escola e que por isso se deviam acabar certas actividades.
A escola desde o primeiro dia, pelo menos comigo foi assim desde o dia em que a visitei para saber as condições de funcionamento, informou os pais que privilegia a sua presença na escola e defende o seu envolvimento no máximo de actividades possível. Por isso, em todos os períodos há um dia de escola aberta aos pais em que estes são convidados a assistir às aulas dos filhos, além dos dias de festa de final de período. Também procuram proporcionar aos meninos uma oferta cultural variada e por isso levam-nos com frequência ao teatro, a concertos ou exposições e fazem um visita de estudo em cada período, sendo que uma delas é planeada de forma a os pais poderem acompanhar os filhos. Convidam escritores a ir à escola e, mais uma vez, os pais são convidados a estar presentes. No dia do pai e da mãe os pais e as mães são convidados a ir à escola. 
Sugeria aquela mãe que se acabassem com os dias de escola aberta e a visita de estudo acompanhada, porque ela não podia ir e o filho chorava muito porque todos os pais iam menos ela. Que não fosse permitido que os pais fossem levar um bolo à escola e ficassem para cantar os parabéns ao filho para não causar angústia nos meninos cujos pais não podiam ir. Também achava que bastava uma visita de estudo por ano, em vez de uma por período, e que não havia necessidade de tantas idas ao teatro ou a exposições porque, parecendo que não, tudo junto ainda ficava caro.
Evidentemente, quem tem dificuldade em ausentar-se do trabalho não pode responder a estas solicitações. Também é verdade que a capacidade económica de muitos pais foi reduzida substancialmente e que para algumas famílias é difícil pagar as visitas e peças de teatro, mesmo que muitas delas tenham um custo simbólico. 
Mas também é verdade que desde o primeiro dia sabiam que a escola que escolheram lhes proporcionava todas estas actividades, que privilegiava a participação dos pais no processo educativo, que não se limita a cumprir programas ou a despejar conteúdos. E que é este conceito que a distingue das outras escolas. Com isto não quero dizer que não se deva questionar a escola, que não se devam fazer sugestões e propor mudanças. Mas pedir que se procurem soluções que se adaptem às diferentes realidades familiares é diferente de abolir determinadas actividades. Deve questionar-se a escola, devem propor-se alternativas, desde que não desvirtuem o conceito da escola e os princípios que a orientam. Se o modelo e princípios não se adequa aos desejos dos pais, pois, terão de mudar para uma outra com que mais que se identifiquem, sem dramas...
Se eu optar por matricular a minha filha num colégio de orientação católica, não me parece legítimo que proponha à escola que o abandone pelo simples facto de não ser essa a minha religião. Se a matriculo numa escola de ensino bilingue não posso pedir que leccionem apenas em português, se é precisamente o ensino bilingue que a distingue das outras. Quando escolho uma escola adiro ao projecto que me é apresentado porque o acho adequado à minha visão do que deve ser a escola. 
A escola que eu acho adequada para a minha filha não é a que deixa de promover uma actividade para não a angustiar, não é uma escola que a mantêm numa falsa de redoma de perfeição e felicidade permanente. Evidentemente desejo para a minha filha que seja feliz e que cresça saudável e emocionalmente estável, poupá-la a sofrimento desnecessário, afibal de contas ninguém gosta de ver um filho triste ou angustiado. Mas tenho noção de que a felicidade da minha filha passa necessariamente por fazer com que perceba desde cedo que há realidades familiares muito diferentes, que não tem de ter tudo o que os outros meninos têm, que tem de lidar com frustrações, angústias e contrariedades. Caberá a nós, os pais, fazê-la sentir segura do nosso amor, mostrar-lhe que ele não muda se não pudermos estar presentes numa actividade para que fomos convidados ou se alguma vez não puder ir a uma visita de estudo porque os pais não a podem pagar.
Caberá também a nós, pais, não vivermos na angústia de não poderemos proporcionar aos nossos filhos uma existência absolutamente perfeita e sem adversidades.

Não sai à mãe

Quando era criança tentava dormir em duas e apenas duas posições, completamente esticada, para caber no caixão se morresse durante o sono, ou na posição da cadeirinha, podia não morrer mas ficar paraplégica (eu pensava que as pessoas "paralíticas" - a sério, eu dizia paralítica - ficavam completamente rígidas) e assim sempre encaixava na cadeira. 

Pela posição em que fui dar com a Mironinho esta manhã, depreendo que queira ser ginasta. Ou então não tem as preocupações que eu tinha. Benzádeus!



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Música para os meus ouvidos

Sabem aquelas músicas parvas que não sabemos porque nos fomos lembrar delas mas não nos saem da cabeça?
Estou desde o fim da manhã a cantarolar isto...


Humm... Porque será?

"Não estou para me enervar"

Depois de incontáveis telefonemas e e-mails, seguiu uma carta registada com aviso de recepção, só "por causa das tosses", ah e tal não recebi, não percebi... Assim, preto no branco, um paga o que deves!
O destinatário acabou de me telefonar.
- Olhe, é só para dizer que tenho aqui o aviso mas digo-lhe já que não vou levantar a carta, que já sei para o que é. A minha vida já tem problemas que cheguem e não estou para me enervar. Se não morreu até agora também não morre se esperar mais uns meses.




(Chego a ter uma secreta admiração por este tipo de pessoas, que todos os dias se superam no difícil exercício da mais perfeita imbecilidade, são a prova viva de que não há impossíveis. Bem podiam escrever livros de auto-ajuda ou fazer seminários motivacionais...)

Entretanto, na Mironelândia

A Roberto,  a senhora que trata da nossa roupa e limpa a casa, foi chamada para ser operada ao túnel do carpo.
O resultado aos 45 minutos da partida (primeira de 12 a 16 semanas sem a sua preciosa ajuda) não é o mais animador.
Blusas Finas 0 - Ferro de Engomar 2 (ambos por grande penalidade, na sequência de faltas graves - excesso de calor).
Os índices de confiança da equipa estão profundamente abalados e Mirone pode ser expulsa a qualquer momento por acumulação de cartões (isso ou roupa por passar).
Na semana passada, em conferência de imprensa, Mirone assegurava à massa associativa que se sentia em excelente forma física, confiante para levar a equipa aos lugares cimeiros do campeonato e que a existência de duas ou três peças de roupa mais delicadas no seu guarda-roupa não seriam motivo de preocupação.
Neste momento a contratação de reforços não está afastada pela direcção e junto de alguns adeptos mais insatisfeitos já se fala em levar a roupa para casa da mãe, uma chicotada psicológica que pode comprometer a carreira de Mirone para sempre.
Aguardemos para ver como a equipa regressa após o intervalo. 

E... passemos sem demoras ao repórter junto do relvado, parece que há desacatos no túnel de acesso aos alneários. Mirone não se conforma com a etiquetagem das blusas, garante que não tinha o ferro no máximo, queixa-se das condições do relvado ("o ferro é que está a aquecer muito") e quer travar-se de razões com alguns adversários.





terça-feira, 16 de setembro de 2014

Não tomes os medicamentos a horas não, Mirone...

Estava aqui a ouvir a Bastonária da Ordem dos Advogados no notíciário e lembrei-me daquelas pessoas que usam uma máscara branca nos programas de televisão para não serem identificadas.
É só impressão minha ou a voz da senhora parece uma daquelas vozes distorcidas?

Aquela sensação de chupar um limão, de giz no quadro, agulha a riscar o vinyl...

Pois que me encontrava languidamente posta em pensamentos elevados e amorosos, toda eu suspiros, pining for Mr Mirone, quando me passa isto pelas vistas.



Faltam-me muitas coisas

Uma delas é o café servido e tirado por Mr Mirone todas as manhãs. Não é o melhor café do mundo, está muito longe disso, é um café de cápsula, vulgar. Mas é o café que Mr. Mirone me tira e isso muda tudo. Faltam-me as palavras que trocamos, iguais todas as manhãs, "tiro já ou espero?", "podes tirar", falta-me vê-lo mexer o café, encostar a ponta da colher ao bordo interno da chávena para a escorrer, falta-me esperar que a pouse no pires, para lha tirar e mexer o meu café, "porque é que não usas a tua?", "porque gosto mais da tua".
Isto de ser mulher de "embarcadiço" não é para mim. 
Faltam-me muitas coisas, falta-me o café e ainda faltam três dias.

Fale agora ou cale-se para sempre

A primeira reunião de pais da escola da Mironinho está marcada para a próxima quarta-feira à noite. Será igual à do ano passado, que foi igual à do ano anterior, uma réplica perfeita da reunião do outro ano. São sempre iguais, as primeiras reuniões de pais. Um ginásio cheio, leques improvisados, a directora fala, expõe as regras de funcionamento, apresenta o calendário de actividades, o projecto educativo para o ano que se inicia, o corpo docente e não docente é apresentado, os pais sorriem, anuem com a cabeça, sorriem, está tudo muito bem, sim senhora.
Passando o dedinho do pé para o lado de fora do portão chovem as críticas, ai que exagero, onde é que já se viu, parece a tropa, não me parece nada bem, acham mole e carregam, a minha cunhada disse-me que na escola dos dela não é nada assim.
Porquê?

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Que comece a campanha eleitoral

Depois do novo partido de Marinho Pinto, parece que que nas próximas legislativas teremos mais um partido político encabeçado por uma figura mediática de peso.  Pelo inigualável José Cid!
Depois da inesquecível "fotografia do cd", de que argumentos se socorrerá o músico para fazer chegar a sua mensagem aos eleitores?

Pegar o touro pelos cornos

A propósito da chefia do Novo Banco e de precisarmos de alguém que consiga pegar o touro pelos cornos, temos forcado.







Ah, os pequenos-almoços de segunda-feira!

Se calhar amanhã fico-me pelo pão com manteiga.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Para quando Coca-Cola com sabor a leite?

Há poucos minutos fui beber um café para ver se arrebito. O café tinha a televisão ligada no programa das manhãs da RTP, em directo de Mora, onde uma loira platinada se rebolava dentro de uns micro-calções agarrada a um microfone. Não me lembro se a música tinha mais estrofes, pareceu-me só um refrão que se repetia vezes sem conta.

"Uelelelê, Olé, Olé, este ritmo está na moda, Kizomba gipsy é que é!"












quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ainda aquilo da VFNO

Eu quero lá saber se é uma feira de vaidades, poço de futilidade, se é um excelente dinamizador para o comércio, se vai chover, se vai fazer Sol, se as borlas são boas ou mixurucas. Só vai quem quer e eu tenho a sorte de não ficar presa no trânsito ou na confusão por aquelas bandas àquelas horas.
O que eu gostava mesmo de saber é quem serão as celebridades presentes. Ou sou só eu a achar o termo celebridade exagerado?


A sério?!

- Opah, começou o MOTELX! Nos próximos dias não estou para ninguém, mudo-me de armas e bagagens para o S. Jorge. Este ano bati o meu record pessoal, comprei bilhetes para vinte e duas sessões. Acho que vou levar uma daquelas almofadas de viagem para o pescoço.
- E Red Bull, muito!
- A chatice é que hoje também é o VFNO. Que se lixe, num intervalo entre filmes venho cá fora e tiro uma fotografia, como fiz no ano passado.

(Também é por isto que gosto muito dela)

Em modo Zé Cabra

São lágrimas, são lágrimas, são lágrimas que correm dos meus olhos!
Tenho tanto, mas tanto sono que chego a perder uma lágrima quando bocejo.

(Agora ide, meus doces, ide embonecar-vos e dar carga ao vosso telefone que logo à noite há festival de selfies.)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O desafio

Ensinou-me o meu avô materno que a solidariedade vem de dentro e dentro é o seu lugar. A solidariedade não cede às pressões exteriores, a solidariedade não se exibe.  Também me dizia vezes sem conta "Que a tua mão esquerda não saiba o que a mão direita deu, filhinha".
Teria a idade da Mironinho quando, pela primeira vez na vida e pela mão do meu avô materno, entrei numa casa que acolhia pessoas com doença mental para levar roupas e géneros alimentares. O ritual repetia-se todos os anos, sem data certa, pelo menos duas vezes ao ano, sempre pela sua mão, até há poucos anos, quando já era eu quem o levava pela mão, porque ele não o conseguia fazer, mas dentro de si ainda morava a vontade de fazer o bem. 
A solidariedade que vem de dentro e fica dentro, como a que o meu avô me ensinou, não é uma obrigação nem um frete, não se impõe através de desafios, não depende da pressão dos pares, do que os pares esperam ou possam pensar de nós.  Por isso, por muito nobres que sejam as causas que lhes estão subjacentes, não me atraem grandemente estes desafios solidários acompanhados da vídeos que se partilham nas redes sociais. Mas outros avôs terão ensinado outras coisas a outros netos, quem sou eu para os questionar?
Sem qualquer tipo de pressão aceito o desafio que a NM me lançou e vou apoiar monetariamente duas instituições que abraçam causas que me são caras, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (com extensões um pouco por todo o país e fáceis de encontrar com uma pesquisa no google) e a Alzheimer Portugal.
Era suposto deixar aqui um vídeo com um banho gelado. Poderia fazer um vídeo na casa de banho que os meus pais adaptaram quando o meu avô perdeu a mobilidade. Haveria de mostrar a quem quisesse ver que sei bem o que é ver uma doença levar as capacidades físicas e intelectuais daqueles que amamos. Abriria a torneira de água fria, para que não estassem dúvidas sobre a temperatura da água e haveria de deixar escapar um grito aflito. Haveria de causar um sorriso, senão uma gargalhada a quem me visse. Mas penso no meu avô e sei que não era isto que o homem que primeiro me ensinou o que era a solidariedade gostaria que eu fizesse, não é isto que eu gostaria de fazer e não vejo porque ceder às pressões, só para ficar bem na fotografia. O vídeo seria apenas isso, fotografia, e o que me propus fazer foi muito mais do que isso.
Também não vou fazer o desafio directo a nenhum blogger, antes proponho aos meus leitores que procurem, junto das suas comunidades, de que forma podem ajudar os mais velhos e  doentes mentais, aqueles cujas famílias não puderam ou não quiseram cuidar. "Sabes, filhinha, toda a gente quer ajudar crianças, mas são poucos os que têm estofo para lavar rabos a velhos e limpar o vómito de dementes. São esses, os que já ninguém quer, que mais precisam".



Sai um anti-histamínico!

Quem nunca deu erros ortográficos que atire a primeira pedra, já que eu não a posso atirar, mas heis, caiem, saiem?!

Que comichão, senhores, que comichão...


Tudo está no seu lugar... e se o lugar for o gavetão?

Quando decorámos o quarto da Mironinho comprámos uma cama de gavetão. Seria um "sofá" durante o dia e numa ou outra noite mais difícil eu poderia dormir perto do berço (nunca aconteceu, viva!!!!). No gavetão ficaria uma cama extra para alguma amiguinha ou prima que a viesse visitar.
A cama de grades tornou-se pequena e aos dois anos a Mironinho mudou para a "cama dos grandes". Para prevenir quedas começou por dormir na cama do gavetão, mais tarde passaria para a cama de cima. A verdade é que a passagem para a cama de cima acabou por ser adiada e, tirando o facto de ter de andar de rabo no ar de cada vez que lhe fazia a cama, nenhuma das duas se preocupava com o andar em que a Mironinho dormia. Aliás, se tivesse duas filhas uma das duas teria de dormir na cama da gaveta. E é o que acontece quando as primas ficam a dormir lá em casa. Quase três anos depois, há zero acidentes a registar. Bem sei que é difícil cair do gavetão, mas não é impossível.
Na semana passada, como fazemos todos os anos, demos uma volta ao quarto, esvaziámos gavetas, vimos que roupas ainda serviam e que roupas deviam ser guardadas ou dadas, trocámos as fotografias das molduras, guardámos uns quantos brinquedos, pendurámos o dossel que em tempos esteve no berço, enfim, a Mironinho sentiu que tinha um quarto novo e decidiu mudar-se, finalmente, para a cama de cima.
O balanço não podia ser melhor, vai para a cama sozinha, volta a colocar os brinquedos nas caixas depois de brincar sem eu ter de ameaçar com "tudo o que encontrar no chão vai para o lixo". Ontem caiu da cama. De manhã fui dar com ela a dormir em cima das almofadas que estrategicamente espalhei em frente à cama, que isto mais vale prevenir que remediar. Preveniu. Valha-lhe o sono pesado, não se apercebeu de nada. Esta noite deixei o gavetão aberto, não fosse o diabo tecê-las. Teceu. 
Se calhar ainda não é desta que sai do gavetão.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Tudo está no seu lugar

E pronto, a escola começou há uma semana e estamos de volta às velhas rotinas, voltaram as festas de aniversário infantis.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Então não, coração?

De manhã, chega ao pé de mim ensonada.
- Mamã, tenho muita fome, quero os meus cereais.
- Não se diz bom dia?
- Bom dia, mas eu tenho muita fome...
- Está bem, vou fazer.
Vem atrás de mim e senta-se a ver-me preparar-lhe o pequeno almoço.
- Tive uma ideia muito boa, mamã.
- Ah tiveste? E que ideia é essa?
- Quando eu acordar bato palmas e assim tu ficas a saber e começas logo a fazer o meu pequeno almoço.


Sim, bwana...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Ó mãe, ó mãe, liga o computador, estou a dar na internet!

A Pipoca Arrumadinha fez-me uma entrevista das boas.
Podem lê-la aqui.

Uma simpática, esta Arrumadinha!

Sabes que estás gorda

Quando, sem que tenhas perdido peso, uma amiga da bisavó da Mironinho que não vês há uns meses, simpatissíssima, se cruza contigo e diz em tom de elogio:
- Olá! Então essas férias? Está bem castanhinha. E mais magra!

Tenho sempre a sensação que o "estás mais magra" é um elogio que só faz às gordas, ninguém diz a uma magra que está mais magra (muito menos que está mais gorda!).

Coisas que aprendo chegando a um semáforo encarnado

Que os rapazes que ontem perseguiram o meu carro quando saí da aula de natação da Mironinho, que apitavam e faziam sinais de luzes, afinal até são uns simpáticos e que quando fechavam uma mão e com o indicador da outra a "penetravam" não tinham em mente uma qualquer alarvidade, mas apenas dizer-me que tinha um furo no pneu.

Coisa que efectivamente disseram quando tivemos de parar num semáforo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Hiperventilação 2

Acabei de ser contactada pela NOS para responder ao milionésimo inquérito de satisfação.
Pelo arfar pesado do rapazinho que me ligou, acho que se chamava Tiago/Diogo (?) Alves, não consegui perceber, das duas uma: ou o estava com uma valente crise de asma ou tinha o microfone literalmente enfiado na garganta.
A terceira hipótese, que afasto por nunca ter utilizado um serviço do género e desconhecer em que moldes operam, é o senhor estar convencido de que trabalha numa linha erótica. Se for o caso, também lhe digo, Diogo/Tiago, procure trabalho noutra área que é capaz de ter mais sorte.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Hiperventilação

Hoje a Mironinho veio para casa com a lista de material escolar pedida pela educadora.
Pensava eu, enquanto via as notícias sobre a ginástica financeira que as famílias portuguesas têm de fazer a cada início de ano lectivo, que só para o próximo ano é que tinha de me preocupar.



Então é isto:
4 lápis n.º 2
2 borrachas brancas (de preferência da marca X..)
Lápis de cor 12 cores
Lápis de cera 12 cores
Canetas de feltro 12 cores
Afia-lápis com depósito
Tesoura sem bicos
Embalagem de 100 micas transparentes
2 tubos de cola baton
4 tubos de cola celulósica
2 resmas de papel A4 80gr

Livro de inglês será entregue pela professora e tem o custo de ...

(já lhe tinha comprado os bibes, chapéu e os equipamentos de ginástica, fato de treino, t-shirts e saia-calção).


Porque não dou palpites sobre educação

Porque gasto a saliva a explicar à Mironinho que não podemos ter tudo o que queremos, que as roupas servem para nos proteger do sol e do frio, que mais importante que sermos bonitas por fora é termos sentimentos e atitudes bonitas, mas depois perco-me nas "tiendas on-line" de roupa infantil de "nuestros hermanos".

Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz, não o que ele faz.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A vida secreta de Mr. Mirone

Mr. Mirone não perde uma oportunidade para me azucrinar a molécula, chagar o juízo, picar os miolos, sempre que sou autuada por estacionamento irregular. Calma, calma, foram, que me lembre, três vezes em toda a vida. Deu-se o caso de duas delas terem poucas semanas de intervalo. "Ai que irresponsabilidade, custava muito pôr a moeda? Não sabias que já lá estavas há muito tempo?". E tem razão, muita razão. 
Não fosse a fatalidade de ontem, ao chegar a casa, ter um postal dos correios para levantar uma carta registada. De onde, perguntarão os queridos leitores. Da divisão de trânsito da esquadra. Ahhhhhhhhhh, dirão admirados.
Hoje, a seu pedido, fui levantar a carta. Telefonei-lhe, mandou-me abrir para ver o que era. 
- Olha lá, está aqui a dizer que estacionaste num local proibido, sabes de alguma coisa?
- Eu, estacionar num local proibido? Nunca! Em que rua foi?
- Na Avenida.
- Gaita, outra vez! Mas estes tipos não têm mais nada que fazer do que andar na caça à multa? Mas Agora é isto, Semana sim, semana também?

Outra vez?! Semana sim, semana também?! 
Como diria Perry Mason, I rest my case.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ah, a poesia de wc

Por onde é que eu começo?
Pela moldura?
Pelo papel encarquilhado pela humidade?
Pelo lettering?
Pela frase propriamente dita?




Algures num wc masculino de um movimentado café do IC2.