terça-feira, 2 de setembro de 2014

A vida secreta de Mr. Mirone

Mr. Mirone não perde uma oportunidade para me azucrinar a molécula, chagar o juízo, picar os miolos, sempre que sou autuada por estacionamento irregular. Calma, calma, foram, que me lembre, três vezes em toda a vida. Deu-se o caso de duas delas terem poucas semanas de intervalo. "Ai que irresponsabilidade, custava muito pôr a moeda? Não sabias que já lá estavas há muito tempo?". E tem razão, muita razão. 
Não fosse a fatalidade de ontem, ao chegar a casa, ter um postal dos correios para levantar uma carta registada. De onde, perguntarão os queridos leitores. Da divisão de trânsito da esquadra. Ahhhhhhhhhh, dirão admirados.
Hoje, a seu pedido, fui levantar a carta. Telefonei-lhe, mandou-me abrir para ver o que era. 
- Olha lá, está aqui a dizer que estacionaste num local proibido, sabes de alguma coisa?
- Eu, estacionar num local proibido? Nunca! Em que rua foi?
- Na Avenida.
- Gaita, outra vez! Mas estes tipos não têm mais nada que fazer do que andar na caça à multa? Mas Agora é isto, Semana sim, semana também?

Outra vez?! Semana sim, semana também?! 
Como diria Perry Mason, I rest my case.

10 comentários:

  1. Nada a ver Mirone... Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

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  2. Também acho. Não põe moedas na máquina e depois diz que tem azar na vida.
    Ao menos não se esqueça de pagar aquelas coisas armadilhadas, vulgo pórticos, como eu fiz e depois graças a um zeloso, ou zelosos funcionários das Finanças saiu-me a festa em 4208 euros, tudo no espaço de um mês.
    Já agora, que não tem nada a ver e nem sequer me lembrava não fosse a aparição da NM. Por acaso o seu irmão da AT não teve nada a ver com isso, pois não, ó NM? :)
    anti.

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    1. Não anti, ele não tem nada a ver com isso... :) Aconteceu parecido cá em casa, mas face ao valor da sua multa até parecem trocos... http://calmacomoandor.blogspot.pt/2014/01/mas-esta-falar-serio-5.html

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    2. Olá, NM.
      Fui ver e comigo foi assim também. A diferença é que cada aviso/cobrança diferia entre os 187 e 224 euros.
      O seu pai pagou um, imagine eu pagar 19. E muita sorte, pois como a NM provavelmente leu, com mais 583 euros livrei-me de mais 8 mil e tal euros.
      Mas depois, é claro que já que pagava tanto, quis saber coisas. Fiquei a saber que com mais euro menos euro isto é o pai-nosso de cada dia e que, por acaso na semana anterior a que eu resolvi este assunto, um privilegiado tinha sido agraciado com 23.000 euros.
      Cumprimentos e bons lançamentos nessa tal de frisbee. :)
      anti.

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    3. Não compreendo... A sério, ultrapassa a minha capacidade de compreensao. Uma infração "administrativa" reiterada, sem que ninguém tenha sido posto em perigo... Não percebo!

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  3. 4208 euros?!!!!!! Antes sustentar um burro a pão-de-ló!
    Mas em quantos pórticos passou? Mesmo que lhe aplicassem a taxa máxima isso é muito. Ou passou muitas vezes ou os "senhores dos pórticos" estão equivocados! Mexa-se, anti, não se conforme se achar que a conta é exagerada.

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    1. Só num! Mas durante cinco anos, duas vezes por semana e numa distância a pagar de 400 metros.
      Era com uma Caddy que eu tinha registada na morada de um armazém alugado, no Porto, depois saí e nunca mudei o registo.
      Os avisos iam para lá, obviamente nunca os recebi, e vai daí começaram a chover cobranças à revelia, ou coercivas que foi um ver se te avias.
      Não há nenhum engano e está tudo certinho, salvo os nervos contra si mesmo de um gajo vivido que cai numa dessas.
      Mas não que quisesse defraudar o erário público, longe de mim tal velhaquearia que eu sei bem a pobreza que por lá grassa, simplesmente nem sabia que aquilo existia. Sabia sim que havia por lá qualquer coisa, mas pensei que fosse mais para diante quando se entra para Espinho, mas nunca me ocorreu que 400 metros fossem cobrados.
      anti.

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    2. No melhor pano cai a nódoa. Sabemos que sim, que devemos fazer as alterações todas, mas depois fica para a semana que agora não dá jeito, ou para depois, quando for tratar também de outro assunto e quando damos por ela, oops, esqueci-me...
      É mais ou menos a mesma coisa quando ponho 20 cêntimos no parquímetro, confiando que se for preciso vou lá pôr mais uma moedinha e afinal demoro a manhã toda, ou se deixo o carro "um bocadinho em cima do passeio",que são só dois minutinhos... Fico furiosa de cada vez que tenho de pagar os 60 euros da coima, mas a verdade é que mereci (ainda se me servisse de emenda...).

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    3. E ainda no meio disto tudo fui um privilegiado da sorte porque a coisa ia para perto dos 13000 mil dele..
      Foi assim: recebi das finanças três cobranças. Fui pagar, e soube que tinham já enviado para mim mais seis cobranças. Perguntei à menina se estava bem certa, ela foi lá ao computador dela e haviam mais duas em processamento. Perguntei se acaba ali, e muito simpaticamente a menina informou-me que isso não sabia, que não era assunto das finanças.
      Claro que me surpreendi e, naturalmente indaguei se não era deles de quem era.
      - Da AT. Eles elaboram o processo, enviam para nós e nós enviamos para o delinquente. - Ela disse infractor, mas não me escapou que estava a ser educada.
      Desloquei-me lá e fiquei devidamente esclarecido. Nove processos mais já tinham sido enviados para as finanças e já não havia remissão, mas haviam mais trinta e um processos em fase de elaboração.
      - Então e isso da quanto, esses tais trinta e um em fase de elaboração?
      - Deixe cá ver. - debruçou-se para a sua ferramenta e depois entrou a varrer. - Oito mil duzentos e dezassete euros e 13 cêntimos.
      - O Quê?! Tem mesmo a certeza? Veja melhor que isso é uma exorbitância de todo o tamanho.
      Mas ele tinha a certeza, sim senhor! Trinta e um processos em fase de elaboração, - Ora deixe cá ver melhor. - E após uma pausa, disparou triunfante. - É isso! Oito mil duzentos e dezassete euros e treze cêntimos.
      Perante o meu desânimo, seguramente desceu sobre ele a magnificência Divina, porque esclareceu:
      - A menos que esteja disposto a pagar essas multas antes de serem elaboradas.
      - Quero pois! E como é que é isso?
      - Fácil. O senhor pagas as multas correspondentes aos trinta e um processos, com juros de mora, - e mais umas alcavalas que eu não percebi, e para falar mesmo verdade nem me interessava perceber e só queria resolver ali o assunto sem a Sagrada contribuição das Finanças, - E damos por liquidada a sua divida.
      - Então quanto devo de multas?
      - Quinhentos e oitenta e três Euros e sete cêntimos.
      - Óptimo.- Respondi eufórico. - Aceita um cheque?
      - Claro! Como o senhor quiser.
      Paguei, apertámos as mãos, respirei fundo e sai de lá em muito melhor harmonia com o mundo e arredores, do que quando para lá entrara.
      Pudera! Não é todos os dias que com um investimento de quinhentos e tal euros se ganham oito mil e tal euros na hora.
      anti.


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    4. Anti, acenda uma velinha à Nossa Senhora da Morosidade e Burocracia. Imagine que todos esses processos se instruiam automaticamente, sem intervenção de um serviço, e a ssinatura do chefe, que depois envia para outro serviço, mais um despacho, e depois para outro e mais outro?

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