sábado, 30 de maio de 2015

Vamos lá saber

Quem foi o engraçadinho do Primavera que se lembrou de marcar Belle & Sebastian para a mesma hora de Spiritualized, hã? No mesmo dia? Perfeito! À mesma hora, pah, é só uma estupidez.






sexta-feira, 29 de maio de 2015

Se calhar fico mais uns dias

A pessoa faz o passeio matinal pelas capas de jornais, para ir sabendo o que se passa no pequeno jardim à beira mar plantado, e dá de caras com isto.


Acho que já não preciso de café.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Como é que é?

É para ir ao 16.eme arrondissement mandar fazer a cama de lavado?

Mirone recomenda

Ou, bem podiam vir a Lisboa.
David Bowie is, daquelas exposições onde apetece ficar três horas.
Yves Saint Laurent 1971 - la collection du scandale, sobretudo para não fashionistas.

Ali estávamos nós

a cantar Vapour Trail, lembrei-me dos miúdos de agora, daquilo que ouvem, e senti que tive uma sorte de todo o tamanho por ter nascido quando nasci.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Porque é que não me pergunta antes de onde vêm os bebés?

A Mironinho arranja sempre mil e uma estratégias para protelar a hora de dormir, tem sempre uma lista infindável de coisas para me perguntar. Um destes dias, depois de ter respondido a todas as perguntas possíveis e imaginárias (e se a miúda tem uma imaginação fértil) sobre as fadas dos dentes, disse-lhe que só podia perguntar mais uma coisa.
- Está bem, só uma pergunta, então. Qual é o sentido da vida?

E por falar em fada dos dentes

Ernest & Celestine é, muito provavelmente, o filme mais ternurento que vi com a minha filha nos últimos tempos. Um filme sobre a amizade improvável e lealdade entre uma ratinha que sonhava ser dentista e um urso.
Que querem, gosto de animações 'fofinhas'... a ausência de 'ruído visual', os desenhos e as cores tão bonitas.


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Como é que o Ricardo Salgado não se lembrou disto?!

Ligaram-me do banco. Ah e tal, a aplicação da conta da sua filha acabou agora e o computador fez automaticamente uma aplicação igual, mas como está indexada à Euribor não dá nada. Se quiser nós pomos à ordem e passamos para uma conta a prazo que dê um juro melhor.

O Computador! É isso, o malandro do computador que se põe a fazer coisas automaticamente. Na volta foi ele que deu cabo do BES.

Todos a bater o pezinho

Cantem comigo, I'll stop the world and melt with you.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sonho de uma noite de Primavera

No fim de semana passado sonhei que tinha um bar no Bairro Alto chamado Vira. Era o Vira de Lisboa e planeava abrir mais uns quantos um pouco por todo o país, assim  uma coisa à Amo-te do Pedro Miguel Ramos. Estava a preparar uma mega operação de marketing, espalhar milhares, milhões de flyers com uma frase originalíssima: "Meninas, vamos ao Vira!". Sucesso garantido, hein?
O meu avô sempre me disse para desconfiar daqueles que ganham a vida quando os outros dormem.

Nota: começar a fazer refeições mais frugais à noite.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

É para os Apanhados, não é?

Um jornal sério não aventa uma notícia destas sem fundamento, pois não?

Estava aqui a pensar e pensei

Li, a propósito dos últimos homicídios mais mediatizados, o da adolescente de Salvaterra de Magos e o do gerente da pastelaria de Benfica, que ambos os homicídios tiveram motivos fúteis. E não o são os motivos da larguíssima maioria dos homicídios? 
Um desentendimento passional, uma discussão familiar, uma desavença de vizinhos, um ajuste de contas, um roubo, uma rivalidade entre gangs, uma quezília no trânsito, racismo, xenofobia, questões clubísticas, invejas, vinganças e outros tantos, não são todos eles motivos fúteis?

Também tenho umas coisas a dizer sobre aquilo em Guimarães

Com que cara é que aquela gente que enchia tranquilamente malas de viagem com t-shirts e chuteiras roubadas no armazém do Guimarães vai aparecer no trabalho ou junto da família? E do juiz? Como sairá à rua essa gente? De cara desfocada, como no vídeo?

Claro que também tenho qualquer coisa a dizer sobre os exames nacionais

A minha sobrinha, com 11 anos, é muito mais feliz desde que sabe o que é o modificador predicativo do sujeito do grupo adverbial. As suas capacidades a nível da escrita, da leitura, da expressão e compreensão da língua portuguesa melhoraram significativamente. 
Nós gostamos é de nomes pomposos, não é?

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Pensamentos soltos que me ocorrem enquanto derreto sob o calor castigador dos infravermelhos

Uau, que corpo! Quem é?
Está igualzinha à mãe.
Não posso partilhar.
Olha, até é bem grossa, a revista, é pena é deixarem passar tantas gralhas.
Sinceramente, ainda estou para perceber o que vê o mulherio nele.
Percebo agora porque é que há 100 anos as pessoas andavam muito mais tapadas, não havia estas modernices das clínicas de estética.
Não posso partilhar.
Oh, que amor, tão bonitinha.
Não posso partilhar.
Não há meio de inventarem uma tinta de cabelo que cheire bem.
Ainda faltará muito?

Então, Mirone, Não tens nada a dizer sobre o Benfica?

Estava em viagem durante o jogo e sim senhor, a estrada fez-se muito bem.
Não vi as imagens dos festejos/confrontos e parece que sim, fiz muito bem.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

És pouco convencida, és!

Entretanto decidimos não jantar no hotel uma vez que Mr Mirone sabia de um restaurante onde se come uma especialidade divinal e pela qual andava a suspirar há bastante tempo.
O empregado que nos atendeu deu-nos a escolher  duas mesas, optámos pela mais afastada das outras pessoas para estarmos sossegados. Seria bom, se um senhor na casa dos sessenta e muitos anos não me olhasse fixamente. Por momentos ainda pensei que me tivesse confundido com alguém das suas relações e estivesse a tentar lembrar-se de quem era. E se o olhar era intenso, até se sentou de lado na cadeira . A mulher falava com ele e nada, parecia que nem a ouvia, não tirava os olhos de mim. Comentei com Mr Mirone, que desvalorizou. Tentei ignorá-lo, mas de cada vez que olhava na sua direcção lá estava ele, de olhos posts em mim e com cara de poucos amigos. Fartei-me.
- Ó Mr, desculpa mas estou a ficar mesmo incomodada com o raio do velho que não tira os olhos daqui, importas-te de trocar de lugar comigo?
- Claro que não importo, nem sequer estou a ligar ao jogo.
- Mas que jogo? O jogo de olhares do velho?
- Não, o jogo que está a dar na televisão, na parede atrás de ti.





Mistério resolvido.





Em três segundos punha o Incrível Hulk a implorar clemência

Pois que esta que vos escreve é uma romântica invertebrada. Isso mesmo, invertebrada, mas agora muito mais musculada. Pois que além de romântica tem também a mania e às vezes pensa que é a perfeita dona de casa. Não é, contudo, como adiante se demonstrará.
Pouco passaria das três da tarde quando Mr. Mirone me envia uma mensagem misteriosa com o seguinte teor: "Tens alguma coisa inadiável para amanhã e sexta?". Ora, dizem-me os meus muitos cabelos brancos que teimo em pintar a cada seis semanas, que se a minha resposta for negativa a mensagem seguinte será "Marquei hotel em ...inserir destino". E foi. Organizei-me como pude, mais feliz que pêga sem rabo (não me perguntem, sempre ouvi esta expressão), e perto da meia noite, já com a criança deitada e a cozinha arrumada pareceu-me boa hora para fazer as malas.
Dá-se o caso de gostar tanto de fazer malas como de arrancar o siso sem anestesia, pelo que me pareceu absolutamente urgente suspender o assunto das malas para agendar dois posts, um para quinta e outro para sexta, para não deixar os meus fiéis leitores abandonados. Um sobre a greve da carris, para sair na quinta às nove da manhã e outro sobre as gracinhas da Mironinho para sair na sexta. 
Depois de agendados os posts a vontade de fazer as malas mantinha-se nula. Espera lá, eu podia era ir fazer umas máquinas de roupa, talvez as toalhas, que assim a senhora da limpeza  amanhã já as estendia e arrumava. Dito e feito, carreguei a máquina e fui só ver um bocadinho das notícias para depois ir fazer as malas. 
À uma e meia da manhã fui à cozinha só para ver se estava tudo em ordem. Não estava. A máquina tinha parado a meio do ciclo, com a cuba cheia de água e tinha umas luzes a piscar. Podia muito bem ter aberto o livrinho das instruções para ver o que queriam dizer. Não. Deixa cá começar o programa outra vez, mas é. Ouço a água a entrar na máquina e o seu nível na cuba a subir. Oh diabo, isto não me parece nada bem. Deixa-me seleccionar só a centrifugação a ver se isto drena. Oi? Mas isto continua a encher? Quando senti que podia estar à beira de uma catástrofe doméstica sem precedentes, achei por bem consultar as instruções. Ah, muito melhor, afinal é só uma obstrução do filtro, alguma meia daquelas que misteriosamente desaparecem durante a lavagem, diz que é para abrir e limpar. Rodei a tampa do filtro e valha-te Deus Mirone! Porque é que não foste fazer a mala? Repus a tampa, fui a correr buscar lençóis de banho (lavados, os outros estavam a lavar) e volto a abrir o depósito do filtro. Quantos litros de água pode levar uma máquina  com capacidade para seis quilos de roupa? Não sei. Muitos. Levei mais de uma hora a limpar aquela água toda. Meus amigos, foi tal o ensopa água leva a toalha para o lava loiças e torce, ensopa e torce, ensopa e torce, que posso afirmar com um grau de certeza muito elevado, elevadíssimo mesmo, que possuo os braços mais musculados do segmento blogosférico com Mirone no nome, capaz de ganhar um braço de ferro ao Incrível Hulk em poucos segundos.
As malas? Deixem-me só publicar o post  e cancelar os outros que é já a seguir, já, já, já.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Ao que isto já chegou, senhores!

Estava Mirone posta em sossego, saboreando o costumeiro café com que fecha a refeição, quando o telefone toca. Um número fixo, de Lisboa, que desconhecia.
- Estou.
- Estou sim, boa tarde. Estou a falar com a senhora dona Mirone Mirone (nome e apelido).
- Sim, sou eu.
- Boa tarde, o meu nome é nome e apelido e estou a ligar da empresa suiça Corlux e gostávamos de lhe dar a conhecer o nosso produto. Trata-se de uma máquina de barbear manual com três lâminas, do género da Venus, que...
- Desculpe? Quer vender-me uma gilette de lâminas triplas? Não estou interessada, dê-me licença que desligue, boa tarde.
 Ri durante uns bons minutos. 

Entretanto fiquei intrigada, pois se sabiam o meu nome e tudo, e fui ver quem eram. 
Parece que essa Corlux vende 10 máquinas de barbear por 11 € e faz reabastecimentos trimestrais. Só temos de fornecer os nossos dados bancários, identificação e morada, que os senhores tratam de tudo.Uns simpáticos, não?


Apareceu no feed do meu facebook

... um vídeo amador de um suposto "ajuste de contas", pareceu-me que devido a comentários no facebook dos intervenientes, em que, durante treze minutos, umas adolescentes dão murros e bofetadas a um outro adolescente, tudo acompanhado de um palavreado nada edificante.
O vídeo conta com mais de novecentas mil visualizações e já foi alvo de milhares de partilhas indignadas (muitas a incitar a mais violência). Não me admirarei se por estes dias vir o vídeo em causa num dos telejornais, como em tempos vimos o das adolescentes à porta do Colombo.
Não seria mais produtivo e eficaz orientar a indignação para quem de direito? Não há um conselho dire(c)tivo na escola frequentada pelos intervenientes no vídeo e onde aquela cena bárbara se terá passado, não há serviços do Ministério Público? Não há autoridades policiais? 
Esta tarde debruçar-me-ei sobre o assunto.
 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Aceitam-se apostas

Termina hoje o período de transição para aplicação do Acordo Ortográfico (AO). A partir de amanhã será a doer, será obrigatório obedecer às regras do AO.
Alguém faz ideia de quantos posts (ou reposts) veremos, quantos textos inflamados defenderão com a vida a língua de Camões? A sério? A língua de Camões? Esta?




Eu não prometo, mas se não me esquecer, mesmo contrariada, sou capaz de o adoptar (é aproveitar enquanto é tempo, adoptar, adoptar, adoptar, adoptar, adoptar, adoptar, adoptar...).

E se a blogosfera fosse um filme ucraniano?


Para ver com atenção.

Créditos para Mr. Mirone que me deu a conhecer isto.

Das más interpretações também reza a história

Ou Mirone pensa que não é menos 'cazoutras'.
Ou Analisemos então à lupa, e sem ideias pré concebidas, a famosa obra de Rembrandt .




A primeira ideia pré-concebida que importa afastar é a do nome do quadro. Aquele que ficou conhecido por A ronda da noite, consequência de uma má interpretação causada pelo mau estado em que se encontrava o quadro, com o verniz escurecido fruto da exposição ao fumo,  chamou-se originalmente  A Companhia de Frans Banning Cocq e Willem von Ruytenburch. Paralelamente há quem insista em chamar blogosfera a uma conjunto de duas dúzias de blogues, pouco mais, num universo quase infinito deles. Deixemos de parte essa ideia pré-concebida também. A encontrar tradução nos blogs, este quadro representaria  um ou dois blogs, não mais.

Em primeiro plano, como é de esperar numa obra encomendada, e sublinhando a posição hierárquica que ocupa, temos o Capitão Frans Banning Cocq. Caminha seguro, de mão estendida, indicando o caminho. Reparem no aprumo com que se apresenta, fato escuro, camisa branca de colarinho magnífico, punhos preparados para receber requintados botões de prata e madrepérola, sapatos e meias irrepreensíveis. Cabeleira farta, de corte vigente à época. A seu lado, ligeiramente recuado, evidentemente, o leal Tenente Willem von Ruytenburch, de vestes claras, "um raio de luz, dileto pupilo, para quem tenho planos grandiosos", chamar-lhe-ia o Capitão. Willem escuta atento as preleções e ordens do seu mestre e ídolo.
Atrás seguem diversos homens armados de espadas, lanças e escudos redondos, abrindo caminho através da turba. Os elementos da companhia aparecem captados pelo pintor  tal qual os pôde contemplar em numerosas ocasiões no momento em que diariamente se preparavam para formar e sair  para percorrer a cidade na sua missão de vigilantes da ordem.
No centro da tela, à esquerda do Capitão, um personagem feminina destaca-se: tem um vestido dourado, na mão um corno que serve para beber, à cintura uma bolsa e um frango morto, preso pelas patas. A personagem feminina é uma fonte de mistério. Embora a sua estatura não seja muito maior do que a de uma criança, ela está bem realçada no quadro, uma vez que sobre a mesma incide uma luz forte.  É uma personagem chave no quadro, não se encontra na penumbra e as sombras não a tocam. Alguns críticos vêm nesta menina um retrato de Saskia van Uylenburgh, primeira esposa do pintor, que faleceu prematuramente no ano em que foi pintada a tela, possivelmente de tuberculose. Saskia era habitual modelo de muitos dos retratos do autor.





O mistério de 'A Ronda da Noite' segundo Greenaway

Segundo o realizador Peter Greenaay, Rembrandt pintou A Ronda da Noite para denunciar o assassínio de uma das pessoas que deveria ter sido representada no quadro, e apontar os culpados, nele imortalizados.

Greenaway chama à obra-prima "o j'accuse de Rembrandt". Um corajoso ataque aos burgueses que encomendaram e pagaram a tela, e estavam envolvidos numa cabala para obter mais dinheiro, influência, proeminência social e mais poder em Amesterdão, na altura a cidade mais rica e próspera do Ocidente.

De acordo com Greenaway, a originalidade formal da famosa tela mais não é do que a maneira que o artista encontrou para semear as pistas alegóricas que permitiriam aos bons observadores desvendar o mistério e identificar os assassinos, sob a forma de várias "anomalias" pictóricas.

Esta tese está exposta no filme do realizador, A Ronda da Noite. O cineasta vai mais longe. Na sua opinião, Rembrandt pagou muito caro a ousadia. O artista terá ficado arruinado e perdido a sua posição social e os favores dos poderosos e influentes, não pelo gosto em pintura e a moda artística terem mudado nessa altura na Holanda, mas devido a uma conspiração dos visados no quadro, que o desacreditaram moral e socialmente, e levaram à penúria.



segunda-feira, 11 de maio de 2015

É de certeza um sinal, só não sei é de quê

Por duas vezes, no espaço de poucos meses, perdi a parte de trás de um dos meus brincos preferidos. Por duas vezes, e contra todas as expectativas, encontrei a referida peça. Da primeira vez, no chão do meu carro dois dias depois da perda. Hoje encontrei-o na calçada, ao lado do carro, umas horas depois de me ter dado conta da sua falta.


domingo, 10 de maio de 2015

Então Mirone, e que fazes tu numa tarde bonita como a de hoje, enquanto a Mironinho e as primas brincam lá fora?

Um smoking para o coelho da minha filha "porque ele vai a uma festa muito elegante, mamã".


Obrigada, mãe, por todos os vestidos que fizeste para as minhas bonecas sem resmungar... muito.






sexta-feira, 8 de maio de 2015

Ganhei!

Era uma guerra que dizia, Picante? Pois bem, observe.

Uns compram produtos para ficarem magros.
Chez Mirone é tudo magro, até a manteiga.






Bancadas cheias de pinta? Pfff, fácil, fácil... nenhuma tem tantas pintas que as de granito.

E a mise en place, e o decor, e a qualidade da fotografia, que me dizem? Catitas, não? Ao nível das melhores revistas de life style!

Enche-me de orgulho

Fiquei a tomar conta da minha sobrinha, da idade da Mironinho, e fomos lanchar. Falavam alto, riam muito, estavam verdadeiramente felizes. Shiuuu, meninas, falem baixo, tenham juízo. Entretanto decidiram inventar palavras. Apontavam para um objecto, diziam uma palavra qualquer, a outra repetia e riam perdidamente. A certa altura sai um sonoro fuck seguido da repetição, igualmente sonora. O meu coração parou e acredito que o das outras pessoas na esplanada também.
- Parem com essa brincadeira, já! O que vocês disseram é um palavrão muito feio.
- Qual palavrão, tia?
- Sim, mamã, qual palavrão?
- Não vou repetir, que é muito feio, quero só que acabem essa brincadeira tola antes que me zangue a sério.
- Mas mamã, lembras-te da outra vez em casa do avô que eu disse cabrão sem saber* e tu me ralhaste? Eu depois nunca mais disse cabrão outra vez. Diz-me lá o palavrão para eu aprender.

Tenho quase a certeza de que a senhora que estava ao meu lado teve um pequeno avc.



* queria dizer um bode muito grande

quinta-feira, 7 de maio de 2015

E porque uns falam de guerra

... ainda que simples guerras de almofadas, lembrei-me que neste dia, em 1945, acabava a II Grande Guerra.

É que não é só esperta, também é bonita

- Olá pequenina, como é que te chamas?
- Mironinho Alicate Batata Pesaraz Fagundes Prosélio (diz sempre o nome e apelidos todos...)
- Já te disseram que és muito bonita?
- Hoje ou nos outros dias? Não interessa, é sim às duas.

Não dá para Nobel, mas também sabe muita coisa.

Esta manhã, enquanto acabava de me arranjar, a Mironinho ficou, como de costume, a vestir e despir os "filhos". Hoje foi um peluche do Pluto. T-shirt, saia e laçarote na orelha e veio mostrar-mo toda contente.
- Está giro, não está? Escolhi o laço verde porque é do Sporting. Sporting lalala! Sporting lalala!
- Só eu sei, porque não fico em casa!
- Não é nada, eu também sei. Toda a gente sabe. Vais trabalhar.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Uma noite descansada, sim?


Querem que vos conte uma história antes de dormir, querem? Ok.
Vejam isto mas não me façam perguntas.



Adenda: o link não está a funcionar. Se quiserem ver, é aqui

http://www.izlevideo.net/dogal-olmak-en-iyisi--853409.html

O urbanismo dos finais dos anos 80 em toda a sua glória

A avenida onde moro é, na sua maioria, composta por prédios construídos nos finais desse período glorioso a nível de desastres urbanísticos que foram os idos anos 80 e início dos anos 90 do século passado (credo, há tanto tempo, parece que estou a falar do terramoto de 1775, pobre Marquês de Pombal, que teria uma síncope se cá viesse ver isto). 
Com PDM e PP muito rudimentares, basicamente, havendo terreno livre apresentava-se o projecto, pagavam-se as licenças e edificava-se. Ganhavam os construtores, ganhavam as Câmaras, ganhava o cidadão que via cumprido o seu direito constitucional à habitação, os bancos que emprestavam dinheiro. Uma alegria! 
Mas, voltando à glória urbanística da minha avenida. Na minha avenida há prédios identificados com número de lote e prédios identificados com número de porta. Ou seja, há lote 7 e n.º 7, sendo que o n.º 7 pode ser numa ponta da avenida e o lote com o mesmo número ser na ponta oposta. Pode também o lote 11 ser a meio da avenida e o lote 13 ser ao fundo da mesma, com uns quantos números pelo meio. Simples, simples, o sonho de qualquer carteiro, estafeta, condutor de ambulâncias, enfim qualquer pessoa que precise de se deslocar a uma morada específica e tenha aprendido, como aprendi na escola primária, que de um lado da rua estão os números ímpares e do outro ficam os pares, que os números de porta são seguidos ou, eventualmente intercalados com letras, 31, 31A, 31B, 33.
De maneira que é isto, perco a conta ao número de vezes que vejo na vitrine do átrio correspondência do prédio homónimo e que aqui foi deixada por engano. Suponho que a minha esteja a ser entregue no local certo, porque vivo num sexto andar e o outro prédio homónimo só tem 4 pisos. Ainda assim não me livro de ter de explicar aos senhores das entregas do continente on-line que a morada está certa, verifiquem se estão a procurar por número ou por lote.

Numa outra encarnação

devo ter sido empregada da Zara. A eficiência com que dobro camisas, e sem bitola, notem bem, é qualquer coisa digna de registo. É que ficam mesmo bem dobradas... sou mesmo boa a dobrar camisas.

Penso que tenho um talento especial para os números

Porque é que não transmitem a extracção da lotaria todas as semanas?

Um. Quatro. Seis. Nove. Dois.
Catorze mil, seiscentos e noventa e dois.
Dez mil contos!

terça-feira, 5 de maio de 2015

O novo fenómeno do Entroncamento

Tenho um anónimo ali ao lado,  muito intrigado, a querer saber como é que eu entrei no bloco de partos maquilhada, quando, passo a citar, " toda a gente sabe que antes de se entrar nesses sítios avisam logo que "nada de cremes ou maquilhagens" (ou joias ou adereços similares, já agora) e a primeira coisa que fazem mal nos apanham lá é darem-nos um banho com desinfetante...".
Leitoras, e leitores que costumem usar maquilhagem, profissionais da saúde, curiosos e bitaiteiros em geral, mais alguém estava maquilhado quando foi operado, ou serei caso único?

Estava aqui a pensar e pensei

Aqueles condutores conscientes que filmam os irresponsáveis a conduzir em contra-mão usam todos o sistema alta-voz, ou kit mãos livres, ou lá como é que aquilo se chama, não usam?

Então Mirone, nunca mais te queixaste das conversas indesejadas durante as aulas de natação da tua filha...

Não, não falei mais sobre isso.
Agora concentro-me no que se passa na piscina da hidroginástica. Ver as atletas séniores a fazer alongamentos ao som de Guns'n'Roses, Don't Cry, enquanto o professor canta e toca air guitar é muitíssimo mais interessante.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Sobre a venda livre de medicamentos

Por mim, este que encontrei nas imagens do google até devia ser dado.


Long live the princess!

No fim de semana passado, a propósito do nascimento da filha dos Duques de Cambridge, os comentadores de jornais on-line dividiram-se em dois grupos, de um lado, os que festejavam e se mostravam felizes com o nascimento da princesa, do outro, os que achavam a notícia uma futilidade dispensável, que se trata apenas de uma criança, como os tantas que nascem todos os dias e nunca são notícia.
O nascimento de uma criança é, para mim, sempre motivo de alegria, e onde uns insistem em nivelar por baixo, se os outros bebés não são notícia esta também não o deve ser, eu prefiro nivelar por cima, nasceu um bebé, alegremo-nos.


E porque há mais quem goste de celebrar a vida, em Ghent, Bélgica, existe um candeeiro que se acende de cada vez que nasce um bebé naquela cidade. "Ai Nati Oggi" é uma instalação da autoria de Alberto Garutti.

domingo, 3 de maio de 2015

O estranho caso do livro que lia o leitor - Capítulo VII

Capítulo VI - À Esquina da Tecla

Percebe ainda que o homem segura na mão uma folha de papel enquanto se dirige em passos largos e decididos à porta do prédio. Luisinho recua assustado e puxa os pesados reposteiros de veludo. Por baixo daquela janela, está o homem do monóculo. Luisinho estremece, que quererá  dali? Apaga luz do candeeiro de pé, afasta a cortina cauteloso e espreita novamente para a rua. O homem procura algo no bolso do jaquetão, uma chave de ferro forjado, leva-a à fechadura e roda-a. 
Entrou no prédio e bateu a porta com força. Luisinho sente-lhe os passos secos e pesados que dois a dois galgam os vinte e quatro degraus de madeira que separam o átrio da porta de casa da tia. Vai acordá-la. Trac, trac, trac. É agora a fechadura de casa que roda. Assustado Luisinho aperta o livro contra o peito e esconde-se atrás da cortina. 
O homem do monóculo caminha seguro pelo corredor na direcção do escritório, abre a porta e dirige-se ao contador de pau-santo onde a tia de Luisinho guardava os documentos mais importantes e onde ele, mesmo com aquela idade, nunca tinha tido licença para mexer. Da quarta gaveta de baixo retira uma chave minúscula, talvez de um cofre, e esconde-a no bolso. Lê a folha que traz na mão uma última vez, dobra-a e e dirige-se à estante. 
Atrás da cortina o Luisinho não consegue ver o que o homem do monóculo faz, mas ouve-o mexer em livros. Poucos segundos depois sai apressado do escritório. Novamente os passos pesados e secos a descerem os degraus do prédio e a porta de madeira a bater com força. O homem do monóculo afasta-se na escuridão das ruas estreitas.
Luisinho hesita, o que procurava o homem entre os livros da tia? Que chave era aquela que levou consigo? Acendeu a luz, largou-se na poltrona e retomou a leitura do livro.

Capítulo VIII - Stars & Mythical Creatures