sexta-feira, 8 de maio de 2015

Enche-me de orgulho

Fiquei a tomar conta da minha sobrinha, da idade da Mironinho, e fomos lanchar. Falavam alto, riam muito, estavam verdadeiramente felizes. Shiuuu, meninas, falem baixo, tenham juízo. Entretanto decidiram inventar palavras. Apontavam para um objecto, diziam uma palavra qualquer, a outra repetia e riam perdidamente. A certa altura sai um sonoro fuck seguido da repetição, igualmente sonora. O meu coração parou e acredito que o das outras pessoas na esplanada também.
- Parem com essa brincadeira, já! O que vocês disseram é um palavrão muito feio.
- Qual palavrão, tia?
- Sim, mamã, qual palavrão?
- Não vou repetir, que é muito feio, quero só que acabem essa brincadeira tola antes que me zangue a sério.
- Mas mamã, lembras-te da outra vez em casa do avô que eu disse cabrão sem saber* e tu me ralhaste? Eu depois nunca mais disse cabrão outra vez. Diz-me lá o palavrão para eu aprender.

Tenho quase a certeza de que a senhora que estava ao meu lado teve um pequeno avc.



* queria dizer um bode muito grande

16 comentários:

  1. E se ela falava alto, Te. "ensina-me o palavrão, mamã".
    Por acaso a Mironinho nunca disse palavrões (pelo menos à nossa frente, acredito que também não o faça longe de nós), foi mesmo só aquela vez em casa do avô e eu disse-lhe que se ela voltasse a dizer aquele palavrão horrível lhe tirava todos os brinquedos para o resto da vida. Eu sei que exagerei porque ela não sabia mesmo o que estava a dizer, mas resultou, ela percebeu que não era para dizer e não disse mais. Desta vez estava só a tentar perceber qual era a palavra que não podia repetir.

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  2. Não costumo valorizar, ouviram algures e repetem feitas tontas por entre risinhos, digo apenas que é uma palavra feia e que não se diz...
    Mas, olha, em inglês a minha nunca disse! :)

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    1. Ela nem se apercebeu do que disse, estavam a inventar palavras, siloca, petimo, firrema, saiu aquela como podia ter saÍdo outra qualquer.
      Eu sei que o correcto seria desvalorizar, mas detesto mesmo palavrões e assim ela percebeu que não são para dizer MESMO. (sempre detestei palavrões, desde miúda. Lembro-me que uma vez, teria uns 12 anos. e magoei-me e disse baixinho "carago", nem foi um palavrão dos cabeludos cabeludo mas senti-me tão mal, tão mal, mas tão mal comigo mesma, que se tivesse dito um dos outros me teria auto-castigado :DDDD. È que nem sei dizer, acho que hesitaria e falharia o timing, não seria espontâneo. Já o disse não sei muito bem onde, mas para se dizerem palavrões é preciso saber dizê-los, pior do que dizer palavrões é não os saber dizer :))))))

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    2. Faço parte desse clube, não tem a ver comigo, não os sei dizer. É que nem no futebol :) [como se eu fosse uma grande frequentadora de estádios de futebol!]

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  3. Pois o meu deu em cantar a música uptown funk... como é que ele a canta? "uptown fuck" pois claro.

    Já o corrigi várias vezes, ele não faz ideia do que está a dizer mas de vez em quando lá vai

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    1. O meu também :)

      Por acaso, acho que devemos chamar à atenção mas também não devemos exagerar. Não sendo ditas de propósito acho que devemos saber explicar sem grande alarido mas também não ignorando (sou mesmo contra ignorar).

      Mas ouvir crianças a dizer p*** que p***, f***, car***, etc em plena idade pré-escolar é coisa para me arrepiar os cabelinhos todos. Felizmente sei pelas auxiliares e educadoras que ele não as diz mas choca-me ele estar exposto a crianças com essa linguagem, aliás choca-me que crianças tão pequenas saibam tanto e tenham esse tipo de vocabulário tão "avançado".

      Há lá crianças que dizem palavrões que eu só conheci já em adulta e eu cresci numa casa onde a minha mãe e o meu pai as diziam frequentemente (no entanto, ai de mim se eu repetisse alguma).

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  4. Ah ah ah ah
    Muito erudita, já fala inglês!! (eu no seu lugar não teria dito nada, só lhe despertou a atenção mas na hora e na presença de outras pessoas ficamos meio apardaladas ;) )

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    1. A senhora da mesa do lado ficou francamente chocada.

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  5. Em vez de valorizar os conhecimentos de línguas estrangeiras das miúdas, esta sociedade reprime-as... Não se faz, Mirone :b

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    1. Tss tss tsss, quem devia ficar de castigo era eu. :DDD

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  6. Gosto muito dessas "senhoras das mesas do lado chocadas"!! E crianças dizerem nalguma altura da vida , asneiras, faz parte do crescimento!

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    1. A insistência, I*, a insistência.
      "diz lá o palavrão, mamã, para eu aprender"

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    2. adorei. :) mamã, lembraste cquando disse ***** e tu dissete para eu não dizer ****, porque *** é feio e **** não se diz e ****, lailailai ***.... :D

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