Chegou o Verão, a maravilhosa silly season. Acabei
de saber que a Patrícia Tavares casou num hipermercado, com um vestido da
vizinha, e a vendedora das alianças a presidir ao acontecimento. Ali mesmo, no
hipermercado, compraram croquetes e improvisaram o copo d’água.
Com o Verão veio a época dos amores tão tórridos
quanto passageiros (agora não estou a falar da Patrícia Tavares, que parece que
a sua relação até já tem mais de dois anos). São inúmeros os estudos sobre o tema, e as conclusões são para todos os
gostos. Se há coisa que admiro neste tipo de estudos é, a par da sua pertinência,
é a sua democracia.
Adiante, dizem os estudos que no Verão estamos
mais predispostos ao romance. Porque o sol influencia a produção de serotonina
e endorfinas, as hormonas do amor e da paixão, porque estamos de férias, mais
descontraídos, a vida social é mais intensa, tendencialmente o tamanho das
roupas é inversamente proporcional à temperatura, et cetera, et cetera. No
Verão tudo parece mais fácil no campo
das conquistas amorosas. É no Verão que se cometem as maiores infidelidades e é
imediatamente a seguir ao verão que dão entrada a maior parte dos processos de
divórcio. É um facto, há estudos que o atestam, basta procurar na net, esse
depósito de ciência e conhecimento. E, se está na net é porque é verdade, toda
a gente sabe.
Tudo isto é muito bonito, sim senhor, o sexo faz
bem, o amor-iogurte, com prazo de validade, faz muita gente feliz, mas o meu
coração romântico chora. Portugal não precisa de fast-sex, de casos de uma
noite. Portugal não precisa de clones das vedetas do Secret Story (é impressão
minha ou são cada vez mais e estão em
todo o lado?) que com três grunhos ou um bom decote, consoante o género,
copulam como coelhos. O que é que o país ganha com isso? Nada, nadinha!
Eventualmente uma doença venérea, umas quantas gravidezes indesejadas e muitas dores de cabeça.
O “problema”, se lhe quisermos chamar assim,
reside no facto de nem todas as portuguesas serem clones das concorrentes do
Secret Story, nem todas terem facilidade em seduzir. E nem todos os
portugueses terem livre-trânsito num
ginásio da Amadora. Sim, é verdade, a maioria dos portugueses não rasga camisas
de cada vez que contrai um bicep.
É hora de dizer Basta! É hora recuperar o que de
mais valioso temos, as tradicionais técnicas dos cavalheiros sedutores, dos
verdadeiros gentlemen. As portuguesas querem alguém que as corteje, quem lhes
ofereça flores, quem as leve a passear, a jantar, lhes compre jóias, perfumes e
roupas (com o dinheiro que elas ganharam, pois está claro, que elas são
mulheres modernas e independentes e ele teve o azar de ver a sua imensa fortuna
no estrangeiro congelada, apenas por uns dias, garante, fruto de mera
burocracia e muita incompetência), de alguém que as faça sonhar, que lhes
prometa o mundo (ainda que lhes deixe
tão só a rua). Em última análise, constato, Portugal precisa de burlões
sedutores. Portugal precisa de Capitães Roby.
Já vos disse que começou a Silly Season?
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