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sábado, 24 de dezembro de 2016

Mensagem de boas festas


Espírito de Natal exacerbado?

Pouco passava das oito horas...
- Mironinho, o que é que andas a fazer na minha casa de banho?!
- Vim limpar o pó.
- Mas qual pó? Ainda ontem a Céu a limpou.
- Mas pode ter ficado mal limpa. Esta noite vamos receber o menino Jesus, tem de estar tudo perfeito.
- Mas a consoada é é casa dos avós....
- Ele visita todas as casas, mamã.
- E achas que vem à minha casa de banho?
- Ele vai inspeccionar tudo, não sabes que ele vê tudo?


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Wishlist (momento altruísta)

A minha mãe ensinou-me a, antes de pedir para mim, pensar sempre nos outros. Por isso, desta vez, peço para os outros e não para mim.
Hoje peço para os radares de velocidade da A1, em especial aqueles que estiveram ativos entre as 18.00 e as 21.00 horas de hoje. Para eles peço um apagão.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Comi espaguete com batatas fritas e grelos cozidos e adorei

Almocei com quatro pessoas num tasco feio e frio, que julgo fechar em breve por falta de clientes de cada vez que lá vou, mas que resiste ano após ano.
Comi um prato que nunca figurará nas cartas de um restaurante "estrelado", não obstante cada um dos elementos que o compunham estarem cozinhados na perfeição. É isso mesmo, cozinhados na perfeição, mas numa combinação tão desastrosa quanto saborosa, que envolvia, no mesmo prato, esparguete com batata frita e grelos cozidos. O ossobuco desfazia-se ao toque, a medula estava saborosíssima, o molho estava absolutamente no ponto, em textura, sabor e tempero. O espargiete que o acompanhava estava 'al dente', nem muito cozido nem muito cru. As batatas fritas às rodelas tinham a espessura certa e o grau de fritura adequado. Os grelos e as cabeças de nabo estavam verdade bem cozidos, e com o grau de acidez ideal. Um pedaço de céu em
Cada dentada. Quem diria?

Wishlist (continuação)

Um comprimido mágico que se tomasse na noite a seguir àquele corte de cabelo que queríamos muito e há muito tempo, porém se revelou uma escolha desastrosa, que nos permitisse acordar com uma cabeleira farta e sedosa, pronta para aquele corte muito pensado e desejado, mesmo que se viesse a revelar uma péssima decisão, porque teremos sempre aquele comprimido mágico...



terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A RTP começou mais cedo aquelas séries de vídeos engraçados típicos do fim de ano

Ainda agora passou uma peça que conta como a Misericórdia de Penela pode vir a usar drones para entregar as refeições aos idosos que vivem em zonas mais remotas.

Wishlist

#1
Tangerinas

Não quero clementinas, nem ancores, nem tângeras, nem nenhuma das suas variações à venda nos supermercados e frutarias. Só gostava de comprar tangerinas, de casca fininha, brilhante e amarelada, que depois de macerada fazia o melhor licor de sempre, aciduladas q.b., iguais à que havia em casa da minha avó.




sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Ah, a emoção da primeira vez

Ouvir José Cid a cantar "e de blusão e blue jeans, igual a James Dean...".



Zumba Pop?!

Então pede-me ela:
- Mamã, podes pôr no Google do teu telemóvel "Sia The Greatest Zumba Pop" para eu treinar a minha coreografia da festa de Natal?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Não quererás dizer choroso?

ou "de castigoso"?

Entrei no hall que dá para os quartos e quase me vieram as lágrimas aos olhos com um cheiro forte e enjoativo. O Cheiro vinha do quarto da Mironinho. Abri de rompante a porta que estava encostada e vi-a feliz, sentada à secretária, a fazer recortes em papel de lustro.
- Mamã. Tive uma ideia maravilhosa para completar a decoração de Natal de nossa casa. Chamei-lhe "Natal cheiroso". Fui buscar os teus discos de algodão e misturei o teu perfume, o do papá e o meu. Agora vou colá-los nestes recortes e espalhá-los por toda a casa. Não é uma ideia maravilhosa?

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Uma vida inteira a estudar...

- Olá Zezinha, estás boa? Vi o teu filho na semana passada, está um homem. Quem diria, parece que ainda ontem andei com ele ao colo e hoje já é um engenheiro!
- É verdade, está um homem feito mas acho que ainda me vai dar muitas preocupações. Agora está naquela fase chata das entrevistas de emprego. Vamos ver como correm. Por agora acredita que é capaz de ficar na Galp, a ver vamos.
- A Galp? Tantos anos a estudar para acabar numa bomba de gasolina. Mas todo o trabalho é digno, isso é que importa.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Estudo de mercado

Penso agendar uns posts até ao Natal, para que o estaminé não pareça abandonado nos dias em que andar mais assoberbada, por isso preciso de saber a vossa opinião por forma a embebedar-vos de alegria e espírito natalicio. Preferem vídeos de animais fofinhos ou de quedas aparatosas?

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Exercício para levantar os glúteos (testado e aprovado, 100% eficaz, resultados imediatos)*

Pois é, meu bom leitor e boa leitora, este post é para si, pessoa atarefada que passa horas no escritório, que não tem tempo ou não gosta de fazer exercício físico ou não quer/pode pagar os serviços de um PT, mas deseja ter os glúteos levantados.
Vossa amiga Mirone, rainha da inércia, traz-vos o exercício minimalista que tanto desejam e pelo qual todos suspirarão assim que passe a época festiva e se cruzem com um espelho ou o vidro de uma montra. 
Não pensem que o faço de ânimo leve ou movida por um qualquer interesse financeiro ou parceria. Não, nada disso. Limito-me a partilhar convosco um exercício que testei e cujos resultados comprovei, como forma de corresponder ao carinho que me têm dedicado ao longo destes anos. É um exercício simples e intuitivo que pode ser feito a qualquer altura do dia e em qualquer lugar, em casa, no trabalho, nos transportes públicos, no restaurante. Querer é poder e, havendo vontade, tudo é possível. Se quiserem podem fazê-lo já enquanto lêem o post, mesmo que estejam sentados ou deitados. Preparados? Aqui vai.

1.  Apoie os pés em chão firme e estável.
2. Dê um impulso nas pernas e tronco e erga-se até ficar de pé (os mais inexperientes podem usar as mãos e braços apoiando-os nos braços da cadeira ou na beira da cama ou sofá para ajudar o impulso).
Voilá! Já está, acabou de levantar os glúteos. 



*Para resultados duradouros permaneça de pé o máximo de tempo possível.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Geneticistas, médicos, enfermeiros, alquimistas, curandeiros, adivinhos, bruxos, curiosos e "palpiteiros" em geral, aproximem-se, por favor

Almocei com uma amiga filha de pai e mãe gémeos (calma, não se trata de nenhum caso escabroso incesto, dá-se apenas a coincidência de o pai ter um irmão gémeo e de a mãe ser também uma de duas irmãs gémeas) e assaltou-nos uma dúvida.
Aquilo de "ah e tal, os gémeos saltam sempre uma geração, um gémeo não tem filhos gémeos mas a probabilidade de ter netos gémeos é muito grande", é mesmo verdade, ou é tão verdade como fazer o teste da agulha ou observar a forma da barriga da mãe para adivinhar o sexo do bebé?

Fotografias da tarte? Foi o que se arranjou...

Quis saber quem sou, o que faço aqui

A pessoa combina com a sogra ir buscá-la ao mecânico mal deixe a filha na escola.
A pessoa deixa a filha na escola e segue em piloto automático para a referida oficina, perto do escritório.
A pessoa dá por si a cumprimentar uma colega e a explicar-lhe que...
- Eish, esqueci-me da sogra!

domingo, 4 de dezembro de 2016

Prepare os dias de jejum que se avizinham

Estenda massa areada numa forma de tarte, fure-a com um garfo e leve ao forno bem quente até ficar dourada. Reserve.
Numa frigideira anti-aderente deite duas chávenas de abóbora cortada aos cubinhos,  o sumo de três laranjas, uma colher de sopa de açúcar amarelo e um pau de canela. Deixe ferver bem para que a abóbora coza e a calda engrosse. Antes de retirar do lume deite uma colher de manteiga e mexa. Reserve.
Num tacho junte três colheres de sopa de açúcar, quatro gemas de ovos, duas colheres sopa de maizena e mexa bem. Despeje lentamente 800 ml de leite e um pacote de natas e mexa muito bem para não ficar com grumos. Leve ao lume a cozer, mexendo sempre até engrossar.
Deite os cubinhos de abóbora sobre massa quebrada e regue com o creme. Deixe arrefecer.
Antes de servir polvilhe com açúcar e queime com um maçarico.

Hiberne até à próxima primavera.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

E se a democracia fosse um jogo de berlindes?

Na Gâmbia é quase, a votação é feita com recurso a berlindes, o eleitor deposita o seu berlinde no "bidon" do seu candidato.
Haverá abafadores?

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

São bananas, minha Senhora, são bananas.

Ou eu tenho dois amores que em tudo são iguais, e não tenho a certeza de qual eu gosto mais. A saber, as pessoas que guardam mesa nas praças de restauração dos centros comerciais enquanto o companheiro vai para a fila dos pedidos (obrigando quem já tem a sua refeição a andar ali às voltas com a comia a arrefecer no tabuleiro), e as pessoas que pousam um pacote de arroz na passadeira da caixa de supermercado para depois irem buscar as restantes compras, com a desculpa que vão só buscar um pacote de leite, quando na verdade trazem uma lista de ingredientes para um banquete de cinco pratos quentes e sobremesas várias, bloqueando o andamento da caixa.

Hoje aproveitei a hora de almoço para fazer umas compras no supermercado e presenciei uma variação desta última atitude. Ao aproximar-me da zona das caixas vejo uma senhora de meia idade furar a fila e pousar um saco com bananas na passadeira, que entretanto estava cheia com as compras de um cliente, para grande estupefacção dos restantes. Diz que vai só ali buscar uns lenços de papel, que não se demora e afasta-se com a mesma pressa com que chegou.
Entretanto a minha fila avançava a bom ritmo, e as minhas compras, entre outras um saco com bananas, já estavam na passadeira. Eis senão quando sinto alguém a apoiar-se nas minhas costas. Acto contínuo, vejo um braço que se estica, afasta os meus guardanapos de papel, arreda as garrafas de água, empurra o esparguete e alcança finalmente os sacos da fruta. Eu assistia como quem acorda de uma anestesia geral e ouve as enfermeiras chamar o seu nome, mas é incapaz de qualquer reacção. A menina da caixa, idem. Indiferente, a madame continua, puxa um saco, vê que são tangerinas e larga-o. Puxa outro, confirma ser de bananas e recolhe-o. Desperto.
-Desculpe! O que é que está a fazer com as minhas bananas?
- Olhe, vinha buscar as bananas que a caixa três está a andar mais depressa, enganei-me. Credo, são só bananas, está ali um expositor cheio delas, não é o fim o mundo!




Nota mental: Da próxima vez que não me apetecer ir até ao fundo do supermercado buscar água, agarro no primeiro garrafão que encontrar numa passadeira, assim como assim, está lá ao fundo uma carrada de palettes carregadinhas deles.


Vai que é teu!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Coincidências

Vi nas notícias que Jerónimo de Sousa assinou o livro de condolências na Embaixada de Cuba. Fê-lo com a mão esquerda.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Aquele momento

Em que tens de dizer coisas extremamente assertivas e inteligentes mas estás hipnotizado pela linha de cabelo recém implantado desenhada a régua e esquadro naquelas que outrora foram entradas charmosas do teu interlocutor.











Um poema dos bons

Foi assim que O Poeta me surpreendeu ontem ao fim da tarde.

«Blog curioso»

Isto de ter um blog curioso,
Tem muito que se lhe diga,
E se o post for jeitoso,
Está a festa conseguida,
Opinião não lhe falta,
Tem um olhar que até salta,
Se lá forem comentar,
Vão dar por aquele olhar,
Fixado no que acontece,
Naquilo que lhe parece,
Mas sempre atenta ao pormenor,
De tudo o que há de melhor,
Na palavra que está escrita,
Que se lê, sem ser dita, 
Sem pressa, mas com humor,
Que assim tem mais valor,





Enternece-me a generosidade de quem me dedica o seu tempo, um dos bens mais preciosos de que dispomos, algo único, irrepetível e que não podemos reter, uma vez usado não mais tornará a nós. Muito obrigada!


terça-feira, 15 de novembro de 2016

O Rodolfo era uma rena

Com o nariz encarnado
Que brilhava no escuro
Era mesmo engraçado.

A Mirone não é rena
Mas tem o nariz encarnado
Tal foi a constipação
Do fim de semana passado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Vão por mim que não vos engano

Por muito boa que seja a câmera do vosso telefone, as mil e uma fotografias que estão a tirar à lua hão de ficar fajutas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Aquele extra boost de energia*

Começar o dia a escarafunchar o lixo do átrio do prédio e, quando surpreendida pelo vizinho, tentar manter a dignidade.


*A Mironinho tem de fazer um trabalho sobre a roda dos alimentos e pediu-me para lhe arranjar panfletos de supermercado.










terça-feira, 8 de novembro de 2016

Já desejei com muita força

Fechei os olhos, cerrei os punhos e repeti confiante e muitas vezes "os americanos não são estúpidos, os americanos não são estúpidos, os americanos não são estúpidos!".
A ver se desta o desejo se realiza.

sábado, 5 de novembro de 2016

Senhores diretores de informação desportiva, ponham os olhos nesta analista

Depois de passar pelo Alvalade XXI e gritar pelo clube do seu coração, faz cara séria e afirma:
- Mamã, se um dia for jornalista vou fazer uma notícia sobre o ponto fraco do Cristiano Ronaldo.
- Vais?
- Sim, eu sei qual é o ponto fraco dele e as pessoas vão querer saber porque ele é o melhor do mundo.
- Vão?
- Sim, vão. O ponto fraco dele é que ele não gosta de confrontar o Sporting porque ele marca sempre muitos golos e se marcar golos ao Sporting o Sporting perde.
- Pois, ele gosta muito do Sporting, foi o clube onde se formou, só que depois ele era tão bom que os outros clubes quiseram contratá-lo.
- Sim, eram clubes fracos que queriam ficar com ele para ficarem bons como o Sporting. O Real Madrid era péssimo antes de ter o Cristiano Romaldo, não era mamã?

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Tenho ideia de que o jantar acabou pouco depois

Há uns anos estava a jantar num restaurante onde decorria o jantar de Natal de um cabeleireiro e salão de estética. Eram perto de uma dúzia de mulheres bastante animadas e barulhentas, muito por efeito das garrafas de vinho que não paravam de chegar à mesa, uma espécie de despedida de solteira sem a solteira.
A certa altura discutiam-se pilosidade masculinas e havia gostos para tudo, quem preferisse homens ao natural, mesmo que fossem autênticos lobisomens, outras eram defensoras de depilação seletiva, principalmente na área das costas e peito. Uma das senhoras, porém, destacava-se das colegas por defender que os homens eram mais atraentes quando faziam depilação integral. Entre gargalhadas ruidosas dizia:
- Ah pois é, se eles gostam de nós lisinhas, sem um único pelinho, pois eu acho que um homem também é mais bonito se tirar tudinho, tudinho mesmo, só a deixar sobrancelhas e cabeça! Lisinhos, gosto deles completamente lisinhos!
Algures do fundo da mesa chega inesperada uma voz que a interrompe:
- Mas olha que o teu marido é bem peludo.
Ainda hoje sinto calafrios quando recordo o silêncio sepulcral que se fez naquela mesa.

A Lúcia Linda tem o quê?!

Ainda na senda da produtividade potenciada, aproveitei a hora de almoço para ir pôr um casaco de Mr Mirone a lavar, casaco esse, descobriu hoje quando eu estava para sair, que lhe vai ser preciso para sexta feira. Como sou useira e vezeira a pedir milagres para ontem na lavandaria do costume, tive um acesso de vergonha na cara, muito ligeira, ainda assim vergonha, e fui a outra lavandaria, dessas franshisadas, confiante de que, como eu, também entraram em modo "produtividade potenciada". Não entraram, mas excepcionalmente acedem ao meu pedido de especial urgência. Das duas uma, ou sou muito convincente ou o negócio está tão mau que têm de agarrar tudo.
Enquanto preenchia a ordem de encomenda a senhora perguntou-me muito sorridente:
- É a Lúcia Linda? (Costumo alterar os nomes nos meus posts, mas foi mesmo Lúcia Linda que a senhora me chamou).
- Não, sou a Mirone.
- Ah, fiz confusão, desculpe. Como a Lúcia Linda também tem um macaco, pensei que fosse.

Oi? Tem o quê? Também não implica que ambas tenhamos?


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Mudam-se as horas, mudam as vontades

Os dias mais curtos obrigam-me a ser mais organizada e focada. Não gosto de trabalhar quando já não há luz natural. 
Ao fim de tantos anos ainda não sei muito bem se gosto de dias curtos, mas desconfio que sim...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O problema não é ele, sou eu

Quais vendedores de aspiradores qual carapuça, o campeão das vendas é seguramente o empregado do talho aonde costumo ir.
Ontem saí com o único propósito  de comprar um fillet-mignon, apenas isso, um fillet-mignon, que fiquei com a receita de bife Wellington da Mary Berry atrás da orelha.
Trouxe o fillet-mignon, "sim senhora, leva aqui uma boa peça, isto é manteiga, derrete-se na boca, D. Mirone". Com ele vieram doze "costeletinhas de borrego nacional, que são um sonho, nao é nada desses congelados da Nova Zelândia que vai-se a ver é só água", uma "galinha com miúdos que dá uma canjinha que não queira saber, foi ontem o meu jantar", "quatro peitos de frango que é só selar e levar ao forno com alho e ervas, fica uma delícia e não dá trabalho nenhum" e uma "olhe aqui esta pázinha de porco, categoria! Isto bem temperado, não lhe digo nem lhe conto, é que entretanto o tempo vai começar a pedir um assadinho com castanhas". Consegui escapar à "perna de perú, se quiser desosso-lha e ponho já a alheira, D. Mirone, fica já prontinha, pode ser?".
Sou uma presa fácil, é o que é.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Tomem nota disto que vos digo

Ainda um dia hão de ler que fui campeã mundial de qualquer coisa, leitores queridos. Tomem nota, campeã do mundo! Não é da minha rua ou do meu bairro, serei campeã do mundo.

Só me falta mesmo inventar uma modalidade que não lembre ao diabo e, consequentemente, que mais ninguém pratique, para ter a certeza de que o título não me escapa.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Arroz doce morno

Uma tacinha, por favor.
Com dois terços do arroz que a receita pede para a mesma quantidade de leite e ovos e o dobro da casca de limão, gosto dele extra-cremoso e perfumado. A canela pode vir à parte.
Obrigada.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Onde se fecha uma porta abre-se uma janela

Depois de ter trocado o horário de natação da Mironinho o meu coração mirrou, fez-se pequenino, murchou. Onde iria eu encontrar um substituto para as coreografias do professor de hidroginástica mesmo ali ao lado e que tanto me alegravam? Vi uma porta fechada a sete chaves que depois se jogaram do penhasco mais alto para as maiores profundezas marítimas. Não voltaria a ser feliz durante aquela hora em que a observava das bancadas, entre vapor, calor e muito barulho. Mas dentro de mim havia uma voz fininha que gritava "A janela! Procura a janela!". Não tive de procurar muito, encontrei-a a meia dúzia de metros de mim, junto às pistas livres onde os pais dos meninos vão dar umas braçadas enquanto os petizes têm a sua aula. Quem já assistiu aos exercícios de aquecimento sabe do que estou a falar, põem a um canto qualquer coreografia.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Se um dia isto dos blogs deixar de me sustentar

Garanto-vos que vou para biscateira. Canalizadores do meu país, onde estão vocês a uma segunda feira de manhã?

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

terça-feira, 11 de outubro de 2016

O Universo conspira contra mim

A minha vida é um desfilar de boicotes a todos os meus grandiosos planos.
Levei para casa uma bicicleta estática que estava há anos a "ganhar pó" no meu quarto em casa da minha mãe e que comprei quando comecei a trabalhar. A bicicleta prometia, era toda moderna, marcava o tempo de exercício, a distância percorrida, a velocidade, as calorias supostamente gastas, só não tirava cafés, ainda assim ao fim de pouco tempo passou inexplicavelmente a ser usada apenas como cabide. Levei-a para a minha primeira casa e lá continuou a cumprir a função de cabide com bastante probidade, de maneira que a recambiei à procedência, onde ficou nos últimos quinze anos, servindo apenas de brincadeira à Mironinho e às primas quando dormiam em casa da avó. Até que há umas semanas recebi um ultimato "se não levas aquele mono para o sótão, levo-o eu, que aquilo ali no meio do quarto não tem jeito nenhum".
Um mono?! Uma bicicleta tão boa?! Ah, que afronta! Vou levá-la para minha casa e da próxima vez que estes glúteos e coxas virem à luz do dia logo veremos quem é mono!
Meu dito, meu feito! Depois de uma inspeção sumária percebi que ainda funcionava na perfeição e ontem atirei-me a ela como gente grande, em busca das coxas e glúteos de pedra. Ajustei a tensão dos pedais para um nível moderado, que isto já se sabe que entrar a matar é meio caminha andado para a desistência. Debalde, ao fim de meia hora, quando já tinha queimado 150 kcal e andado 10km, não obstante ainda me sentir com bastante energia, tive de desistir.
Caramba, senhores fabricantes de cabides disfarçados de bicicletas, custava muito terem investido num selim que não fosse duro como cornos?

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

São lágrimas

"... são lágrimas! São lágrimas que correm no meu rosto.", do talentoso Zé Cabra.

Estive a atribuir uma canção a cada blog da minha barra lateral direita e só vos digo, meus leitores estimados, não há sessão de abdominais que bata os efeitos de uma barrigada de riso.

domingo, 9 de outubro de 2016

Como giz afiado numa ardósia

A palavra dinossauro, quando pronunciada dinUssauro.




Ainda ele goza comigo porque digo bÊco e adÊga.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Cadeira/escultura com bolas de feltro, nem pensar, que coisa horrorosa!

Mas aposto que mal saiam daqui vão a correr registar-se no beddinginn só para terem uns bancos destes.

Ainda a propósito de vestir a casa

Tinha duas telas do tamanho de um azulejo que pintei há oito anos, pequeninas, 15x15, e que decidi mandar emoldurar. Pareceu-me que a melhor forma de as destacar seria escolher uma moldura-caixa. A tela assentaria sobre uma base branca, 50x50, em torno da qual seria aplicada uma moldura de perfil alto e um vidro, criando o tal efeito caixa.
- Sim senhor, xodôna Mirone, fica aqui com um trabalho muito fino*, valoriza muito a tela. Como são duas, faço-lhe um desconto, fica-lhe 130€ cada trabalho.





Bota valorizar nisso!



* e o que eu gosto da expressão muito fino/a!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Numa escala de um a ganha mas é juízo

Quão Joana de Vasconcelos wannabe seria forrar uma cadeira com bolas de feltro?

Não quero camisolas e casacos quentes

Não quero roupas de inverno para mim, mas penso o dia todo em almofadas novas, tapetes, velas, mantas e molduras.
Não quero roupas de inverno no meu armário, mas quero muito vestir a casa para o frio.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Estavam a dar rebuçados

ou de repente os portugueses desenvolveram um gosto  por arte, arquitetura e tecnologia?

O MAAT vai continuar aberto, senhores, não precisavam de ir todos no mesmo dia.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Caminho a passos largos para a perfeição enquanto mulher, mãe, dona de casa e artista de variedades

E quero muito que me acompanhem nesta caminhada.
Pois é minhas fadas e 'fados' do lar, aceitem esta dica que vos deixo antes de recolher ao leito conjugal com a certeza de que amanhã o mundo será um lugar melhor para viver.
Caindo na desventura de não comprar pastilhas para a louça e não vos apetecendo lavar a louça à mão, optem SEMPRE por fazer apenas uma pré-lavagem, deixando a lavagem para o dia seguinte, quando já tiverem pastilhas (façam uma cruz na mão, prendam um pedaço de lã à aliança, gravem lembretes no telemóvel, entreguem-se à bruxaria, enfim, certifiquem-se que não se esquecem outra vez de comprar a porcaria das pastilhas). NUNCA, mas nunca, achem que uma esguichadela de detergente líquido de louça há-de cumprir o papel das pastilhas em falta, pois se afinal de contas as pastilhas até trazem esse detergente líquido.






A não ser que o vosso conceito de serão ideal passe por limpar espuma com um palmo de altura que, vá-se lá saber porquê, apareceu no chão da vossa cozinha. Nesse caso, duas esguichadelas serão quanto baste.


Diz ele que não tem pachorra para filas para comer

Para não ir a um restaurante com fila de espera de 45 minutos preferiu andar uma hora e meia de carro, primeiro à procura de estacionamento, depois a voltar para trás porque o restaurante estava fechado para férias, depois porque no restaurante escolhido como alternativa o tempo de espera era ainda maior, optando por um terceiro restaurante onde teve mesa imediatamente, mas onde passou trinta minutos a bufar porque não havia um único empregado que se dignasse sequer a trazer-lhe a ementa e uma garrafa de água.

Alguém me lembre se naquilo da saúde e da doença também há alguma coisa relativa à fome*, porque me falta a paciência para o aturar nessas alturas.










* se cá estivesse a minha avó haveria de me corrigir. "Não é fome o que tens, fome têm os meninos em África".

sábado, 1 de outubro de 2016

De certeza que é qualquer coisa que eles põem nos cremes para ficarmos "agarradas"

Decidi arrumar os armários da casa de banho.
Entre cremes que usei uma ou duas vezes e pus de lado, outros que acabei ou usei quase até ao fim mas guardei a embalagem para mais tarde comprar igual, vernizes que acabaram por se estragar sem uso, maquilhagem aberta há mais que os seis ou doze meses recomendados na caixa, outra que não me lembro e/ou não sei sequer porque comprei (batons encarnados, fúcsia, pestanas postiças, lápis de olhos azul, sombra dourada?!) enchi um saco do lixo de trinta litros.
O pior de tudo é que não aprendo, vi há pouco um batom cor de vinho que, ou muito me engano, amanhã deve ir ocupar o espaço que os priminhos deixaram vago.

Tal mãe, tal filha

Suponho que seja uma coisa de idade ou geracional o hábito de em vez de olá cumprimentar as pessoas com "adeus". A minha tia mais velha fá-lo, os meus sogros fazem-no, a mãe do meu sogro também, Mr. Mirone fez-mo uma única vez, porque quando atendi o telefone e ouvi um adeus do outro lado respondi adeus também e desliguei. Não gosto, acho tolo e despropositado, mas guardava esta reserva para mim.
Acabou de acontecer, porém, algo que me abala a convicção acerca da maturidade do meu raciocínio. O meu sogro ligou cá para casa e quem atendeu foi a Mironinho.
- Estou...
- Adeus, minha querida.
- Adeus? Está bem, avô, Um beijinho. - E desligou com a maior naturalidade.
- Era o avô, devia estar a sonhar ou assim, estava a dizer-me adeus...

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Dia Nacional da Insónia

Tive uma noite horrível.
Deitei-me tarde e cheia de dores de cabeça e só terei adormecido já depois das quatro, a última hora que me lembro de ver no despertador.
Às seis horas acordo com a Mironinho a fazer-me festinhas.
- Mamã, não consigo dormir.
- Conta até vinte a inspirar e inspirar devagarinho no intervalo de cada número e depois conta para trás a fazer o mesmo.
- Já fiz isso e não resultou.
- Então lê um bocadinho.
- Também não resultou.
- Então fecha os olhos e não penses em nada.
- Ninguém consegue não pensar em nada, mamã.
- Então deita-te aqui no meio e aninha-te.
- Está bem.

...

- Mamã, mas assim tenho um problema, se precisar de ir à casa de banho tenho de passar por cima de vocês.
- Não tens nada, sais pelo meio, como entraste. Agora cala-te e deixa-me dormir.
- Mamã, podíamos ficar acordadas a ter conversas de raparigas.
- Não, não podíamos. Podes ficar calada que eu quero dormir.
- Vou tentar.

...

- Mamã, não está a resultar.
- Então fica só calada a olhar para o teto.
- Mas está escuro, não vejo nada.
- Não me interessa, deixa-me dormir.
- Só se eu for ver televisão...
- Não vais nada ver televisão, vais deitar-te e dormir que ainda é muito cedo.
- Posso ir para o meu quarto?
- Podes!

...

Do outro lado da parede:
-Mamã, como é que se baixa o som do piano?

Às sete desisti e fui tomar banho.
Descemos no elevador com a minha vizinha e o filho, um ano mais velho que a Mironinho. Dizia ele:
- Fiz de tudo, mãe, fui à casa de banho,  tentei ler, mas o sono não vinha, tive de ir brincar.


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Tia sofre

Sobrinho mais bonito de sua Titia é um 'espanholito' delicioso, fala pelos cotovelos mas não se percebe uma palavra. Cumprindo o meu papel de tia extremosa, peguei num livro dos animais da quinta e sentei-o no meu colo para lermos juntos.
- Ramonzito, como se chama este animal?
- Báca!
- Muito bem, é a vaca. E este?
- Bulo!
- Muito bem, o burro. Palminhas para o Ramón! E este, como se chama?
- Calhalho!

Toilette zone ouTwilight zone? O leitor decide

Hoje de manhã durante o banho caíram-me sete cêntimos (uma moeda de cinco e outra de dois) do cabelo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Estou prestes a ver a luz

Ou não, mas queria muito.

A senhora da limpeza garante-me que ainda vou a tempo de salvar a roupa manchada. Garante-me que as batas que o filho traz da oficina cheias de nódoas de óleo e massa consistente ficam impecáveis.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Excesso de informação

Parado do outro lado da rua, em segunda fila e com os quatro piscas ligados, o meu vizinho, já cinquentão, apressava a mãe que conversava à saída da farmácia.
- Depressa mãe, falam depois que eu não posso estar aqui parado, a Céu está à espera.
- Pronto, pronto, estou a ir. Credo, este rapaz anda sempre cheio de pressa, parece ele que foi feito a correr. Por acaso até foi, que naquela altura eu e o pai tínhamos os horários desencontrados.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A minha vida dava um poema, dois ou três versos, vá

"Estavas, linda Mirone, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito"

Ai caraças, que nunca mais marquei a inspeção do carro e terça-feira é último dia! 





segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Sobre a perda de vergonha

- Mirone, estás boa? Já não te via há tanto tempo, que é feito de ti? Costumas vir cá muitas vezes?
- Olá, não, não costumo, mas vim em trabalho e parei só para beber um café.
- Aceito um cafezinho, sim senhora, assim pomos a conversa em dia. 

(Oi? "Aceito"?)


Sobre aquilo do Saraiva

Mas há quem pague para ler sobre a vida sexual de políticos?

Há gente com taras bem sinistras...

Uma blogger fora do seu tempo

Vi hoje os DAMA pela primeira vez (só os conhecia de ouvir falar e das paródias com uma das suas músicas).
Esclareçam-me, por favor, aquilo é uma espécie de Excesso mas sem dança, não é?

domingo, 18 de setembro de 2016

Só não era nem um boi, nem um palácio

Pessoa passa quatro dias seguidos em lufa-lufa cá e lá, lá e cá, sempre servida por portas de abertura automática. Pessoa dormiu muito pouco. Pessoa regressa, finalmente, a casa sem poder com uma gata pelo rabo. Pessoa dá por si embasbacada a olhar para a porta do prédio e a perguntar porque raio ela continua fechada...

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Dizem vocês que as vossas criancinhas trazem metade da areia da praia para casa

Agora imaginem que um dos seus programas preferidos são os documentários do National Geographic sobre prospecção de ouro.
Adivinhem quantos quilos de pepitas tenho no meu porta-bagagens?

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Teófilo?! Bartolomeu?!

Tempos houve em que uma vista de olhos rápida pela lista de alunos permitia aos pais fazerem uma previsão do meio sócio-económico dos colegas dos filhos com um grau de certeza consideravelmente elevado. Havia sempre um apelido pomposo ou nomes tipicamente "queques" e nomes de "bairro", sabia-se que o Bernardo e o Salvador eram, muito provavelmente, oriundos de famílias endinheiradas, e que os Ruben e Fábio eram filhos de gente mais humilde. Cada grupo tinha uma espécie de lista estanque de nomes, derivada de um pacto tácito cujas origens ninguém conhecia ao certo, e as pessoas viviam felizes dentro do "estatuto" que o nome lhes conferia.
Por motivos ainda não esclarecidos esse pacto deixou de ser respeitado e as franjas populacionais mais desfavorecidas reclamaram também para si o uso de nomes até então "betos".
Os verdadeiros betos não puderam, obviamente, compactuar com tamanha usurpação e tiveram de improvisar uma solução que rapidamente repusesse a separação de águas, equacionando assim uma de duas hipóteses. Passariam a usar eles nomes "de bairro", invertendo o direito ao uso dos nomes de cada lista,  ou criariam uma lista de nomes ainda mais exclusivos, inventando uma homenagem ao tetra-avô general ou governador de não sei onde. Se a ideia de juntar Iara a um apelido composto, cheio de apóstrofes e duplas consoantes, era simplesmente inconcebível, sacrilégio!, chamar Teodoro ou Numa a uma criança foi, contudo, a solução que lhes pareceu natural, adequada e justa.

Porquê, senhores, porquê?

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Entretanto mostrei os sapatos com pom-pons à Mironinho

- Que tal, achas giros?
- Para bebé os pom-pons são giros, para adulto não muito...
- E para mim?
- Eeeerrr... Até vão bem com essa carteira que trazes hoje.
- E achas que o papá vai gostar?
- Vai se rir, de certeza!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Deve ser um processo inconsciente de compensação

Vai daí, para me convencer de que sou a perfeita dona de casa, mãe, mulher, profissional e essas coisas bonitas que se dizem, decidi fazer scotch eggs para o jantar. Daqui a dez minutos tiro-os do congelador, pano-os e frito. A ver vamos...

Isto somos só nós a falar

Mas se eu fosse o Durão Barroso se calhar inventava uma desculpa e pedia ao chefe para ser dispensado das reuniões em Bruxelas. Ai, espera, ele é o chefe...

Aquele momento

Em que estás a beber café com uma colega e falam sobre o início das aulas, ai que o tempo passa tão depressa, ainda ontem estavam na nossa barriga e não tarda nada já estão no quarto ano, ai que amorosos com as mochilas às costas, carregados com os livros novos... Violinos e passarinhos... E de repente ouves o barulho de uma agulha a riscar o vinil. Livros novos?! Caraças, estive a plastificá-los ontem à noite e esqueci-me de os pôr na mochila! A miúda não levou os livros para a escola!




Já liguei para a escola. Hoje ainda é um dia de adaptação, vão fazer umas fichas de revisão e diagnóstico, não vão usar os livros.

Para a próxima queimo um soutien

Cortei quase um palmo de cabelo e não, não foi libertador.
Não me senti "empowered", não pareço mais nova, nem mais magra, nem mais bonita ou elegante, mas fica-me bem, estava um palmo abaixo dos ombros, agora está um palmo acima.
Não reduzi de forma substancial o tempo que demoro a tratá-lo, continuo a ter de o lavar, usar máscara, condicionador, protetor de calor, secar, usar chapas e gotas.
Portanto, minhas amigas, se querem libertação, a não ser que optem por um corte à Joãozinho (ia dizer pixie, mas depois podia ter reclamações), optem por queimar um soutien. De preferência um velho que já não usem, calma, mantenham as maminhas guardadas. Ou fechem as janelas do carro e gritem o mais alto que conseguirem. Podem fazê-lo com as janelas abertas e paradas no trânsito, mas estarão por vossa conta e risco. Idem se o fizerem quando estiverem com a família, a caminho do almoço de domingo.


Agora apetece-me comprar uns sapatos com pom-pons. Rezem para que sejam estupidamente caros.

domingo, 11 de setembro de 2016

Tutorial da semana

Olá, leitores fiéis.
Setembro, o mês oficial dos recomeços e regresso às novas rotinas já vai a meio e eu, como não podia deixar de ser, voltei às minhas cheia de vigor e com um empenho nunca visto, sobretudo quando falamos de uma rotina que me é tão cara, estragar roupa. Sim, ninguém estraga roupa como eu. Nestes anos especializei-me em duas áreas, a tinturaria e engomadoria. Sou perita em tingir roupa clara (sem me dar conta escolho sempre a peça mais pequena, porém mais colorida, para misturar na roupa branca antes de pôr a máquina a lavar a quente) e ninguém como eu queima roupa delicada.
Esta semana trago-vos um tutorial que pode ser muito útil quando vos apetecer adiantar serviço e "fazer máquinas de roupa" por forma a que no dia seguinte a vossa senhora da limpeza só tenha de a passar a ferro, e que consiste em tingir com batom cor de rosa três camisas brancas do vosso marido, duas blusas vossas, outras duas t-shirts da vossa filha e mais dois pólos e um macacão de algodão, para lhe dar aquele efeito leopardo rosa. É muito fácil, são apenas dez passos, e os resultados são muito duradouros. Sigam com atenção.

Material:
- Roupa branca de algodão em bom estado, idealmente de que gostem muito (é importante que aguente lavagens a altas temperaturas)
- Um batom das princesas, de uma cor forte. Podem encontrá-lo em qualquer loja de brinquedos ou de bijuteria infantil - este veio da Disney, mas encontram-se deles igualmente bons na Claire's.
- Uma máquina de lavar roupa
- Detergente e amaciador
- Uma máquina de secar

Passo um:
Esconda bem o batom no bolso do macacão da vossa filha. Ou limite-se a pôr a roupa na máquina sem verificar se há alguma coisa nos bolsos.
Passo dois:
Despeje detergente e amaciador nas gavetas da máquina e programe-a para lavar a 60 graus.
Passo três:
Ponha a roupa na secadora sem verificar como ficou porque assim fica logo despachada e porque não está com vontade a estender.
Passo quatro:
Retire a roupa da máquina e ouça o batom, completamente vazio (porque derreteu com o calor), a cair no chão.
Passo cinco:
Pegue no batom incrédula e tenha uma pequena apoplexia.
Passo seis:
Retire a roupa da máquina furiosamente, antecipando a desgraça, e na esperança ingénua de que, se for rápida, ainda possa evitar uma tragédia.
Passo sete:
Confirme que todas as peças de roupa têm manchas cor de rosa, bem engorduradas e entranhadas.
Passo oito:
Conte até um milhão.
Passo nove:
Volte a lavar a roupa toda, desta vez a 90 graus, e sem qualquer pré tratamento.
Passo dez:
Retire a roupa da máquina e conforme que continua tudo na mesma.

E é isto, meus queridos, se gostaram façam like , partilhem com os vossos amigos e deixem as vossas dicas na caixa de comentários.
Muitos beijinhos e até ao próximo tutorial. Até lá divirtam-se a estragar roupa!

sábado, 10 de setembro de 2016

O Google ainda tem aquilo do feeling lucky?

Uma sobrinha veio passar o fim-de-semana connosco. Antes de virmos para casa passei pelo supermercado para fazer umas compras de última hora. Parei na zona da padaria/pastelaria para comprar pão e tirei a senha. Enquanto esperava lembrei-me que ela podia preferir cereais para o pequeno almoço e perguntei-lhe:
- Marcolininha, o que é que costumas comer ao pequeno almoço?
- Leite e pã...
Mas depois olhou para a vitrine dos bolos, percebeu que se abria ali uma janela de oportunidade e no mesmo instante:
- Eeerrrr... Enganei-me, bebo leite e como croissant de chocolate ou palmier ou mil folhas ou bolo de arroz...

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Qual índio Joe, qual carapuça

Olha cruzar-me com ele numa rua pouco movimentada... Livra! Mete mais medo agora do que quando fazia aqueles filmes em que aviava uma dúzia de vilões a murro e pontapé sem se despentear.

Poema de amor

Meu amor, meu amor
Meu penico voador
Minha pizza sem sabor
Meu brioche com bolor.






quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Porque bebes café, Mirone?

Porque gosto verdadeiramente da rotina, de encontrar as mesmas pessoas de sempre, de trocar com elas duas ou três inocuidades que, ainda assim, me alegram o dia, mesmo nos dias em que o café vem queimado, ou numa chávena muito cheia, ou a parecer um carioca.
- Eu também era como a Mirone, também dizia que isso dos horóscopos era tudo uma pantominice, mas olhe aqui: "Aquário - Saúde: Período propício às dores articulares. Atenção aos excessos de açúcar.". Está a ver, bate tudo certo! Só eu sei como é que ando dos meus joelhos, esta manhã quase não me levantava. E sabe quanto é que estava a glicémia? 125! É pantominice, é pantominice, mas acertam sempre.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Em loop


Sísifo

Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga, Diário XIII

Que me saia já o Euromilhões se estiver a mentir

E as saudades que eu tinha de uma multa de estacionamento? Tantas!




segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Este mundo está roto, chove nele como na rua

(Não se chama "uma coisa nova por dia" porque não é a primeira vez que acontece).

Depois do ataque sem precedentes que os telemóveis perpetraram sobre campaínhas de porta e respetivos intercomunicadores - quem nunca recebeu ou fez uma chamada ou uma sms de ou para um amigo a avisar que estava à porta e casa e a pedir que abrisse? - eis que o intercomunicador riposta e toma claramente o terreno do telefone. Hoje de manhã foi assim:

Dlim-dlom...
- Quem é?
- Sou eu, a avó de Mr Mirone.
- Bom dia, suba. [opá, tenho de sair]
- Não é preciso, vim às flores e lembrei-me de tocar, é só para saber se o Mr Mirone está melhor.
- Sim, está. Suba.
- E a pequenina, dormiu bem?
- Dormiu. Suba.
- Vai levá-la agora à minha nora ou ela vem buscá-la?
- Suba.
- Não é preciso, é só um recadinho rápido. Brevemente vai à NOS?
- Suba.
- É que eu estou a pensar trocar para o Meo, porque a Loló trocou e diz que ... Blablabla...
- Suba.
- E a Nini disse ... Blablabla...
- Mas suba, não esteja à porta.
- De maneira que não perco nada ... Blablabla... E se um de vocês lá for leva-me porque .... Blablabla...
- Espere um pouquinho que eu desço, pode ser?
- Não é preciso, que eu sei que está para sair, não a quero demorar. Além disso tenho de ir à ... Blablabla... Depois ... Blablabla...

Não há fome que não dê em fartura

Este ditado foi criado a pensar nas pessoas que vivem com pessoas com dietas muito restritivas, certo? Estou tão farta da dieta de Mr. Mirone!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Uma coisa nova por dia

Telemarketing em versão capitão de aeronave "la'ysan'getlementhisisyourcaptainspeakin'wearenowaproachinglisbon...rshrshrshrsh". Garanto que quase não percebi uma palavra do relambório do comercial da PT Empresas ao despedir-se.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Lentamente, uma outra vida ocupa o meu corpo

A contragosto (contra agosto, em agosto ninguém devia pensar em assuntos que não são de agosto) hoje compraremos ténis e sapatos, o equipamento de educação física, bibe e chapéu novos. Para amanhã ficará o corte de cabelo, acompanhada pelo pai, é sempre ele que a leva a cortar o cabelo, que escolhe (contragosto) a cor das purpurinas que ela pede para pôr nas unhas.
Amanhã não será mais agosto, o mês de viver a gosto...

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Hoje não é o dia

um dia voltarás à roupa formal e aos sapatos fechados.



#estouaarranjarumtrintaeumjeitosoestou

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Numa penada

Diário de bordo

Então a pessoa anda três dias a dar ao pedal para continuar o que nunca devia ter interrompido, levanta-se de madrugada para fazer o que tem de fazer e ainda conseguir abrir a praia a horas decentes e, é não tarda uma da tarde, ainda encontra a praia nestes preparos?

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #22
Aquele momento em que uma sexagenária se dirige em modo diva ao apoio de praia, envergando um fato de banho cai-cai que cumpriu a sua "função" de um dos lados.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #18
Encontrei uma amiga à beira mar.
- Olá, por aqui? Bem me parecias tu, até perguntei ao meu filho, mas ele disse-me que devia estar a ver mal, "porque a Mirone não tem cabelo cor de laranja".


(As estatísticas dizem que 8,5% dos homens têm problemas de daltonismo. Eu digo que preciso de ir pintar o cabelo com urgência).

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #16
Hoje expliquei uma senhora estrangeira o significado das diversas bandeiras.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #15
Que se lixe, guardo as chaves até ao fim do mês, o toldo sai mais barato se for alugado pela temporada.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #10
As adolescentes vibram com o provável avistamento de Lourenço Ortigão no toldo do fundo. Nem quero imaginar o que acontecerá se o avistamento se confirmar, muito menos se chegarem a falar com ele.
Nao me lembro de ser tão tolinha com aquela idade, mas a probabilidade de avistamento do Tom Cruise era Muitíssimo reduzida, eu diria mesmo nula.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #9
Depois da bizarria das etiquetas nas mangas dos fatos,  hoje "descobri" um fenómeno semelhante: usar as camisas sem a gravata mas com a fita de prender a gravata (suponho que seja para isso que serve uma argola de tecido colorido presa no quarto botão da camisa).

domingo, 7 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #7
Depois de três horas sem sair da piscina:
- Mamã, preparas a minha toalha se faz favor?
- Estou com preguiça de a ir buscar, mas lá terá de ser...
- Mamã, confia sempre no teu instinto e não dês ouvidos à preguiça. A minha preguiça dizia-me para eu ficar na água mais um bocado, mas o meu instinto dizia-me que era melhor sair porque estava a ficar com frio. O meu instinto estava certo.

sábado, 6 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #6
O meu pai chegou! A Mironinho tem o avô mais charmoso e aventureiro da praia e exibe-o com orgulho às amigas. Eu fazia exatamente o mesmo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #5
Por falar em gémeas, acabei de me cruzar com duas já adultas, absolutamente idênticas na fisionomia, vestidas de igual dos pés à cabeça, sandálias, calções, top e mochila. Até os óculos de sol são iguais. Estou farta de olhar à minha volta a ver se descubro as câmeras ocultas, de certeza que devem estar a gravar um programas de "Apanhados".

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #4
Hoje ambos os vizinhos de toldo da direita faltaram. O adolescente foi caçar pokemons com as gémeas do último toldo e a mãe ia fazer de motorista. Totó*!





*Mas caçou um Charmander (?) logo no segundo dia.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #3

Vim beber café à esplanada do apoio de praia. Ao meu lado está um grupo já/ainda a beber cerveja. Em dois minutos fiquei a saber o suficiente para os encontrar no FB. Conclusão:
- As pessoas deviam resguardar-se mais nas redes sociais, sobretudo quando publicam informação relativa à entidade patronal.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #2

- Mamã, qual é que achas mais giro, o nadador salvador de t-shirt ou o que está com o capuz?


(Já????!!!!!!)


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Diário de bordo

Dia #1

Os vizinhos do toldo da esquerda ainda não chegaram. À direita está uma senhora na casa dos cinquenta anos e o filho adolescente. Ele só tirou os headphones para ir ao banho, ela espreitava pelo canto do olho e a sorrir as brincadeiras da grupeta da Mironinho. Hoje eram cinco "ginastas" destemidas, um tanto ou quanto barulhentas, e ninguém pareceu incomodado com tanta alegria.
São sempre assim os dias #1.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Só falta inscrevê-los no INATEL

- Mironinho, amanhã não vais para casa dos avós.
- Ooooh...
- Não pode ser, os avós vão passar o fim-de-semana fora e saem ainda antes do almoço.
- Ah... um fim-de-semana só para idosos...

O problema és tu, não sou eu

Sim, este recado é para ti, crise de sinusite que desde segunda-feira não me largas o nariz.
Vamos fazer assim, daqui a pouco vou sair para trabalhar, levo-te comigo e durante o dia vou fingir que não te vejo. Tu aproveitas e sais de fininho, sem grandes ondas, ninguém tem de saber o que se passou entre nós. Tu segues a tua vida, num nariz longe do meu, e eu sigo a minha, sem mágoas,  sem ressentimentos, vamos guardar os bons momentos que passámos... Ai, espera, não houve bons momentos.
Vou secar o cabelo, aproveita e começa a arrumar as tuas coisas.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Tão verdade como eu estar aqui a escrever este post

- Feliz dia dos avós, avó! Logo à tarde passo aí para irmos lanchar, avó, neta e bisneta, pode ser?
- Ah, hoje não pode ser, marquei depilação para as cinco horas.

No estacionamento como na praia

Por muito grande e deserto que seja o areal, haverá sempre uma força desconhecida que compele o outro veraneante a estender a sua toalha ao lado da tua.
Ainda que estaciones o teu carro na zona mais remota do parque de estacionamento, onde não há mais nenhum carro, é sabido que o próximo carro que chegar, mesmo que tenha cinquenta lugares à disposição, há-de estacionar ao lado do teu*.



*Como bónus fará uma mossa na porta do teu carro a abrir a do seu.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Haverá seguramente um estudo aturado sobre o assunto

Ou uma lei da física que o imponha, uma espécie de premissa, requisito, condição sine qua non, "prerrogativa invertida".
Certo tipo de trabalhos só aparecem nos dias que antecedem as férias. E aparecem sempre. Penso que há até um nome científico para esses trabalhos, berbicachis tramposus.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Ainda só está cá há duas horas

Já as ouvi cantar todas as músicas do Soy Luna e representaram uma pequena peça que escreveram em casa da avó.
Depois de vinte minutos a lavar os dentes, e mais faltam-lhes bastantes, quando estava a pensar que estava na hora da história de embalar, anjinho da guarda e beijinho, aparecem as duas na sala, a Mironinho vestida de polícia e a prima de princesa.
- Tia, há alguma bandeira de Portugal cá em casa? Eu e a Mironinho queremos cantar o hino e precisamos de uma bandeira. Quando se canta o hino tem de haver sempre uma bandeira.

A penny for her thoughts

A prima da Mironinho veio dormir cá a casa.
- Tia, porque é que não está cá aquela senhora da limpeza?
- Porque não são horas para ela estar a trabalhar.
- Vocês pagam-lhe ou é ela que vos paga para estar cá?

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Hoje trouxe a minha filha comigo

- Mãe, quem é que escreveu estes livros?
- Está aí o nome na lombada, lê.
- Conheces?
- Mais ou menos, foi meu professor.
- Um professor que dá erros?!

...

- Mãe, quem é que pintou este quadro?
- Fui eu.
- A sério?! Que idade tinhas?
- Uns trinta, vê aí a data ao pé da assinatura e faz as contas.
- A sério?! Parece que tinhas dois, é só um borrão gigante.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Falemos do Euro 2016, esse tema inexplorado

Se em vez de crianças, os jogadores de futebol entrassem em campo de mão dada com adultos e vocês fossem um desses adultos, com que jogador (qualquer um, português ou estrangeiro, no activo ou reformado, vivo ou morto) gostariam de subir de mão dada ao relvado de um estádio?

Por causa disto.

Eu sei que sou xoninhas

Mas achar que dizer palavrões na televisão é a quintessência da piada e irreverência continua a parecer-me tão boçal.

terça-feira, 12 de julho de 2016

He loves me, yeah yeah yeah!

Ontem Mr Mirone foi deitar-se cedo:
- Vou ver se consigo adormecer já para amanhã me levantar às seis e ir dar uma volta de bicicleta.
- ???!!!
- Está fresco e não há ninguém na rua, prefiro assim. Vou deixar a roupa preparada no outro quarto para não te acordar. Tenta não fazer barulho quando te fores deitar, está bem?
- Ok, beijinho, dorme bem.
Hoje de manhã vestiu-se no outro quarto, como tinha dito, depois de ter tomado banho na casa de banho do quarto e ter secado o cabelo, porque da última vez que saiu pela fresca com o cabelo molhado teve uma otite:
- Mimizinha, deixa-te estar a dormir que ainda é cedo. Olha, pus o teu telefone na tua mesinha de cabeceira para o caso de me sentir mal e ser preciso ires buscar-me. Se eu te ligar tira a cadeirinha da Mironinho senão não dá para rebater os bancos. Em princípio não vai ser preciso, mas convém estar alerta. Vou por aqui, depois vou até ali e vou ver se dou a volta mais acolá. Beijinho, dorme bem.

Dorme bem. Pois.


quarta-feira, 6 de julho de 2016

O essencial é invisível aos olhos

Há pouco passámos por um grupo de pessoas vestidas com t-shirts da seleção nacional e cachecóis.
- Mamã, vai haver jogo de futebol?
- Vai. E se Portugal ganhar passa à final.
- À final?
- Sim, o último jogo, quem ganhar fica o campeão da Europa.
- Mas o importante não é isso. Não importa ser campeão. O importante é não se magoarem. Eles são profissionais mas eu já ouvi dizer que houve profissionais que partiram pernas a jogar. Já viste se eles partirem uma perna, como é que depois vão trabalhar?!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

La donna e mobile II

Caramba, se eu soubesse não tinha gastado dinheiro nos fatos de banho. Este verão a praia será toda minha. Estou super motivada!

La donna e mobile

Ai ai ai que estamos em julho, ai ai ai que estou um cachalote, que este verão não vou pôr os pés na praia, ai ai ai que aluguei toldo ao lado de duas amigas mega-fit. Ai ai ai eu e ou meus problemas de primeiro mundo.
E se for às compras? Dizem que ajuda a subir o moral. Fui.
E o que comprei eu? Uma burka? Uma fiambreira que me apare os pneus? Comprimidos milagrosos "tome à noite e acorde magra"? Cremes "gluteos de pedra instantâneos"? Um livro de auto-ajuda "Ame-se como é"?
Nada disso!


Nada mais nada menos do que....

Tcharan!


Dois fatos de banho!
Para quem dizia que este ano não poria os pés na praia, acho que correu lindamente.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Perspectivas

Enquanto segurava uma daquelas saquetas de sílica:
Mironinho: A Miquelina disse que esta silicone é venenosa, é verdade?
Mirone: Isso é sílica, silicone é o que algumas senhoras põem nas maminhas.
Mironinho: Nas maminhas?!
Mr. Mirone: Não ligues à mãe, silicone usa-se nas juntas dos vidros.
Mironinho: Nos vidros?! Então não é aquilo de fazer bolos? As senhoras põem isso nas maminhas?! São um bocado tolas, não são?

quarta-feira, 29 de junho de 2016

terça-feira, 28 de junho de 2016

Donde se conclui que

Depois dos sessenta anos (alguns homens começam a manifestar sintomas logo aos cinquenta) os homens acreditam em tudo, especialmente se lhes dissermos, mentindo, que aparentam muito menos idade do que a que têm.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Suspeito que numa outra outra encarnação fui figurante numa plateia e um qualquer programa da manhã

'Por coisas cá da minha vida' precisei de ir a uma conservatória do registo civil pedir uma certidão de nascimento. 
Entre tempo de espera e de atendimento terei estado lá dentro pouco mais que vinte minutos, os suficientes para presenciar a alegria e entusiasmo com que um casal de emigrantes ucranianos dava entrada ao processo de aquisição de nacionalidade portuguesa e as lágrimas de alegria  que um um rapaz órfão criado numa instituição e que ali se tinha dirigido na esperança de saber um pouco mais sobre as suas origens verteu quando soube quem algures em Fânzeres, Gondomar, poderão viver três tios paternos e dois irmãos mais velhos.
Sabe Deus o que me custou mais conter, se uma lagrimita marota de emoção, se a vontade súbita de bater palmas.

O timing, senhores, o timing

O Ministro Centeno apresentará o plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos esta tarde, pelas 15h30m.

Não podia ter escolhido melhor hora, a seguir vai dar o jogo da selecção, com sorte Portugal passa à fase seguinte, arranja-se assunto por mais uma semana e não se fala mais da CGD.


terça-feira, 21 de junho de 2016

Esclareçam-me só umas dúvidas, por favor

Os jogadores da selecção nacional, excluindo os contratos publicitários, são pagos por a representarem em competições internacionais?
Esse pagamento, partindo do princípio que existe, é igual para todos?

Agradecida.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

terça-feira, 14 de junho de 2016

O Irrigador*

Para lá do tanque de pedra do pomar, depois de passar as tangerineiras, havia junto da eira O Barracão. N'O Barracão,  que não era mais do que um depósito de velharias com um cantinho reservado à Oficina, uma mesa de marceneiro que nunca me lembro de ter visto ser usada e umas quantas prateleiras de tábua corrida onde o avô guardava ferramentas variadas, sobretudo as alfaias de resineiro que um dia foram do seu avô, os púcaros de barro que levávamos para fazer papas de terra com que banqueteávamos as Tuchas e os Carecas, alinhavam-se três gerações de bicicletas enferrujadas, um tear desmantelado, louças lascadas, candeeiros de petróleo, cabeceiras de camas de ferro, lavatórios de esmalte, cadeiras desirmanadas com estofos gastos e pernas bambas, uma máquina de costura, caixotes de todos os tamanhos e móveis velhos, onde procurávamos tesouros que depois, se a avó deixasse - deixava quase sempre -, usávamos para brincar. Partimos pratos, demos descaminho a tachos e panelas, arrancámos portas para fazer casinhas para as bonecas. Existia contudo um móvel onde não mexíamos, uma mesinha de cabeceira de madeira escura, sem gaveta, com um tampo de pedra branca partida e uma única porta que guardava, além d'O vaso de noite branco com uns morangueiros pintados que tantos risinhos abafados nos causava na ninhada de netos entre os quatro e os nove anos, não tanto pela função que desempenhava, mas sobretudo pelo eufemismo com que a avó o designava, coberto por um pano de linho bordado, um fascinante artefacto de vidro com uma base de ferro encarnada decorada com flores douradas já muito sumidas, com um tubo de borracha castanha que terminava numa torneirinha de baquelite preta. Avó, e o extintor, podemos brincar com o extintor? Nós temos cuidado, pode ser? Não! estávamos terminantemente proibidos de brincar com O vaso de noite, muito menos com O Irrigador, o que quer que fosse!, e nessa tarde não pudemos brincar mais n'O Barracão. No dia seguinte, quando voltámos, a mesinha de cabeceira tinha desaparecido e com ela o penico dos morangos e o "extintor", sem que alguma vez percebêssemos porquê e para que servia, perdendo-se para sempre no fundo das nossas memórias. Longe da vista, longe do coração. Ou não.
Há uns dias, numa dessas feiras de velharias que enchem as pracetas das vilas pequenas no segundo domingo de cada mês, em cima de um pano verde estendido no chão, entre bricabraque de toda a sorte, a mesma base de ferro encarnado, o vidro fino e a mangueira de borracha. Lembrei-me d'O Barracão e da mesinha e do vaso de noite e pude, finalmente, perguntar para que servia o estranho "extintor". Ahahahahahahahah! Extintor?! Essa é boa, nunca lhe tinha ouvido chamar extintor, mas olhe que não anda lá longe. Ahahahahah! É um irrigador, minha senhora, servia para dar clisteres.

* Ou de como o lugar de alguns objectos é guardado a sete chaves, dentro de uma mesinha de cabeceira fechada num barracão e, sobretudo, na nossa memória, sob pena de perderem toda a sua beleza.


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Estica o indicador e o médio debaixo do fio fino de água gelada que corre para a pia de esmalte onde o tempo e o ferro gravaram uma risca castanha e sacode-os vigorosamente antes de os passar nas pálpebras para lavar as remelas da noite, espalha a espuma de barbear no rosto magro e desfaz a barba com uma lâmina descartável que lhe trazem em sacos de dez as meninas do centro social quando vêm deixar a comida e lavar a mãe, que há quase um ano espera a morte e estado vegetativo. No fim limpa-se com uma toalha velha que pendura num gancho que pregou na porta e despeja after-shave nas mãos que espalha com palmadas no rosto, pescoço e debaixo dos braços. Teria três anos quando caiu no charco dos patos e nunca mais conseguiu sentir água na cara, falta-me logo o ar, afogo-me. Molha os dentes de um pente de plástico azul para modelar a madeixa de cabelo que deixa crescer até ao ombro esquerdo sobre a careca luzidia. Depois veste o fato castanho muito coçado e lustroso que um vizinho lhe deu, aperta a gravata debaixo do colarinho gasto e  passa uma escova pelos sapatos, para ter a certeza que brilham. 
Aproxima-se cerimoniosamente e em silêncio da cama da mãe, endireita-lhe a cabeça na almofada, estica o tubo do oxigénio, puxa a roupa da cama para cima e ajeita a dobra do lençol sobre o cobertor. Segura-lhe nos braços moles e tenta fixar-lhe as mãos como que em oração sobre o peito, sem êxito, e volta a estendê-los ao longo do corpo, por cima da roupa, afasta-se para a mirar melhor e volta a consertar a almofada. Estica a roupa da cama uma última vez, simula que lhe fecha as pálpebras, acena afirmativamente com a cabeça como quem se congratula e esboça um sorriso de satisfação antes de se pôr de plantão à janela, de olhos fixos no fundo da rua, à espera da carrinha branca das meninas que chegando à hora do costume lhe parecem mais demoradas naquela manhã. 
- Já são oito e meia?
- Bom dia, Tó, estás todo janota, onde é a ida com tanta pressa, nem comes?
- Começo hoje no Xico da funerária e ele disse que me vinha buscar às oito e meia. Diz que se eu for atinadinho um dia me vai ensinar a preparar os corpos, hoje até já estive a praticar com a mãe.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Eu também tenho saudades

De um tempo que nunca vivi, do tempo em que Mr Mirone me oferecia flores.

Uma pessoa já estava na cama

Mas depois recebe uma chamada para fazer um comentário em direto na televisão e só tem tempo de vestir um casaco, ala que se faz tarde.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Vitor?!

Ou como educar pelo exemplo.


- Papá, hoje na ficha de revisão de Português tínhamos de inventar uma história com um peixe. Sabes que nome é que eu lhe dei?
- Qual?
- Lembrei-me de ti.
- Oh...
- E por isso chamei-lhe Vitor.
- Vitor?! Mas eu não me chamo Vitor!
- Pois, mas nas histórias que tu arranjas sempre nomes feios para as personagens.

Dia Mundial a Criança - Day After

Circula na internet mais uma fotografia, um homem com um bebé lindo ao colo. Por respeito não reproduzo.
Porque é um homem alemão, voluntário, pai de filhos, que embala um bebé morto acabado de resgatar de mais um naufrágio no Mediterrâneo. Um bebé que ninguém sabe quem é.
Não sei bem digerir estas coisas.

Ora bolas!

Logo hoje que me senti tão inspirada, que me apeteceu divagar sobre o que sustem a conversa das senhoras sentadas à mesa do café, porque sabe o senhor Dionísio que mais que um maxilar definido pela força de quem morde os dentes e olhar penetrante, são juras abstratas de atenção indisputada sem destinatária que fazem cada uma daquelas senhoras sentir-se única e especial, não o escrevi a tempo de encontrar a caixa de comentários aberta.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Post real em tempo de sonho

E eu que faltasse a um movimento blogosférico

Fotografei sapatos para o Pipoco, vesti pombos para a Palmier, fui ao Marquês com a Filipa, alguma vez ia deixar o Senhor Ministro desamparado? Nem pensar! 
O Senhor Ministro tem um blog de amor sem o amor para o alimentar, e isso entristece-o, definha-o. Ora eu, um coração de manteiga assumido, não consigo ver um ministro cabisbaixo, aceitei de imediato o desafio de, com a minha manifestação de amor incondicional, fornecer ao Ministro o alimento que teima em faltar-lhe. 

Senhor Ministro, excelência, saiba que não há de há dois meses para cá um dia em que não lhe dedique uns minutos a minha atenção. Sabe, Senhor Ministro, quantos minutos têm os meus dias? Ora bem, são vinte e quatro horas, com sessenta minutos cada uma, ora portanto, seis vezes quatro vinte e quatro, seis vezes dois, doze, é fazer as contas, como disse um dia um seu colega, e olhe que se deu bem, ainda há dias prestou provas na ONU. O senhor ministro esteve presente, sabe bem do que falo. Não são muitos, Senhor Ministro. Ainda assim, reservo sempre uns quantos para o visitar.
Senhor Ministro, não sei se o amor que lhe ofereço é o que procura, mas é genuíno, não é de desprezar. 
Traga-me no coração a dizer-lhe que me faz rir, porque é assim que o trago no meu.
Faça de conta que estamos num reality show, afinal, o que são os blogs senão um imenso reality show. 

Senhor Ministro, eu amo-o. Mas como irmãos.


Como é, minha boa gente?

Doze pontinhos, novinhos e a estrear, para estourar nas estradas, hein?
Vá, juizinho, não gastem tudo de uma vez que depois querem mais e já não há.



terça-feira, 31 de maio de 2016

Oh pá! Oh pá! Oh pá!

Tenho o Facebook a dizer-me que hoje é o dia dos irmãos! Grande pinta! Sou irmã dos três melhores do mundo! Oh yeah!
Sou a segunda de quatro, todos iguais mas tão diferentes. Na número um, mais velha que eu 363 dias, admiro a generosidade, a entrega, a capacidade de fazer de qualquer sonho realidade, pela combatividade e determinação, a nossa generala/sindicalista, a que sabe tanto e quer sempre saber mais, a que ainda hoje ouve ralhetes porque não se senta direita à mesa e insiste ler enquanto janta, mãe de três quando a ciência lhe dizia que muito dificilmente isso viria a acontecer. Na número três, o meu presente dos cinco anos, admiro a maturidade, a doçura, o sentido de justiça, a verticalidade, as boas energias e o sorriso pepsodent mais perfeito que conheço. No número quatro, o Menino Jesus dos meus 12 anos, o benjamim muito desejado, o bebezola de 1,90m das manas, o melhor tio do mundo, admiro tudo, até a rabugice de sono.
Um grande Viva! para eles!