sábado, 29 de novembro de 2014

Ganhasse eu um milhão de euros por cada vez que tenho de voltar a casa da minha mãe para ir buscar a carteira com as chaves de casa

(sim, eu não me esqueço da chave de casa em casa da minha mãe, esqueço-me mesmo da carteira toda), ganhasse eu o tal milhão, em vez de viver num comum apartamento, viveria num luxuoso appartement no 16. éme, com conciérge para me abrir a porta.

Mas as cores combinam...

- Mironinho, está sol, queres ir andar de bicicleta?
- Siiiiiiim. Posso ser eu a escolher a roupa?
- Podes, desde que não sejam saias ou vestidos.

Dez minutos depois, eta!, confiança nos píncaros!
-Mamã, estou linda ou muito linda?

(camisola interior de manga comprida, polo de manga curta, camisola de alças por cima do polo, calças de ganga, asas de joaninha, nariz de palhaço "operação nariz vermelho" e laço xl na cabeça. Botas numa mão, casaco de capuz na outra).

Se prometer que não abre o casaco deixo-a ir assim.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Nostalgia

Sabem de que é que tenho mesmo saudades dos natais da minha infância, sabem?
Das iluminações de rua, pirosas, excessivamente coloridas, em praticamente todas as ruas e avenidas. Estas iluminações mixurucas, ainda que mais sofisticadas, que a contenção orçamental nos impôs são uma treta.



Sim, tenho sorte, à excepção dos avós, que ainda assim conservei até há pouco tempo, tudo o resto  se mantém intocável.

Hás-de cá vir pedir-me outra vez para te matar o aranhão, hás-de!

Há uns tempos, mudou-se para um T1 vago ao lado do meu uma rapariguinha nova com ar de instrutora de fitness, bonita, bom ar, toda ela muito fit, sempre vestida de "roupas de treino", muito justinhas e pequenas. Uma vez bateu à minha porta a perguntar onde eram os contadores da água. Passados uns dias a perguntar que tipo de gás tinha o prédio. Sempre de leggings justinhos e tops desportivos, muito fresca, muito fit.
Há umas duas semanas, estava a sentar-me à mesa para começar a jantar, tocou à campainha lavada em lágrimas e a tremer da cabeça aos pés.
- Ó vizinha desculpe, mas eu tenho pavor de aranhões e tenho um em casa. Não se importa de ir lá a vizinha ou o seu marido matá-lo?
(Deves pensar que vou deixar que o meu marido te vá matar o aranhão a casa, deves. Por outro lado, se pensas que me vais roubar um rim, prepara-te, podes ser muito fit mas eu vou dar luta).
- Está bem, eu vou. Mr. vou só aqui ao lado matar um aranhão, venho já.
Fui, matei um aranhão mínimo, praticamente daqueles que dizem que é sinal de dinheiro, mas enfim, cada um tem medo do que tem. Eu fico em pele de galinha só de ver borboletas da traça, tenho medo que me ponham ovos no cabelo e acorde com ele todo comido das traças (eu sei que é ridículo - e impossível - mas é uma fobia como as outras, escusam de gozar, é mais forte do que eu).
Há dias fui jantar fora. Adivinhem quem era a empregada que nos atendeu? Exactamente, a vizinha fit. Olhei para ela, ela olhou para mim, fizemos os pedidos e eu fiquei a matutar, hummm, conheço esta cara. Quando veio levantar os pratos para a sobremesa perguntei-lhe se trabalhava ali há pouco tempo porque estava a reconhecê-la mas não sabia de onde. Disse-me que sim, que era nova ali, que antes tinha trabalhado num outro restaurante. Senti-lhe um certo desconforto e não insisti. Mas não, não era do outro restaurante que a conhecia. Andava há dias a pensar no raça da empregada.
Estava aqui a escrever o post anterior quando se fez luz. A empregada do restaurante é a minha vizinha. Custava muito ter dito que era ela? Há-de cá vir bater à porta outra vez, há-de.

Se isto fosse um teste da Ragazza, que tipo de namorada seria?

5 factos que me ocorreram de seguida durante a hora de almoço:

1. O Mini Countryman não é muito bonito.
2. Xiiii, Amor Electro, deixa-me lá voltar à TSF.
3. Carne de porco à alentejana sem pickles não tem jeito nenhum.
4. Antigamente segunda-feira era feriado.
5. Custava muito ao polícia pedir à dona da loja para tirar o carro, ainda por cima está identificado?

Afinal os chineses e norte-coreanos é que têm razão, a internet é muito perigosa!

Alguém na minha curta lista de amigos facebookianos partilhou o link de uma petição pública a solicicitar a abertura de uma Primark.
Primeiro pensamento: Mas o que é isto?!
Não, não é por ser a Primark, a minha reacção seria a mesma se a petição pedisse a abertura de uma loja de artigos de luxo. Chocou-me a partilha vir de uma pessoa que julgo bastante sensata e ponderada. O que me chocou ainda mais é que se desvirtue um instrumento que devia ser usado para dar voz a causas verdadeiramente importantes.
Entretanto fui espreitar a petição. Menos mal, nem tudo está perdido, de Agosto para cá ainda "só" recolheu 49 assinaturas.





quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Dúvidas, a vida dela são só dúvidas

Un destes dias, enquanto assistiamos ao noticiário:
- Mamã, como é que estes senhores sabem as notícias todas?
- Então, é o trabalho deles, investigarem até saberem as notícias que depois nos vão dar.
- Mas todas, todas? Sabem mesmo todas as notícias?

Como é que eu lhe explico que não, que muitas vezes não fazem a mais pálida ideia do que estão a noticiar, que outras vezes não investigam e, pasme-se, que às vezes até as "inventam"?

Está tudo pela hora da morte, filhos!

A pessoa habitua-se à modernices dos computadores, manda tudo por correio electrónico, uma vez por outra lá usa o correio tradicional, para um ou outro RSF,  meia dúzia de registos, que já conta que sejam mais caros, ou compra já os envelopes selados, que quando pára para ver com olhos de ver os preços dos selos postais tem uma pequena síncope.
Sabem quanto me pediram para enviar um envelope com 8 gr em correio nacional normal?

A caminho da noite mágica #3

Um docinho capaz de vos causar cáries só de olhar.

Festas felizes!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sabem aquela anedota

... da escritura que estava marcada para as 9.30 da manhã e o representante do banco faltou porque adormeceu?*
Não sabem? Deixem estar, também não era uma anedota.







*Sim, adormeceu. Não "teve um furo", não teve de ir às urgências com o filho, foi mesmo assim, duas horas depois da hora marcada lá se fez a escritura e, entre dentes e a sorrir, lá se confessou "ehpah, deixei-me dormir..."

Kimberly Sue

Ligou-me agora o meu pai a convidar-me para jantar lá em casa. Está cá um amigo de infância, emigrado nos Estados Unidos há mais de 40 anos, que gostava de nos rever.
- Lembras-te dele, daquele vizinho da avó. 
- Então não lembro. Lembro-me melhor das toilettes das filhas. 
- Está bem na vida, o António. Formou-se lá, continuou ligado à investigação e hoje corre o mundo a fazer palestras. Casou com uma americana, teve filhos, olha, a Andrea até casou com um senador, também já tem netos... Ele bem me convidou para ir com ele, mas eu tinha casado há pouco tempo e tinha aquela ideia que o meu lugar era aqui. Sabe-se lá, se tenho ido...
- Pois é, sabe-se lá. Olha eu, Kimberly Sue, as minha irmãs, Jessica Daisy, Stephany Pam, o meu irmão Bobby Joe... Estás bem a ver a sorte que os teus filhos teriam se tivessem nascido nos Estados Unidos? Estás a ver aquilo de que nos privaste?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Pessoas do direito, pessoas das estatísticas, esclareçam-me aqui uma coisa, se fizerem favor

Não existem em Portugal mais presos "preventivos"? É que a julgar por algumas reacções consternadas a que estou a assistir na tv parece que é a primeira vez que um arguido fica a aguardar o decurso do processo em prisão preventiva.

Ando aqui roidinha para contar uma piadola fácil

Tenho um irmão que ainda está a estudar. Ontem, antes de sair, explicou à minha mãe que esta semana ia ter umas despesas extraordinárias e perguntou se dava para lhe fazer um reforço de tesouraria.
- Agora não tenho aqui dinheiro que chegue, mas amanhã faço-te um depósito ou uma transferência.
- Então deixa estar, que da última vez que a mãe fez umas transferências para a conta do filho estudante parece que isso deu para o torto.

Tão espirituoso, o traçãozinho da ninhada.

Always look at the bright side of life

Almoço familiar em que se alinhavava a agenda festiva, se a consoada com os pais e o almoço com os sogros, se o inverso,  em casa deste ou daquele, quem faz e quem leva o quê. 
- Mamã, a Marisol nunca teve um Natal de ir a casa dos avós e dos tios.
- Pois é, os avós vivem noutro país, muito longe. Mas qualquer dia ela vai lá ou os avó vêm cá, vais ver.
- Sorte a da mãe dela, não tem de estar 40 dias a fazer comida.




A caminho da noite mágica #1

Pois é, estamos a um mês da noite pela qual muitos, miúdos e graúdos, esperam todo o ano. Em vez dos famosos calendários do advento, com janelinhas e chocolates, este blog propõe-vos outro tipo de docinho. Todos os dias, até ao Natal, um miminho gostoso que encontrei por essa net fora. 
Iniciemos a contagem!

Se me quiserem dar cabo dos agendamentos também podem muito bem pôr-se a googlar imagens. Há muitas mais de onde esta veio.

sábado, 22 de novembro de 2014

Não há fome que não dê em fartura

Andava eu triste e amargurada, sem a minha novela favorita (a comissão dos submarinos), aguando pela nova que estreou a semana passada (a comissão do Bes), e sai ainda a tempo do Natal um blockbuster de todo o tamanho ( o filme do Sócrates). Oh pah, que bom! Juntando-lhe a série dos vistos gold e umas coisas sobre o BPN que andam a dar na Sic, nem sei para que lado me vire.
Se não aparecer nos próximos tempos, já sabem o que ando a fazer.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Se dúvidas houvesse

... de que este blog é lido por gente que manda, hoje ter-se-iam dissipado.
Depois do meu desabafo, aqui, a decisão foi tomada. Afinal Ricardo Salgado vai ser ouvido já no início de Dezembro.

Sou como sou todos os dias

- Mamã, estive a pensar e já sei de que é que me vou mascarar no carnaval.
- Mas tu nem gostas de carnaval... E é a escola que escolhe o tema.
- Nas férias. Estive a pensar e vou mascarar-me de anjo. Sabes porquê? Porque sou muito meiguinha.
- ... (tá bem abelha) ...
- Sou meiguinha quando quero.
- E quando não queres?
- Então? Quando não quero sou como sou todos os dias.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Por acaso és polícia?

E seguia ela feliz na sua vida, numa rua estreita de sentido único, quando surge à sua frente um carro em contra-mão. Travão a fundo. Abre a janela, impregnada da melhor das intenções, como se espera na época, e " senhor, ó senhor, não pode passar, olhe que está ali um sinal de sentido proibido". Já o senhor, impregnado de tudo e mais um par de botas, quem sabe até de alcoól, devolve o conselho com um soberbo "E por acaso és polícia?".
De maneira que se  chegou para o lado, subiu o passeio, deixou o senhor passar e seguiu feliz a sua vida, a pensar onde poderá arranjar um daqueles autocolantes que a protejam destes loucos.

Segurança rodoviária 1o1

Conduzir com cautela, respeitar limites de velocidade e sinalização? Evitar manobras perigosas? Cumprir o código da estada? Adaptar o tipo de condução às condições meteorológicas e do pavimento?
Nada disso. Querendo estar a salvo na estrada nada é tão eficaz como um autocolante com os dizeres "Jesus Cristo Salvador" num parachoques muito batido e esfolado. Se o carro ainda anda e o seu condutor se apresenta ileso há ali, seguramente, mão divina.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sou sua fã, gosto muito de o ver trabalhar

Mudei a box da televisão em Agosto, a que tinha ainda não "viajava no tempo". O levantamento da antiga já esteve agendado três vezes. Em nenhuma delas apareceu quem o fizesse. Em todas elas tive de ser eu a telefonar e a pedir um reagendamento. O último agendamento foi feito para a sexta-feira passada. Faltaram. Nem recado nem mandado. Desta vez não disse nada.
Acabei de receber uma chamada de um senhor A R."É a dona Mirone? Olhe estou a passar na sua rua, está alguém em casa que me abra a porta para levar o equipamento?"

E de que outra fruta gostas, Mirone?

De maçãs, gosto de maçãs e nunca faltam em minha casa.
Não me lembro quando ou como comecei a gostar delas, mas tinha pouco mais de três anos quando o mundo, o meu mundo, leia-se a minha família, ficou a conhecer a minha paixão pelo fruto do pecado original.
Estávamos nos primeiros dias de Junho. Nesse dia mudámo-nos para a casa que os meus pais mandaram construir. A minha mãe preparou um jantar especial e convidou os avós e tios. Éramos nove à mesa, pareciam-me tantos. Hoje somos, só "os de casa", catorze. O dia era "de festa" e havia várias sobremesas doces. Mas eu, que tinha feito fita para comer a sopa e os legumes, fui sentenciada logo que pedi pudim: "quem não tem fome para a sopa e os legumes, também não tem fome para sobremesa. Podes comer uma peça de fruta". Pedi uma maçã. O meu pai descascascou-ma, fatiou-ma e eu comi-a com prazer. "Quero outra", disse. "Não, a maçã era grande, não comes outra, que ficas mal disposta". "Mas eu quero maçã!". Abri a goela e ali encetei um tremendo braço de ferro. Queria maçã e tudo faria para a ter. O jantar acabou, os tios e avós sairam, a mãe tratou da louça e o pai deitou-nos. "Quero maçaaaaaaaaaã!", dizia com boca de sapo. Lembro-me de estar cansada na cama, de lutar contra o sono, mas insistir, haveria de comer mais uma maçã. "Quero maçã!". Em casa ninguém dormia, nem os pais, nem eu, nem a minha irmã. Falaram comigo, mostraram-me porque não devia comer mais maçã, mas eu permanecia irredutível, queria maçã. Às duas da manhã, a minha mãe atingiu o seu limite, cansada que estava, foi à cozinha, encheu um saco de plástico com maçãs e pendurou-o na cabeceira da minha cama. "Tens aqui as tuas maçãs, faz o que quiseres, mas não quero ouvir mais um pio!". Diz a minha mãe que olhei para o saco, suspirei, sorri e caí num sono profundo, sem comer a maçã. 
Ainda hoje preciso de ter maçãs em casa, até posso passar semanas inteiras sem as comer, mas em minha casa tem de haver sempre maçãs e a estória do inidente das maçãs é um clássico nas reuniões de família. "Então, Mirone, vai uma maçã?".

terça-feira, 18 de novembro de 2014

"Parece que o mundo inteiro se uniu p'ra me tramar"

Quando Deus criou o mundo, a mim e à fruta, fitou-me nos olhos e disse:
- Mirone, aqui tens. É fruta, fresca e doce, come a que quiseres. Mas para que nunca te esqueças de que Eu sou Eu, vou fazer com que algumas peças de fruta sejam especialmente chatas de comer.
- Assim seja, meu criador.
Uns anos mais tarde, muitos, pôs-me no mundo. Tudo muito bem. Uvas com grainhas gigantes, é na boa, não me aborrecem e até já as há sem elas. Pêssegos maduros, controladíssimos, na pior das hipóteses arregaço as mangas e como-os debruçada sobre o lava louças. Mangas docinhas, docinhas, das que apetece rapar o caroço, idem. Melancia, calha bem, tem muitas sementes mas não moro de amores. Romã, como uma vez por ano. Cerejas, não preciso de quem me separe os caroços...
Agora as anonas, meu Deus, porquê? Tinham tudo para ser o meu fruto favorito, são" de se comer rezando", como dizem os brasileiros, achas mesmo que me esqueceria de Ti? Foi preciso pôr-lhe tantas sementes? 

Sonho ou realidade?

Tive agora um flash dos irmãos Guedes vestidos de pinguim e cantar e a patinar no gelo. Tenho quase a certeza de que os vi na televisão.Terei sonhado?

Manual de sedução e cortejamento para solteiros - Capítulo II

Solteiros de Portugal, dando-se o caso de, num jantar de aniversário de um amigo comum, voltarem a encontrar a solteira alvo do vosso interesse, solteira essa que, com o episódio do pijaminha muito presente na memória, após as vossas investidas vos explica que não tem disponibilidade emocional para se envolver convosco, e que ultimamente se sente melhor com pessoas com outro tipo de interesses, nunca, mas nunca mesmo, por muito que vos tenha custado aquele "chega p'ra lá", nunca digam que por muito interessantes que os novos amigos sejam, são vocês que têm dois Porsche na garagem. E pedir desculpa no dia seguinte, explicando que foi a bebida a falar, não ajuda muito. Pior do que um menino de pijaminha cujos trunfos de sedução são os carros que tem na garagem, só um menino de pijaminha cujos trunfos de sedução são os carros que tem na garagem que não sabe beber *. **
Vá, vá, cabeça levantada, costas direitas, façam bom uso destas dicas e não digam que vão daqui. Às vezes parece que sou mais do que vossa mãe***.


*O facto de um desses Porsches ser branco frigorífico também não ajuda muito, disse-me a solteira.
** Cinema, ela gosta muito de cinema.
*** Precisando de ajuda para decorar a vossa casa, também posso ajudar.





Porque deixei de ver telenovelas dos canais generalistas

Andam meses e meses a empatar, e nós a vermos como é que aquilo vai acabar desde o primeiro episódio, as histórias são, no fundo, sempre as mesmas e um bocado básicas, para depois, nos dois últimos episódios, acontecer tudo, muito atabalhoadamente, e a despachar o final mais que previsível.


(Começou a minha novela favorita, a comissão de inquérito parlamentar ao caso BES. Parece que o Ricardo Salgado só será ouvido lá para a frente, em 2015. É uma pena que se repliquem os vícios das novelas dos canais generalistas)

domingo, 16 de novembro de 2014

He loves me, yeah, yeah, yeah

Mr. Mirone deve gostar mesmo de mim. Na sua cabeça eu devo ser uma super mulher, mas muito melhor, só posso ser. Ora atentem:

Episódio 1: 
(Domingo, meio dia e dez minutos. Mesa marcada para a uma da tarde num restaurante a uns vinte minutos de caminho. Estou a acabar de me arranjar, na calma dos deuses, mais que dentro do tempo)
- Mirone, o meu pai ligou a perguntar se podemos ser nós a levar a minha avó. Ah, outra coisa, o C... (um cliente sul-africano) também me ligou a dizer que a mulher dele teve uma multa no metro mas ela tem o comprovativo de ter carregado o cartão e ela acha que eles disseram que lhe vão apreender o passaporte e ela nunca mais pode entrar em Portugal. Mas a mulher dele não fala português e o fiscal não falava grande inglês. Eu disse-lhe que tu lhe vês isso. Vou encaminhar-te o mail com o papel da multa que lhe deram e tu tratas disso enquanto eu vou andando com a miúda buscar a minha avó e espero-te lá em baixo. Dez minutos devem-te chegar, é uma coisa simples.
Foi buscar a avó, que mora duas ruas abaixo de nós, não demora mais de 5 minutos ir buscá-la, e entretanto mandou-me sms a dizer que já estava à porta de casa, para eu descer. Por acaso, ainda abri o mail para ver o que era. Mal entro no carro:
- Mandaste-me a reclamação para o mail? É que assim mando-lhe já e ele fica mais descansado.


Episódio 2:
(Domingo, sete da tarde, dia de jantar em casa dos meus pais, sempre por volta das oito)
- Mirone, o C... tem uns dias antes de regressar e queria ir ao Porto dois ou três dias. Fazes-me um roteiro para ele visitar? Uma coisa simples, tipo dia um, visitar isto, isto e isto com uma fotografia ou duas e uma descrição, Dia dois, visitar isto isto e isto. Se quiseres podes fazer também para Sintra porque ele até quarta ainda está em Lisboa. Manda-me isso para o mail para eu lhe encaminhar. É rápido. Fazes isso antes de irmos para casa dos teus pais?

Se isto não é amor e profunda admiração não sei o que é.

Para dar luz aos meus dias

A Sexinho anda meio desaparecida, olhem só o que eu "vi de passagem".





sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A versão portuguesa do Shark Tank começa a ser gravada já este Dezembro

E hoje dava-me jeito ter uma empresa destas a operar em Portugal, até prescindia do anonimato.

A ver se passo no quiosque

No meu périplo matinal pelas capas de jornais encontrei uma entrevista do psicanalista Carlos Amaral Dias ao Jornal de Negócios, de onde salta para a primeira página "As pessoas da família Espírito Santo não são desta realidade". Estou curiosíssima. O que terá um psicanalista a dizer sobre as pessoas de uma família em concreto que possa interessar a um jornal económico? Ou o que leva um editor a fazer esta chamada de capa?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Hoje é um dia muitíssimo feliz

Sobrinho mais lindo, não vejo a hora de te encher de mimos!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Fosse este um desses blogs

Que fala e põe fotografias das compras que fez, ou um desses blogs que mostra as fatiotas dos filhos, ou um daqueles inscritos no sitemeter, seria certamente blog para rebentar com as estatísticas. Não o sendo, será apenas o modesto blog da mãe da miúda com mais pinta e estilo que conheço.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Blimey!

Ir na rua e, de repente, dar de caras com uma pessoa acabadinha de chegar de Timor. O mundo é mesmo pequeno.

Hoje é um dia triste

Sem a sua companhia os almoços na Portagem nunca mais serão os mesmos, Zé.

Imaginem que era o mau

Entretanto, ao fim do dia, fui controlar os movimentos bancários. Ó meus amigos, entre taxas, comissões e impostos que saem da conta de cada vez que uso o cartão, começo a duvidar de que a minha tenha ficado no Banco Bom. Se o bom me cobra tanto, nem quero imaginar quanto cobraria o mau.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quais papas de aveia, quais muesli, qual carapuça?

Esqueçam essa ideia peregrina dos workshops.
Querendo fazer negócio com cereais ponham os olhos no The Ceral Killer Cafe. Um bar que das sete da matina às oito da noite promete servir 100 variedades de cereais diferentes, 12 tipos de leite (prefiro não saber, depois das versões  magra, gorda e meio gorda, soja, vaca, ovelha, cabra, búfala e burra, começo a ficar sem ideias...) e 20 topings. 

Post telegráfico, em tempo real e não publicitário

Por aqui a  Castros já instalou as iluminações de Natal e são iguais às do ano passado.

Entretanto, na Mironelândia

Um tio foi operado ao estômago. Coisa pouca, não se preocupem, uma ulcerazita que me anda a dar azia, dizia.
Já depois da operação, em conversa com o cirurgião e a enfermeira, a tia ficou a saber que a coisa pouca de que o tio falava era afinal uma cirurgia complexa, por isso tinha sido agendada para tão cedo. O paciente era de risco, hipertenso e diabético e os cuidados intensivos estavam de prevenção. Dois dias e dois terços de estômago a menos depois, que afinal a biópsia revelou que a ulcerazita era coisa feia que importava atacar quanto antes, falámos com o tio.
- Estou bem, não se preocupem e escusam de vir para cá visitar-me que isto não é ambiente para ninguém. O quarto é bom e o staff é atencioso, mas claridade é que me incomoda muito e não me deixa dormir. Já disse à tia que se não arranjar uma venda dos aviões que me traga a máscara de mergulho com uma cartolina preta que também dá.

Ainda serão efeitos da anestesia?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Não é para me gabar

É só para dizer que fui recebida com fogo de artifício. Um pouco por toda a cidade... A pessoa até fica emocionada.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A sério que não estou a fazer género

Detesto fazer malas! De-tes-to! Adio até não poder mais. Não posso adiar mais. Vou encher-me de coragem.

O problema das mulheres

Ou melhor, um dos problemas das mulheres... 
Melhor ainda, um dos meus problemas, que é de mim que falo, é, não sendo particularmente vaidosa, ter noção de que em certos dias não senhor, até nem vou nada mal de cara, pois que a maquilhagem até me saiu tão natural, parece que acordei assim bonita e, dizia eu, um dos meus problemas, tendo noção de que estou bonita é ter noção também de que estou sozinha em casa e tendo igualmente um espelho ao lado da máquina de café, começo de me mirar, vira de um lado, vira do outro, o cabelo está tão arranjadinho, este baton é mesmo bonito..., e a máquina rooooooonnnnn, e o café a sair... e as pestanas que ficaram tão soltinhas... roooooonnnnnnn, e a chávena a encher... e sacode o cabelo, hummm, que movimento natural... roooonnnn, e ai caraças que a chavena está a transbordar! Desligo a máquina, faço equilibrismo para não entornar o café enquanto bebo, vou pôr a chávena na máquina, saio a correr, a dizer que é bem feita que ninguém me manda ser vaidosa. É ir a um banco, depois a outro, pagar o condomínio, passar no sapateiro por baixo do escritório e sentar-me em frente ao computador, tudo isto antes das 10 horas, oh yeah, bonita e competente! 

Até alguém nos perguntar o que é isso castanho que temos no nariz. No nariz?! Temos alguma coisa castanha no nariz?! No dia em que nos sentimos invulgarmente bonitas? Logo vi, era bom demais para ser verdade.

(Sim, temos uma marca de café. A chávena ficou tão cheia que o nosso nariz, não sendo grande, acabou por tocar na espuma que ficou no bordo da chávena sem nos apercebermos).

Memória de elefante

Não tenho, penso que nunca tive. Não sou, por natureza, uma pessoa que memorize tudo com facilidade. Não esqueço uma cara, mas sou péssima a reter nomes, números de telefone. Recordo, como penso que recorda a maioria das pessoas, momentos que me marcaram, um detalhe, um pormenor, que grande parte das vezes nem tem nada a ver com o evento principal. Ou terá? Não me lembro.
Por exemplo, outra pessoa recordaria todos os segundos da primeira saída a sós com a sua cara metade. Eu tenho a vaga ideia de ter sido num restaurante pequeno, penso que russo, não era suposto ser um jantar romântico, deu-se o caso de nos cruzarmos na rua, de estarmos sozinhos e ser hora de jantar. Não me lembro o que tinha vestido, ou o que comi, que vinho foi servido, de que falámos, mas lembro-me de quase morrer de susto no wc e pensar que era uma injustiça, na flor da idade, ter um funeral de urna cerrada, pois que ficaria desfigurada depois do ataque que estava prestes a sofrer. Tinha entrado um gato pela janela da casa de banho, não sei há quanto tempo estaria ali, mas não conseguia sair e estava agitadíssimo, ou terá ficado quando abri a porta e acendi a luz. Não foi um espectáculo bonito de se ver não foi, gritei, pois gritei, muito e muito alto, não foi uma cena por aí além a nível de dignidade e postura, mas ao fim de vinte minutos acho que já não tremia.
A memória, a minha, prega-me partidas. Cega-me. Impede-me de ver o todo, traz-me fragmentos dispersos da realidade que a distorcem. Ontem cruzei-me com um tipo que em tempos fez parte do grupo alargado de pessoas com quem saía quando acabei o curso, um amigo, de um amigo, de um amigo. Sei o seu nome, que era um brilhante aluno de engenharia e pouco mais, apenas que num jogo de laser tag ganhou a fazer batota ( jogou o tempo todo com a mão a tapar o sensor onde era suposto ser alvejado). Mr. Mirone contou-me que depois da licenciatura ele foi fazer mestrado e doutoramento no estrangeiro, por onde ficou, e que hoje é uma sumidade na sua área. Para mim será sempre e apenas um batoteiro, e eu, que até joguei "limpo", dou comigo a pensar que sou injusta e rancorosa. 
A minha memória consome-me.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Olha, vai assim, não há-de ser nada.

Até estou com medo de escrever este post. 
Um lança apostas sobre o assunto da bloga para esta segunda feira e diz que até para encher chouriços é preciso ter arte. Bom, eu já aqui deixei uma receita de chouriços caseiros que vi num site de culinária. Não é, claramente, a isso que ele se refere.
Outra, diz que sim, que hoje é para falar naquilo das mulheres. Mas ela é irónica, não deve ser sobre isso que é para escrever.
De maneira que o post de hoje servirá apenas para vos levar a aventar o que escreveria o senhor director sobre a mulher que deixa a filha com os avós para acompanhar o marido numa viagem, sendo que para ele a viagem  será de trabalho, para ela será uma oportunidade para, durante uma semana, ser uma lady in leisure por terras de sua majestade.