Anjinho da guarda

Ao deitar:

- Mamã, sabes o que é que eu gostava? De ter asas para poder voar.

- Não sei se alguma vez vais ter asas, mas se quiseres, quando fores crescida, podes ser piloto.

- Posso, mas não quero, porque eu sei que o meu desejo se vai realizar.

- Sabes?

- Sim, quando eu for velhinha e morrer, ganho asas e vou ser um anjo como o avô (bisavô).

- Glup.

- Verdade, o meu desejo vai realizar-se! Vou dizer ao meu anjinho da guarda para ele saber. Anjinho da guarda, minha companhia, guarda a minha alma de noite e de dia e dá-me asas para poder voar.

Levanta-se, vai à janela e grita lá para fora:

- Avô, avô, umas asas branquinhas, como as tuas.

Volta para a cama.

- Mamã, pedi ao avô porque é o único anjinho que eu conheço e ele gostava muito de mim e eu dele!

Tanto, meu amor, tanto!