sexta-feira, 23 de junho de 2017

Que grande cabrão! *

* ou felizmente tenho uma filha a quem posso imputar estes factos que me permitem participar na corrente "título do car*****".

Tenho uma coisa de pele com os palavrões, um bloqueio interno que me causa arrepios e um nó na garganta. Mesmo que os pense, que penso, oh se penso!, não consigo vocalizá-los. Não consigo dizê-los e não gosto de os ouvir, ainda que, segundo os entendidos (há entendidos no métier de bem "palavronear"?), sejam ditos na hora e na medida certa. Não percebo como há quem goste de os dizer quando temos a língua tão rica. Por muito que tente, um palavrão soa-me sempre e só a grosseria gratuita, é uma limitação que tenho. Mas sou feliz assim.
Nunca ouvi os meus pais ou avós dizerem um palavrão, não cresci num meio onde se dissessem palavrões, de maneira que desde sempre me senti desconfortável quando na escola comecei a ouvi-los.
Filho és, pai serás, tal como fizeres, assim encontrarás. A Mironinho também nunca ouviu os pais ou familiares directos dizerem palavrões e, talvez por isso, tenha uma aversão a palavrões tão grande quanto a minha e me conte, escandalizada, que um colega disse e "palavra do p.", e até já tenha recusado brincar num parque infantil porque alguém grafittou a "palavra do m".
Não tendo em casa quem diga palavrões e sendo que o léxico dos colegas, felizmente, também é muito reduzido nesse campo, existem palavras que ela não reconhece como palavrões.
Há uns anos, durante um almoço de domingo, com a família toda reunida, contava entusiasmada que tinha ido com os colegas a uma quinta pedagógica. Falou sobre as galinhas e patinhos, iguais aos do avó, falou do burro, da vaca, dos cavalos, dos porquinhos, que cheiravam muito mal!
- ... mas o animal mais malcheiroso sabem qual era? O cabro!
- Não é cabro, Mironinho.
- Pois, era um cabrão! Era tão grande!

14 comentários:

  1. Afinal não sou a única. Não digo palavrões, acho que nem sequer os penso, talvez porque, também como tu, cresci numa família onde não se dizia palavrões. Arrepia-me ouvir a linguagem de muita gente, que fala com mais recurso a palavrões do que outros termos. Confesso que às vezes, quando ou por totalmente despropositados ou pela sua profusão, fico mesmo chocada.
    No caso da Mironinho acho giro.:)

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  2. Mi, já podemos fazer um daqueles posts do Pipoco "uma coisa nova por dia"
    dizer um palavrão
    :DDDDDDDDDD

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  3. Detesto ouvir crianças a dizer palavrões, muito mais do que os adultos que em determinadas situações nem me choca.
    Mas esses palavrões ditos de forma inocente acho-lhes uma imensa piada. Eles nem fazem ideia que estão a dizer algo que não devem.

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    1. Completamente! Ela achava mesmo que cabro era o masculino de cabra. Pois se o cabro era grande, era um c*****.

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  4. Ahahahahahahahahahah o mundo está louco. Um post na Mirone intitulado "Que grande cabrão!"... Maravilhoso... :DDDD

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  5. O palavrão é uma coisa cultural e a tua limitação em dizê-los, é uma questão emocional. É preconceito e convenção social. Dizer palavrão faz bem, alivia e stress e até a dor, é um facto científico. Há é alturas e circunstâncias próprias para os dizer.

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    1. A mim causa-me stress a ideia de dizer palavrões. Sei que é uma limitação minha, mas não vejo porque dizê-los se me fazem sentir mal e quando há outras palavras que os substituem no que diz respeito a aliviar alguma tensão.

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  6. Eu também tenho umas histórias giras com o cabr@o~
    http://factosquotidianos.blogspot.pt/2017/06/machos-alfa-cabecas-enfeitadas-e-outras.html
    ptc

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  7. Pipocante Irrelevante Delirante26 de junho de 2017 às 08:48

    Rio Cabrão.
    Google it

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