terça-feira, 28 de julho de 2015

É gente que não pratica o amor, seguramente.

Segunda-feira, sete da tarde, um supermercado cheio de pessoas a fazer as suas compras antes de regressarem a casa. Normal.

Uma  das seis caixas fechada e as outras com filas consideráveis. Normal.

Uma grávida de fim de tempo, eventualmente ainda no primeiro trimestre, se estivermos a falar de trigémeos, pergunta à menina de uma das caixas se pode chamar uma colega para abrir a caixa prioritária. A senhora vem abrir a caixa e atende a grávida. Normal.

Um cliente duas caixas ao lado exclama "já cá estou há muito tempo e ninguém abriu uma caixa só para mim". O marido da grávida responde "Temos pena, é um direito da minha mulher, está grávida". A duas caixas de distância o outro cliente continua a reclamar e o marido da grávida a responder. A grávida pede ao marido que se cale. O marido não se cala (e o cliente duas caixas ao lado também não). Dispara o alarme anti-roubo do supermercado. Aos gritos do marido da grávida, do cliente a duas caixas de distância e do apito do alarme junta-se agora a voz estridente de uma senhora que veio não sei bem de onde para gritar com o cliente zangado "Sabe o que é que o senhor é, sabe? O senhor é um estúpido! Um estúpido! É um estúpido! Não vê que ela está grávida?" (pareceu-me a mãe da grávida, mas não percebi muito bem). O segurança está indeciso entre desligar o alarme ou acalmar os ânimos. Há mais um senhor que começa a gritar (o pai da grávida?). Não é normal!

32 comentários:

  1. É muito normal. As pessoas são quase todas assim. Veem inimigos em toda a parte. Os outros são um alvo a abater. Mai nada!

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    1. Uva, estava a ver que a qualquer momento iam desatar à pancada. Pior, a senhor que reclamava até estava atrás da grávida quando ela pediu para abrirem a caixa prioritária, nem foi o caso de lhe passar à frente, não percebo tanta indignação (no caso dele foi menos um carrinho que ficou à sua frente).

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  2. Pipocante Irrelevante Delirante28 de julho de 2015 às 10:18

    Ainda há gente que acha possível instituir o socialismo em Portugal...

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    1. Só consigo atribuir aqueles comportamentos a muito cansaço e falta de férias. (e alguma má criação, pronto).

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    2. E como era um homem, o nunca ter estado "grávido"!!!!!

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    3. Ou isso ;)
      Por acaso tive uma gravidez santa (de risco, mas santa), fiz uma barriga pequena, não tive enjoos, nem dores nem inchaços.

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  3. Ela foi a única com bom senso e pediu para o marido não ligar... era o melhor remédio, não dizer nada pagar e sorrir, se quisesse ser mázinha ainda podia acenar e dizer adeus...

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  4. Não gosto do título. Não gosto que as pessoas assumam que os problemas que os outros têm (ou o mau feitio) advém da falta de sexo - se era isso que querias dizer.
    Relativamente ao post em si, uma colega minha uma vez disse:
    olha estava uma grávida a fazer compras muito descansada da vida, é que ainda se se visse que estava com pressa mas não, e depois quando chegou à caixa queria passar à frente! Olha deu-lhe a pressa agora foi?

    Luciana

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    1. Ninguém falou em sexo, Luciana. Amor ao próximo, empatia, praticar o bem sem olhar a quem, era a isso que me referia.
      A grávida e o marido tiveram relações sexuais, quase de certeza, pois se estava grávida... A mãe e o pai da grávida (?) também :D. O senhor duas caixas ao lado, parecia-me suficientemente saudável para também o fazer.

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    2. Por isso é que disse "se era isso que querias dizer"
      Ou será que nunca ouviste ninguém dizer: ah ela está assim porque tem falta de sexo...
      Ouço tanta gente dizer isso sobre tantos outros! Daí ter interpretado dessa forma.
      My bad.

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    3. Normalmente ouço "é mal f*****" ou "tem falta de peso em cima". Concordo, são argumentos muito básicos, ali taco a a taco com a "tens é inveja".

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    4. Exacto. Por isso estava a custar acreditar que tu, Mirone, tivesses dado esse título.
      Assim, tudo esclarecido :)

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  5. Há pessoas tão pequeninas, tão poucochinhas... Eu já ouvi uma a dizer alto e bom som a uma grávida que exerceu o seu direito de prioridade que não sabia que gravidez era doença. Isto dito da boca de uma mulher. Embora tenho que admitir que vê-se muito abusos, então na segurança social e serviços do género. Uma mulher com 3 meses de gravidez não pode esperar como os outros porquê? E as que vão com putos de 5 anos ao colo?Para tudo tem que haver civismo coisa que muitos dos portugueses nunca ouviram falar.

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    1. Pipinha, long time no see!
      Mesmo não concordando com o direito da grávida, sabe-se lá com o que é que algumas pessoas concordam, o senhor de via ter agradecido, foi menos um carrinho à sua frente, mas preferiu ficar a barafustar. Já o marido da grávida, acho que foi a macho-alficidade a subir-lhe à cabeça, a proteger a sua fêmea e a mostrar quem manda, mas acabou por também ser malcriado. Os dois senhores mais velhos (pai e mãe?) que se juntaram no fim, pois, não percebi, entretanto vim embora...

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    2. Pipinha, por vezes as aparências iludem. Não quer dizer que não haja quem se aproveite de determinadas situações. No meu caso, andei com macaquito ao colo até muito tarde, pois ele começou a dar os primeiros passos com 3 anos, a andar melhor por volta dos 4 e era um matulão. Não que alguma vez tivesse passado à frente de alguém por estar com ele ao colo mas conheço crianças bem grandinhas, que por doença, não andam.
      Eu muitas vezes dou a vez a pessoas com crianças se os miúdos estiverem a ser mal comportados ou a choramingar, não custa nada, os pais agradecem e os nossos ouvidos também ;)

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    3. Pipinha, uma mulher grávida deverá ter cuidados extra precisamente nos 3 primeiros meses de gravidez caso tenha antecedentes de abortos espontâneos e outras situações várias que não vale agora a pena pormenorizar. A verdade é que apesar de a gravidez ainda poder não se notar tem todo o direito de usufruir dessas pequenas vantagens que a poderão salvaguardar de situações de espera na posição de pé por tempo incerto.

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    4. Obviamente que para tudo existem excepções e cada um conhece a sua. Falo em gravidezes normais sem riscos e em crianças que correm alegremente de um lado para o outro e quando as mães são chamadas saltam para o colo.

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    5. E mesmo achando que não é correcto era incapaz de dizer alguma coisa, porque lá está é um direito que lhes assiste e exactamente porque existem situações que não são visíveis.

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  6. Esse "à muito tempo" não será "há muito tempo"?
    Quanto ao assunto retratado no post: é de uma mesquinhez atroz! Quando isto acontece os invejosos deviam ficar, automaticamente, com sintomas de gravidez. Passavas-lhes logo.

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    1. Perdão, passava-lhes.

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    2. Upsssssssssssss, não é costume meu, dou muitos erros mas essa não costuma ser um deles.
      Obrigada, vou emendar.

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  7. Eu interpretei o título como amor (amor pelo próximo) mesmo, e não como sexo... e faz-me muito sentido. Terá de ser o autor a esclarecer a que tipo de amor se refere.

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  8. Das duas vezes que estive grávida, nunca "invoquei" o meu direito de passar à frente mas por diversas vezes foram as pessoas que me deram educadamente a vez. Uma vez nas finanças, a trabalho, estava grávida aí de 8 meses, fui para a fila que dava duas voltas na rua, a chefe das finanças, veio chamar-me e atendeu-me num balcão diferente, não tirando a vez a ninguém. A indignação foi geral, isso demonstra bem a educação da maioria das pessoas.
    Dou sempre a minha vez a qualquer pessoa que eu acho que deva passar, não só idosos ou grávidas, deficientes, pessoas de muletas ou com crianças pequenas, mesmo que não sejam de colo. Não é por 5 minutos que o mundo acaba.

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    1. Basicamente é isso (ou quando tenho o carro cheio e a pessoa que está atrás de mim só tem um pacote de arroz na mão).

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  9. Pipocante Irrelevante Delirante28 de julho de 2015 às 12:18

    É mesmo cultura... claro, exarcebada pelo stress (a quem o diz, aqui o je acumula, e depois explode com quem não tem culpa nenhuma).
    É difícil entender de outro modo, quando ainda domingo vi uma família colocar o seu veículo naqueles lugarzinhos para grávidas e deficientes, isto quando havia outros espaços... mas mais longe.

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    1. não há meio de algumas pessoas perceberem que a deficiência de valores não dá direito a estacionamento à porta .

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    2. Isso então tira-me do sério. Apetece-me logo marcar-lhes o carro como as vacas. E vê-se tanto disso. E o mais incrível é que estes anormais que não podem andar um bocadinho no estacionamento depois passam horas a passear no shopping. E o mais triste de tudo é que passam esta falta de educação para os filhos. A minha mais velha (8 anos ainda no outro dia perguntou-me porque é que o senhor estava a estacionar num lugar de deficientes se não era deficiente. Se com 8 anos se percebe isto porque é que para alguns adultos é tão complicado?

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    3. Por baixo de minha casa há um supermercado e uma farmácia e mesmo à entrada, como é normal, há um lugar reservado a deficiente. Um destes dias vem uma senhora cheia de pressa, estaciona o carro nesse lugar com os 4 piscas e sai. Entretanto um polícia que andava ali perto começa a inspeccionar o veículo e prepara-se para o autuar. Entretanto vem a manda-me a gritar " ó senhor polícia então não viu que fui só ao supermercado, não demorei nada, foi só o tempo de ir buscar o folheto das promoções?".
      Devia estar com medo que a promoção acabasse, só pode. Meteu-se no carro e arrancou deixando metade dos pneus no asfalto. Espero que a multa tenha ido parar a casa.

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  10. Foram todos postos por uma pata.
    E desconhecem a lei, também.
    Já agora, não praticam o amor. Correcto.
    :)

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