quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Penso, logo insisto.

Há pessoas que gostam de pensar, que até o fazem bem,  com profundidade e utilidade. Algumas pessoas escrevem esses pensamentos, para que outros possam reflectir sobre eles. Outros usam-nos para desenvolver as criações mais incríveis. De alguma forma invejo os cientistas, os filósofos, os pensadores e criadores em geral.
Eu, que também gosto de pensar de vez em quando, dei comigo a pensar numa forma de optimizar os meus pensamentos. É que, parecendo que não, perco muito tempo em pensamentos que não me levam a lado nenhum (muito menos a humanidade). Quero muito acreditar que os meus escassos momentos de introspecção e pensamento coincidem com momentos de raciocínio lógico de maneira que seria bom usá-los apenas quando fosse estritamente necessário e útil.
Portanto, o primeiro passo é eliminar os pensamentos inúteis. Pensamentos inúteis? Como assim? Pensamentos negativos, futilidades? Não. Pensamentos inúteis.
Por exemplo, aqueles segundos que perco quase diariamente ou, em dias maus, várias vezes ao dia, sempre que me deparo com um letreiro puxe/empurre. Chego a estar ali um ou dois segundos a pensar para que lado abre a porta. E, pior, grande parte das vezes, mesmo que esteja a ler puxe, insisto em empurrar a porta. 
E pus-me a pensar. Em toda a minha vida, e fazendo as contas por baixo, de certeza que já me cruzei com estes sinais mais de mil vezes. Se perder dois segundos, que não é muito (contem comigo, um, dois, já passaram dois segundos), de cada vez que que vejo uma placa puxe/empurre, já terei perdido cerca de dois mil segundos, 33,33333... minutos, mais de meia hora! Ora, passar mais de meia hora a olhar para uma porta a pensar para que lado é que ela abre é uma coisa absolutamente inadmissível. Eu ainda estou na flor da idade, recuso aceitar que em toda a vida (a não ser que um dia, por não pensar, me espete contra uma dessas portas de vidro que dizem puxe/empure e morra cravejada de estilhaços) vou passar uma hora a pensar para que lado a porta abre.
De maneira que é isto. A partir de hoje vou fingir que os sinais não estão lá e vou arriscar a sorte, se não for para empurrar há-de ser para puxar. É o velhinho e básico método tentiva/erro. O mesmo "não raciocínio" será aplicado aos avisos de abertura fácil/abrir por aqui. Pelo menos são minutos de pensamento que poupo. Assim posso usá-los para escrever estes posts interessantes e, de alguma forma, ajudar-vos a pensar comigo.
Foram ou não foram bons estes minutos em que estiveram a pensar comigo?


6 comentários:

  1. AHAHAH! Adoro! É bem pensado! Eu já uso essa da tentativa-erro há muito tempo. Quem está comigo diz sempre "mas não sabes ler"?. Pronto, uma pessoa passa por idiota, mas não perde tempo.

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    1. O tempo é a palavra chave. è que por muito que pense, o homem ainda não conseguiu inventar tempo. Consegue medi-lo, até à mais ínfima fracção, mas não consegue reproduzi-lo. O tempo está todo inventado/feito, não há possibilidade de fabricarmos mais, por isso é importante usá-lo de forma certa (em vez de ficarmos a olhar para as portas).

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  2. Ah! As duas palavras que mais portas abrem na vida de uma pessoa!
    Puxe/empurre
    Em regra falho-as sempre...

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  3. É esta tua capacidade de fazer um texto brilhante sobre um "não assunto" que eu mais admiro! Muito bom! Se eu tivesse isto, não tinha meses de ausência! Tens que me ensinar!

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    1. Mui ilustre Pitanga, pranta os olhos nos colegas e respectivos tiques profissionais e tens assunto até ao fim dos teus dias. Queres melhor não assunto?

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